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Com o dinheiro dos outros é mais fácil

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Ao votar o texto do pacote de ajuda a estados e municípios por parte do Governo Federal, a Câmara dos Deputados derrubou a única contrapartida exigida pelo ministro Paulo Guedes: o congelamento do salário dos servidores por 18 meses.

Enquanto todo o meio privado está apertando o cinto na quarentena, milhões de indivíduos sofrendo com as mazelas da crise, perdendo emprego e renda, chegando até a não ter o que comer, a grande maioria de políticos do país é incapaz de ceder parte daquilo que sai exatamente do bolso do pagador de impostos para amenizar a situação.  É lamentável que enquanto milhões de brasileiros sofrem, tantos outros indivíduos podem continuar com seus empregos e salários, sem nenhum risco, às custas de quem ainda consegue produzir e paga impostos. Nenhuma contribuição ocorre da parte deles. Várias tentativas e projetos de redução de privilégios para os recursos serem destinados à saúde são vetadas pelos políticos brasileiros.

Além disso, o Estado continua cobrando altíssimos impostos. Afinal, a conta nunca fecharia, já que os custos da máquina não diminuem. Alguém precisa sustentar as enormes regalias e privilégios que parte do setor público possui. Enquanto isso, empresas, empregos e vidas são perdidos. É muito fácil para o congresso exigir que o pagador de impostos arque com essas tentativas de programas de auxílio e de manutenção de empregos para que uma parte da população não fique sem condições humanamente possíveis de sobreviver. O que nós quase não vemos, salvo raras exceções, são exemplos por aqui de economia, corte de gastos públicos, para serem destinados a salvar parte de nossa população.

Não bastasse toda essa situação, mesmo em meio a uma crise de saúde, econômica e fiscal, podemos ver péssimos exemplos de vereadores votando em algumas cidades antecipação e até aumento de salários. Por exemplo, enquanto todos os holofotes estão voltados à grave crise causada pelo covid-19, a Câmara do Rio já chegou a aprovar um plano de cargos e salários para servidores municipais que prevê reajuste futuro para mais de 8 mil funcionários. Tivemos também os casos do governo do Mato Grosso do Sul que antecipou os salários de seus servidores em plena crise, além de diversas prefeituras de outros estados: casos absurdos assim é o que não falta. Enquanto muitos têm seus contratos de trabalho encerrados, alguns têm o privilégio de receber sua remuneração antecipada na crise.

Outro fato bastante comum que podemos observar nesse período são as inúmeras licitações e aquisições suspeitas que são feitas, por que, enquanto o Ministério da Saúde anunciou a compra de 6.500 respiradores mecânicos no valor de R$ 322,5 milhões, uma média de R$ 49,6 mil por unidade, o estado de São Paulo, de acordo com a própria gestão Doria, despendeu cerca de R$ 224 mil a unidade em 2.000 aparelhos comprados? Tamanha diferença não tem, nem pode ter qualquer explicação razoável. Certamente se fosse em alguma empresa privada administrada por essas mesmas pessoas, o custo dos aparelhos comprados não seria tão acima do encontrado e praticado no mercado. Conforme o próprio título e todos os exemplos do artigo indicam, com o dinheiro dos outros é muito mais fácil.

*Caio Ferolla Silva é Associado III e membro do comitê de formação do Instituto Líderes do Amanhã.

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