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Incertezas sobre o futuro econômico da China

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Colaboradores

ARMANDO DE LA TORRE

Universidad Francisco Marroquín

20.03.07

 

 

Incertezas sobre o futuro econômico da China

 

CHRISTOPHER LINGLE*

 

 

 

Apesar do impressionante desempenho da China, é importante olhar além da propaganda.

 

Há muitas razões para se acreditar que a China vai encontrar sérias dificuldades econômicas em futuro próximo.

 

Primeiro, o sistema bancário estatal abriga uma enorme proporção de maus empréstimos que podem ocasionar sérios problemas no setor financeiro nacional.

 

Segundo, a corrupção profundamente enraizada é uma conseqüência do comunismo que sobreviverá às reformas que venham a substituir o sistema político leninista. Isto irá minar a rentabilidade e a segurança dos investimentos estrangeiros na China. Ela já provocou protestos generalizados entre os cidadãos chineses descontentes.

 

Terceiro: muito do recente crescimento econômico chinês tem por base uma excessiva liquidez mundial criada por taxas de juros artificialmente baixas determinadas pelos Bancos Centrais de outros países. À medida que as taxas de juros crescerem, os americanos irão reduzir seus empréstimos e seu consumo e, com isso, a China vai se ver diante de uma queda no crescimento das exportações. Como conseqüência, terá uma enorme quantidade de produção excedente.

 

Quarto, a bolha no mercado de ações chinês subiu a patamares insustentáveis com o índice de rentabilidade da ação (P/L, preço/lucro) num patamar de 25. Uma alta semelhante em 2001 levou ao colapso na valorização das ações. (A correção de 10% deve ser acolhida com alívio e não com preocupação.)

 

Quinto, a obsessão em promover exportações contribuiu para desequilíbrios macroeconômicos que irão provocar convulsões econômicas quando forem corrigidos. Neles se incluem o elevado nível de reservas em moeda estrangeira, empréstimos de alto risco a empreendimentos estatais duvidosos por parte de bancos estatais, e elevados índices de preços ao consumidor.

 

A China seguiu a política do crescimento econômico calcado na promoção de exportações que terá o mesmo infeliz destino do Japão no final dos anos 80 e do resto do Leste Asiático em 1997. Ao mesmo tempo em que é certo que grandes ajustes/correções deverão ocorrer na economia chinesa, é impossível se prever quando irão ocorrer ou quão severos devem ser.

 

 

*Professor Visitante da Universidad Francisco Marroquín / Programa MBA, Guatemala.

E-mail: CLingle@ufm.edu.gt


 

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

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