Brasil rico, brasileiro pobre
O recente estudo do FMI (Fundo Monetário Internacional) é abrangente e esclarecedor. Mostra, com números, o empobrecimento dos brasileiros e as causas desse resultado.
Pela importância dessa análise, transcrevo o texto em sua íntegra. Meu desejo é que meus compatriotas compreendam as ameaças que rondam o nosso futuro.
Os fatos relatados desmontam narrativas que vêm iludindo eleitores. Revelam que, ao repetir os erros de países vítimas do populismo — como Argentina, Venezuela e Cuba —, estamos condenados a colher os mesmos resultados.
Leiam e reflitam!
O empobrecimento brasileiro
O empobrecimento já não é previsão pessimista, mas fato comprovado por dados internacionais. Segundo o FMI, o Brasil caiu do 48º para o 87º lugar no ranking global de PIB per capita em paridade de poder de compra (PPC) entre 1980 e 2024. Essa queda aproxima o país da metade mais pobre do mundo e evidencia o fracasso de um modelo econômico guiado pelo imediatismo e pelo populismo fiscal.
Em termos absolutos, o PIB per capita até cresceu — de US$ 13,7 mil em 1980 para US$ 19,6 mil em 2024. Mas o desempenho relativo mostra que crescemos menos que nossos pares, enquanto o custo de vida avançou acima da média global. Resultado: perda de posição internacional e economia cada vez menos competitiva.
Projeções até 2030
O FMI prevê deterioração contínua. Caso nada mude, o Brasil poderá cair para o 89º lugar em 2030. A combinação de baixo crescimento, investimentos fracos, produtividade estagnada e inflação persistente empurra o país para a estagnação, enquanto outras economias emergentes avançam.
Desde 2013, pouco evoluímos. Naquele ano, o PIB per capita em PPC era de US$ 19.169; em 2024, chegou a apenas US$ 19.594 — quase estagnação em mais de uma década, período em que outros países cresceram, abriram mercados e atraíram capital.
As causas estruturais
O empobrecimento decorre de escolhas políticas e econômicas equivocadas. O gasto público excessivo e mal alocado não gera crescimento, mas inflação e carga tributária maior. Isso reduz o poder de compra das famílias e inibe a expansão das empresas.
Somam-se a isso a baixa qualidade da educação, o mercado de trabalho informal e o ambiente regulatório instável, que afastam investimentos de longo prazo. A produtividade segue parada, e a poupança interna — essencial para financiar o crescimento — permanece em níveis críticos.
Protecionismo, burocracia e ineficiência
O isolamento comercial agrava o problema. Em vez de se integrar às cadeias globais, o país ergue barreiras e sustenta setores ineficientes com subsídios. A economia se torna menos dinâmica e inovadora. O uso político de estatais, os gastos fora do teto e o crédito direcionado ampliam as distorções.
As reformas estruturais — tributária, administrativa e educacional — continuam travadas. No lugar delas, surgem paliativos que favorecem grupos próximos ao poder e aumentam os custos de produção.
Um Brasil que escolheu empobrecer
Mais grave é que esse quadro parece tolerado pelos três poderes. O Executivo aposta em programas populistas; o Legislativo prioriza emendas; o Judiciário mantém aumentos e benefícios fiscais.
Enquanto isso, a população sente no bolso: o dinheiro compra menos, os serviços públicos pioraram e a mobilidade social encolhe. A degradação é lenta, mas constante.
A queda no ranking do FMI não é apenas estatística — é reflexo das escolhas de um país que resistiu às reformas, desperdiçou recursos e ignorou boas práticas de gestão econômica.