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Deputada destituída em Caracas é ouvida na OEA e aplaudida em Lima

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“Desembarcando em Lima. Sr. Cabello: EU SOU uma congressista, já que assim o povo da Venezuela quer”.

Esse foi o twitter que María Corina Machado, deputada da oposição, escreveu para o presidente da Assembleia Nacional Venezuelana ao desembarcar em Lima, no Peru, aonde foi participar de uma reunião de cúpula da Fundação Internacional da Liberdade organizada pelo escritor Mario Vargas Llosa.

María Corina Machado durante entrevista coletiva em Caracas. REUTERS / Carlos Garcia Rawlins
María Corina Machado durante entrevista coletiva em Caracas. REUTERS / Carlos Garcia Rawlins

Na segunda-feira, o líder da Assembleia Venezuelana, Diosdado Cabello, havia dito que María Corina tinha sido destituída de seu cargo e que perdera a imunidade parlamentar por traição ao país e por fomentar a violência.

A declaração de Cabello oficializava a reação da Assembleia Venezuelana pela ida da deputada da oposição à reunião da OEA – Organização dos Estados Americanos, convidada pelo embaixador do Panamá, que ofereceu seu lugar na reunião para que María Corina explicasse aos embaixadores de outros países o quadro da recente onda de protestos na Venezuela.

Cabello alegou que a deputada violou um artigo da constituição venezuelana que estipula que os membros da Assembleia Nacional “não podem aceitar emprego, honrarias ou recompensas de um governo estrangeiro sem autorização da Assembleia Nacional” e outro que proíbe os parlamentares de aceitarem “cargos de emprego público sem abrir mão de sua investidura, exceto em funções de ensino, acadêmicas, temporárias e em prestação de serviços assistenciais, e desde que o trabalho não seja de tempo integral”. Ao aceitar a oferta do Panamá, disse ele, Corina Machado concordou em representar “um governo hostil ao governo e ao povo da Venezuela”.

Os aliados do presidente Nicolás Maduro votaram a favor do envio de uma petição ao Procurador-Geral para formalmente acusar María Corina de uma série de crimes relacionados à sua participação nos protestos da oposição em fevereiro e março, que até agora deixaram 28 pessoas mortas. Diosdado Cabello, presidente da Assembleia e líder da maioria do Partido Socialista na Câmara, disse que pediu “uma imediata investigação, devidamente rápida”, contra María Corina “pelos crimes de incitação a atos criminosos, traição ao país, terrorismo, homicídio, e apelo à violência de forma irresponsável”.

Em resposta, a deputada acusou o governo de Maduro de obedecer a uma ordem do governo cubano. “Está muito claro para mim de onde vem essa ordem para me atacarem: vem de Havana, Cuba”, disse numa entrevista coletiva. “Se achavam que nos iriam fazer curvar diante disso, estamos agora imbatíveis… Que eles saibam que, neste momento, estamos mais unidos, mais firmes.”

Depois do twitter de María Corina, o embaixador panamenho Arturo Vallarino também comentou sobre as afirmações de Cabello, classificando-as de “prova de injustiça”, acrescentando que “em nenhuma parte do mundo pode o presidente de uma Assembleia destituir um deputado que foi eleito pela vontade popular”.

María Corina que, segundo o The Guardian, ganhou notoriedade em 2003 como cofundadora do Súmate, grupo sem fins lucrativos dedicado a coletar assinaturas para um fracassado referendo que visava destituir Chávez do poder, é uma engenheira industrial eleita em 2010 para a Assembleia Nacional.

Na conferência internacional patrocinada pela Rede Atlas semana passada, em Lima, Peru, organizada pela Fundação Internacional para a Liberdade, ninguém teve uma rodada de aplausos maior do que a líder da oposição venezuelana. Junto com o ex-presidente do México, Felipe Calderón, e o do Chile, Sebastián Piñera, María Corina apresentou uma mensagem de esperança e um aviso aos líderes regionais, que ela disse serem cúmplices do regime da Venezuela ao se mostrarem indiferentes com a situação do país.

FONTES: ATLASNETWORK WORLD10; LATIN TIMES / NEWS, BY DAVID IACONANGELO | MAR 25 E 19, 2014

FONTE DA IMAGEM: LATIN TIMES / NEWS: Deputada da oposição María Corina Machado (C) fala durante uma entrevista coletiva em Caracas 18 marco de 2014. REUTERS / Carlos Garcia Rawlins

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Ligia Filgueiras

Ligia Filgueiras

Jornalista, Bacharel em Publicidade e Propaganda (UFRJ). Colaboradora do IL desde 1991, atuando em fundraising, marketing, edição de newsletters, do primeiro site e primeiros blogs do IL. Tradutora do IL.

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