As cores da Seleção Brasileira

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Não me considero um tolo completo ou um romântico bobo, mas também não sinto identificação alguma por uma iconoclastia insossa. A Seleção Brasileira foi campeã do mundo no governo desenvolvimentista e inflacionário de Juscelino Kubitschek. Foi bicampeã no começo do caótico governo esquerdista de João Goulart.

Foi tricampeã na ditadura militar, no governo Médici. Foi tetra no fim do governo Itamar e penta no fim da era FHC, acompanhando os sucessos do Plano Real. Governos diferentes, cenários econômicos diferentes, até regimes políticos diferentes; mas em todos eles a seleção era uma coisa só: um time de futebol que veste as cores do nosso país, disputa um campeonato que mobiliza a nossa sociedade há gerações e tem impacto simbólico no mundo – com direito a Pelé suspender guerra e ter torcida organizada do outro lado do globo. É um símbolo poderoso da nossa cultura popular. Ninguém é obrigado a gostar, mas não sou obrigado a ter vergonha de torcer pela seleção, como meus pais e avós sempre fizeram. Ninguém vive de engajamento político o tempo todo – se disser que vive em protesto constante, ou é doido, ou hipócrita.

Lamento pelas práticas corruptas da CBF, que não começaram agora, e pelos comportamentos vexatórios de jogadores e empresários, mas, enquanto forem as cores do Brasil entrando em campo, eu estarei a favor.

Enquanto forem as cores do Brasil. Se colocarem a seleção para entrar em campo com uma camisa vermelha na Copa do Mundo – alegando que somente os “bolsonaristas” estão reclamando de tal atrocidade simbólica -, não terei argumentos, só silêncio.

 

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, conselheiro de diversas organizações liberais brasileiras, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 11 livros.

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