Greves governamentais: um retrocesso para o Brasil sob Lula

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No primeiro ano do retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, o Brasil tem visto um aumento preocupante no número de greves entre servidores públicos. Com um total de 639 paralisações, um crescimento de 12% em relação ao mesmo período sob o governo Bolsonaro, a situação se torna cada vez mais insustentável para um país que enfrenta graves desafios econômicos.

O estímulo do governo Lula às greves, como um sinal de uma “democracia saudável”, revela uma abordagem romântica e impraticável frente às realidades fiscais e operacionais do país. Em vez de promover a eficiência e a responsabilidade fiscal, o governo tem encorajado práticas que apenas exacerbam a instabilidade econômica e comprometem serviços essenciais, como educação e saúde.

A situação dos funcionários da educação é particularmente alarmante. Com mais de 40 dias de greve, mais de 60 universidades e institutos federais permanecem paralisados, afetando diretamente o futuro de milhões de estudantes e a qualidade da formação acadêmica no país. A demanda dos servidores por reajustes salariais entre 22% a 34%, enquanto o governo oferece no máximo 9%, destaca um impasse que reflete a desconexão entre as demandas do setor público e a realidade econômica brasileira.

Sob a gestão anterior de Bolsonaro, medidas foram implementadas para descontar do salário os dias não trabalhados devido a greves, uma política que, embora controversa, incentivava a continuidade dos serviços públicos e a responsabilidade dos servidores. Com a revogação dessa norma pelo governo petista, perdeu-se um mecanismo de controle de gastos públicos e de garantia de continuidade dos serviços essenciais.

Em um momento em que o Brasil enfrenta uma situação econômica delicada, com metas de superávit nas contas públicas sendo adiadas, é imprudente encorajar a interrupção de serviços que são fundamentais para o desenvolvimento e bem-estar da população. Aumentar gastos públicos para acomodar reivindicações salariais elevadas, num contexto de crise fiscal, é uma política não só insustentável, mas também irresponsável.

As greves, embora sejam um direito democrático, não devem ser vistas como a primeira ou única via para o diálogo entre servidores e governo. A negociação eficaz requer compromisso de ambas as partes, com uma abordagem racional e focada na sustentabilidade dos serviços e na capacidade fiscal do país.

Por fim, a posição indulgente do governo Lula em relação às greves é uma política que não enxerga que coloca em risco a estabilidade econômica e a qualidade dos serviços públicos no Brasil. Em vez de romantizar as greves como um sinal de democracia, o governo deveria focar em políticas que garantam eficiência, responsabilidade fiscal e, acima de tudo, o atendimento contínuo e eficaz das necessidades da população brasileira. A experiência mostra que a verdadeira democracia não se alimenta apenas de direitos, mas também de responsabilidades.

*Gabriela Moraes é associada do Instituto Líderes do Amanhã. 

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