O fim da história ou a troca de máscaras?

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Em 1989, Francis Fukuyama assinava um dos textos mais célebres (e mais desmentidos) da virada do século: O Fim da História?. À sombra do colapso ainda fresco da União Soviética, ele anunciava a vitória irreversível da democracia liberal e do livre mercado. A própria História, com H maiúsculo, encerrava seu ciclo de lutas ideológicas. De acordo com Fukuyama, estaria tudo resolvido; o liberalismo triunfara, o resto era apenas ajuste fino. Quase quatro décadas depois, é impossível não rir (ou chorar) de tal otimismo. A história não terminou. Ela apenas trocou de máscaras. Embora nenhuma delas tão grotesca quanto a que hoje desfila em palanques populistas. A mais dissimulada delas, neste início de século XXI, é a da ressurreição do coletivismo travestido de justiça social.

O Brasil é talvez o exemplo mais dramático dessa regressão. Após algumas tentativas liberais capengas e instáveis, o país caiu novamente nas mãos de um populismo autoritário disfarçado de democracia popular. A volta de Luiz da Silva ao poder, após condenações por corrupção em todas as instâncias, simboliza mais do que a falência institucional. Representa o triunfo de um sistema institucionalmente corrompido e moralmente falido, em que o crime compensa e a mentira veste a fantasia da virtude.

Ali Babá e seus quarenta ministros, muitos deles reciclados de escândalos passados, outros representantes da burocracia sindical e do atraso corporativista, não vieram para governar, mas para repetir com requintes o saque institucionalizado. A parceria com um STF que perdeu qualquer aparência de imparcialidade aprofunda o drama. O STF, outrora guardião da Constituição, tornou-se o cão de guarda jurídico de um projeto de poder que se sustenta não pelo mérito, mas pela chantagem, pela manipulação da narrativa e pelo domínio institucional.

Os resultados estão à vista. Uma saúde pública colapsada, um ensino transformado em laboratório de doutrinação ideológica, um sistema previdenciário que escancara o desprezo pelo cidadão comum. Senha aberta para a podre corrupção – vide roubo dos aposentados do INSS. Tudo isso em nome de um “povo” abstrato, enquanto o real — o pobre, o trabalhador, o desassistido — é enganado, explorado e depois descartado. Não é apenas incompetência, é projeto de poder, que se alimenta da ignorância, da dependência estatal e do ressentimento incutido por décadas de marxismo cultural.

O mais trágico, porém, é que esse consórcio do mal, formado por políticos corruptos, juízes militantes, intelectuais cúmplices e uma imprensa vendida, conseguiu inverter a moral pública. Quem ousa criticar é fascista. Quem expõe os fatos é golpista. Quem trabalha pelo mérito é inimigo do povo. Nesse teatro de absurdos, a razão é subvertida, e a liberdade silenciosamente sufocada.

Fukuyama errou. A história não acabou, e tampouco ela evolui em linha reta. O que vemos é o retorno de velhas mentiras com novas embalagens. O Brasil, com suas instituições reféns de quadrilhas organizadas, é a refutação viva daquela ilusão liberal. A história continua, mas, no Brasil, ela parece uma tragédia encenada por palhaços sinistros, mestres da pantomima do poder, e o povo, enganado e empobrecido, ainda aplaude.

Até quando a quadrilha petista seguirá raspando o fundo do tacho e sugando a última gota de sangue do povo brasileiro? Até quando?

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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