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A EDUCAÇÃO E A MERITOCRACIA – II

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COLABORADORES

02.09.08

 
 

A EDUCAÇÃO E A MERITOCRACIA – II

Francisco Lacombe*

 

Uma semana depois da publicação da minha postagem anterior, a revista The Economist repetiu o que eu havia afirmado: o ponto mais crítico para aprimorar a educação no Brasil não é a falta de recursos, mas o sistema de gestão.

 

O sistema de gestão pode ser dividido em duas partes bem distintas: a gestão do ensino fundamental e médio e a do ensino universitário.

 

No ensino fundamental e médio o ponto mais importante é aprimorar e valorizar os professores. Para isso, é indispensável instituir a meritocracia e um sistema de remuneração que privilegie os resultados alcançados pelos alunos. O salário mínimo profissional recentemente instituído precisa ser complementado por aumentos graduais a serem concedidos pelo mérito. Não adianta avaliar pela titulação, é preciso verificar o que os alunos aprenderam. A titulação é um meio e não um fim. O treinamento dos professores é um meio e não fim. As instalações escolares são meios e não fins. Os recursos educacionais são meios e não fins. O objetivo é fazer os alunos aprenderem.

 

Antes de qualquer outra coisa, é preciso acabar com a eleição dos diretores de escolas pelos professores e funcionários. É preciso tornar a profissão de magistério uma carreira em que são promovidos os que obtêm melhores resultados dos seus alunos. Os mais bem sucedidos devem ser os que irão dirigir as escolas e os melhores diretores serão os candidatos naturais às secretarias municipais e estaduais.

 

Continuar relegando à última prioridade o aperfeiçoamento e a avaliação dos professores é mantê-los desmotivados, freqüentemente frustrados, ressentidos e, em alguns casos, revoltados contra a sociedade e presa fácil para os militantes do socialismo gramsciano, que vêem nesses funcionários públicos malogrados uma forma de disseminar o vírus de uma ideologia falida, e querem conquistar os jovens para a sua “religião”.

 

O ideal seria implantar o sistema de vouchers, idealizado por Milton Friedman, em que o Estado entrega os vouchers às famílias e estas escolhem as escolas de sua preferência, que poderiam ser públicas ou privadas. A escolha das famílias seria uma forma de avaliação que estimularia o aperfeiçoamento das escolas.

 

Na próxima postagem faremos a análise do sistema de gestão das universidades.

 

* Professor de Administração em diversas instituições.

 

 

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

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