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Acreditando em esperanças vazias: o segredo da religião marxista

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A julgar pela forma como o mundo anda, quer dizer, considerando o relativismo e as causas mais absurdas que surgem a cada semana, é interessante que nos perguntemos: os sujeitos que defendem coisas como ideologia de gênero, comunismo, e mesmo a honestidade de um ex-sindicalista conhecido, realmente acreditam nisso? Talvez seja difícil acreditar, mas acreditam.

Lembro que na época em que me reunia com a esquerda, a ideia de que o comunismo um dia chegaria sempre me afigurou como algo muito estranho, desconfortável, em outras palavras, mentiroso e impossível. Ainda que lá estivesse e que algumas daquelas pautas momentâneas parecessem ter sentido, o objetivo maior que por lá era defendido sempre me pareceu uma fantasia. Quando eu questionava, ouvia: “Precisamos ter fé!” – sim, nestes termos!

Nietzsche escreveu que “A mentira mais habitual é aquela com que alguém engana a si mesmo;”, e é o que parece realmente acontecer nestes casos. Continuando, o filósofo alemão acrescenta que “enganar os outros”, depois de já ter enganado a si mesmo “é, relativamente, a exceção.” Quer dizer, enganar os outros não é nada se comparado ao problema de mentir para si mesmo. Quantos desses militantes que querem lutar contra mentiras estão armados de mentiras!

Dando um salto no tempo, pensemos: até que ponto um petista acredita na inocência de Dilma Rousseff? Até que ponto um militante do PSTU que vive em 2016 acredita no comunismo? Um black block que quebra ônibus na Av. Paulista realmente acredita na abolição completa da autoridade ou sabe que defende algo que não se concretizará? Em suma, uma pessoa que usufrui dos produtos oriundos da livre concorrência realmente crê que seria melhor se o Estado controlasse a economia? Ainda que pessoas digam que alguém pode ser um cachorro, ou uma árvore, por exemplo, será que ela acredita realmente nisso? Parece impossível, mas é possível.

Claro que para um jihadista que se explode em nome da sharia a pergunta vã, uma vez que ele chega ao ponto de se autodestruir crendo que este é um passo em direção ao paraíso. Mas e aquele militante que ama a favela – ou comunidade, como o sociólogo chique gosta de chamar – a partir do seu condomínio de luxo? E aquele outro que compartilha mensagens contra o capitalismo no seu IPhone 6?

Nietzsche novamente diz que considera mentira “não querer ver algo que se vê, não querer ver algo da maneira que se vê.” Por isso o filosofo alemão, conhecido crítico do cristianismo, não só criticava a religião, mas sim aqueles que tentavam eliminar os problemas do mundo demonstrando não aceitar a realidade da vida, quer dizer, negando o real. Portanto, se negam o real, vivem uma mentira, se vivem uma mentira, defendem o irreal e se ainda por cima lutam nas ruas por essa ilusão, sabemos o que daí pode germinar.

As críticas que Nietzsche faz a religião servem para o comunismo da mesma maneira, pois o paraíso prometido pelo cristianismo estaria lá no além, o paraíso prometido pelos comunistas teria que ser construído aqui mesmo, ou seja, para o filósofo, ambos ansiavam por uma fantasia em detrimento da existência do aqui e agora. O pior é ver chamarem a religião cristã de “ópio do povo” criando uma religião materialista cujo ópio é sua própria existência.

De duas, uma, ou o sujeito está tão mentalmente doutrinado que acredita nisso tudo ou no fundo, sabe que é mentira, mas tenta fazer de tudo para crer. Confesso que eu mesmo me perguntava, no encontro com militantes comunistas, se eles acreditavam naquilo que estavam falando e, desgraçadamente, parecia que sim.

Disso tudo decorre dois graves problemas: se o indivíduo acredita de verdade, não vai medir esforços para concluir seus projetos megalomaníacos, todavia, se não acredita, o fato de querer acreditar pode transformá-lo num ressentido que, perdido num turbilhão de conflitos, vá para o tudo ou nada. Enfim, de qualquer forma, seres assim causam arrepios.

Talvez essa seja uma questão aberta e um tanto quanto abstrata, especulativa, todavia, acreditando ou não em tudo o que pregam, o que importa é que essas loucuras realmente incomodam e ameaçam quem quer somente viver o mundo tal como ele é, livre de esperanças vazias que prometem o que a realidade, inflexível por natureza, não pode conceder.

 

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Thiago Kistenmacher

Thiago Kistenmacher

Thiago Kistenmacher é estudante de História na Universidade Regional de Blumenau (FURB). Tem interesse por História das Ideias, Filosofia, Literatura e tradição dos livros clássicos.

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