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O Natal do Sakamoto e o nosso – a diferença entre nós e eles

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Na grande família de um formador de opinião esquerdista há parentes de todas as classes sociais e ramos de atividade. Neste Natal, uma tia do palpiteiro chegou desanimada. Afirmou desairosa:

— Trabalho 11 horas por dia, fora o que faço em casa pelos filhos, estudei muito para não ser uma faxineira como minha mãe, pago impostos cada vez mais altos quanto mais eu vendo com minha empresa e todo o esforço do meu trabalho de meses, feito para dar um futuro para os meus filhos melhor do que o meu passado, vai pro lixo: nesse ano, por 3 vezes fui assaltada à mão armada por arruaceiros que me levaram meses de trabalho, apenas porque tomaram à força o meu trabalho. Por isso sou desiludida quanto ao governo e gostaria de penas mais duras para diminuir a criminalidade e deixar os trabalhadores em segurança.

Nosso herói das opiniões prontas da internet ouviu tal relato com sentimento de “terror e pânico”, como se fossem coisas muito distintas. Ficou indignado e até “bege” ao perceber como sua tia, que nasceu pobre, pegava ônibus para a periferia quase meia noite, esforçada e estudiosa, mesmo com mil adversidades todo dia em sua vida, podia ter pensamentos tão, tão… como dizer?, reacionários.

Seguiu-se um grande bate-boca, em que a tia ficava espantada em como seu próprio sobrinho podia defender tanto as “razões sociais” de pessoas que tomaram atalhos violentos na vida, enfiavam armas em sua cabeça, lhe xingavam de nomes violentos diante de estranhos e dos filhos pequenos, a amarravam, agrediam, ameaçavam matá-la… mas, de acordo com o bem pago opinador de internet, era apenas uma consequência do “sistema capitalista”, e o que a sua tia criou na verdade pertencia, por alguma lógica, a eles.

A coisa se acalmou um pouco quando chegou uma prima sua de outro ramo da família. Rica de berço, não pisa nas bocadas onde a outra tia morava nem de helicóptero. Com pais burocratas, viagens internacionais no currículo desde os 8 anos, faculdade de Artes paga (nunca trabalhou no ramo), é feminista, tem um blog revoltado, é loira, magra, sexy, dirige um Range Rover e luta pelas minorias:

— Viver em São Paulo está impossível, IM-POS-SÍ-VEL. Nesses dias fui buscar meu baseadinho de boa atrás da faculdade, o povo da comunidade é tudo de bom, não é igual esses reaças pensam não, o trafica é o mais gente boa da comunidade e tem até um jipe igual o meu… mas vocês acreditam que um pedreiro fedorento, quando saí do carro, me chamou de loira gostosa e olhou pra minha bunda?! É um ABSURDO esse machismo do patriarcado!!

Nosso blogueiro então se acalmou com uma indignação mais correta. Com efeito, o patriarcado machista era terrível. Um absurdo uma familiar sua, uma minoria, ter de sofrer tanta humilhação nas mãos de uma sociedade tão injusta, em que os opressores tratam as minorias com tanto preconceito, em que a desigualdade é capaz de matar tantas pessoas como sua prima por dia, sem que ninguém fale nada.

Essa situação é absurdamente ridícula. Mas não é tão ficcional quanto parece: basta ver o que intelectuais de 140 caracteres como o blogueiro do UOL Leonardo Sakamoto andam dizendo sobre o Natal. Não é um epifenômeno acidental dentro de um espectro rigoroso do pensamento de esquerda: é a sua quintessência, o verdadeiro núcleo do que é ser de esquerda – todo o mais, todos os senões, os contrapesos, as tolerâncias e concessões é que são contrárias à esquerda.

 

Simbologia falsa

Tal se dá porque a esquerda, mesmo tendo seu cerne em um livro de economia (lido por todos, exceto por economistas), trabalha com o imaginário coletivo: são de esquerda os críticos literários, os ficcionistas, os psicólogos, analistas da linguagem e sociólogos que trabalham com o próprio mecanismo com o qual interpretamos o mundo.

A direita (liberal ou conservadora) é técnica: domina a economia, o Direito, as relações internacionais – todavia, sem conseguir comunicar o que pensa, por que pensa, com quais objetivos e através de quais meios pretende atingi-los, é vista até por apolíticos pelos signos de interpretação da esquerda, que a ela atribui racismo, intolerância, xenofobia, machismo, homofobia. Mesmo seus próprios defeitos, como intolerância à diversidade e o uso do Estado para impedir a liberdade das pessoas, ou defeitos de inimigos da direita, sobretudo o nazismo.

O próprio texto de Leonardo Sakamoto, relatando como seus leitores sofreram momentos de “terror e pânico” no Natal em família, é construído desta forma, para seus leitores, julgando estarem vencendo preconceitos, criarem preconceitos sobre o que desconhecem.

São citadas frases informais e tipicamente exageradas da linguagem oral e familiar, sem preocupação com qualquer rigor em uma festa misturando álcool e política, o que até os antigos romanos sabiam ser desastroso. E tome-se uma frase qualquer sobre um parente que “jogou o carro contra ciclistas”, outra tia que disse que “mulher na política só faz besteira”, um primo que “defendeu que pegasse todos os usuários de drogas e passasse fogo”.

Não há um único comentário sobre uma experiência concreta dessas pessoas cometendo injustiça alguma ou ferindo alguém, mas cita-se frases desproporcionais em um ambiente familiar como se significassem que todo o país virou o Partido Nazista.

Todavia, o problema da esquerda é exatamente o oposto: fala maviosamente sobre “justiça social”, edulcora seus métodos para se vender como “preocupada com os pobres”, canta com voz melíflua a respeito de “direitos humanos”… mas, em toda história mundial, é a campeã número 1 (contando até teocracias esquisitas e reinados bárbaros da Antiguidade) de mortes, injustiça, escravização, censura e destruição de direitos básicos do homem.

Nas ceias de Natal que geraram indignação entre os leitores progressistas de Sakamoto, não há ninguém indignado porque um parente foi assassinado num país com 56 mil homicídios em um ano. Não há um único muxoxo contra sermos obrigados a gastar mais para financiar quem ceifa nossas vidas e de nossos entes queridos pelo Estado do que para a educação de crianças inocentes.

Pelo contrário: quem expressa tais sentimentos na mesa de Natal, ainda que de forma desajeitada, é tratado como alguém capaz de provocar “terror e pânico”. A única indignação permitida é contra assoviar para uma mulher, não enfiar uma arma em sua cabeça e atirar. Ou ser contra o Bolsa Família.

 

Decadialética

 

Este disparate permite ensejo para uma reflexão importante entre quem pretende discutir política – e, nesta segunda década de século XXI, já chega contaminado de trejeitos de linguagem e automatismos verbais típicos, como feminismo, machismo, homofobia, sociedade conservadora etc.

A esquerda, tão dominante em cursos de Humanas, parece sempre aos recém-chegados nas discussões como a única força moral, a única preocupada com os pobres e desamparados. A direita, contraditoriamente consubstanciada em uma abstração – o “capitalismo”, tratando com essa palavra realidades tão distintas quanto a Suíça e Cuiabá – só tem suas idéias transmitidas para o povo através da clave de entendimento da esquerda, cujas palavras engastadas já dirigem o pensamento de incautos: desigualdade, exploração, patriarcado, homofobia etc.

O jovem esquerdista tem a impressão de que a esquerda é o reino da racionalidade, da justiça e do correto, e a direita é apenas um poço homogêneo de preconceitos, racismo e malvadez, que não é de esquerda apenas porque não leu Foucault o suficiente.

A um só tempo, nada do que a direita pensa, de seus valores, argumentos, objetivos e métodos – enfim, do que este tal de capitalismo é de fato – nem sequer passa pela cabeça do diletante, que quanto mais ignora e mais se distancia do conhecimento, mais jura que o entende à perfeição.

O maior filósofo brasileiro, Mário Ferreira dos Santos, completamente ignorado pela esquerda, criou um método único na humanidade para permitir que esta abstração teórica em que às vezes se fecha a mentalidade possa voltar à experiência concreta e vice-versa. Chamou tal método de decadialética, composto de dez modos de captar o objeto pela intelecção humana.

Um deles, o segundo, campo da atualidade e da virtualidade, diz respeito ao que um ente é de fato em determinado momento, e ao que ele pode (ou não) se tornar num momento seguinte. Ora, a liberdade e a justiça podem se transformar em seus contrários, já um gato não pode se tornar um “anti-gato”.

Aparentemente óbvia depois de exposta, tal assunção passa completamente despercebida de todo o arcabouço teorético da esquerda, que, perdida em pedantismo e abstrações como “igualdade”, e não em verdadeiros sujeitos da História, fica toda atabalhoada ao lidar com a realidade.

Exemplo óbvio: Sakamoto (e seus leitores) adoram defender direitos humanos de bandidos, inclusive assassinos (a única “indignação” que causou terror e pânico elencada por ele que envolvia morte falava de pena de morte). É um teoria comum da esquerda, escondida em todos os esquerdistas modernos debaixo de uma logorréia enorme de palavras técnicas com aparência de profundidade. Todavia, por que alguém deveria estar tão preocupado com o (muitas vezes suposto) preconceito das pessoas, sendo que elas podem deixar de ser preconceituosas, mas não há esquerdista que saiba transformar o cadáver de um ente querido em um ente querido vivo?

A esquerda, dominante na Academia, na mídia, na política e no imaginário coletivo, é sempre bastante teórica, com cacoetes de linguagem (de “luta de classes” a “patriarcado”) que pegam na língua comum.

Contudo, é exatamente o senso comum, livre de construções teóricas que funcionam como um cabresto para se enxergar corretamente a realidade, que deve ser resgatado. Um senso comum que, com décadas de dominação teorética progressista, é hoje um senso incomum: a maior parcela da população já foi contaminada.

Para evitar que livros de faculdade e pilhas de jornais formem teorias como a que permite que alguém se indigne mais com uma cantada a uma mulher do que com uma arma para sua cabeça que se deve resgatar uma sabedoria mais profunda e mais incomum para nossa era de planificação e mesmificação social.

 

Imaginário coletivo contaminado

Uma boa parte das pessoas já foi de esquerda um dia. Entretanto, após anos de estudo – e descobrindo aquilo que os nem seus professores aprenderam – acabam se tornando defensoras rigorosas do capitalismo e dos ideais conservadores ou liberais. O contrário nunca acontece.

Uma dica de pensamento para os jovens que estão se debatendo na internet e nem sempre conseguem entender o que se passa no mundo é justamente esse: faça um atalho que funcione, e leia o que os velhos leram para chegarem às melhores conclusões no fim da vida.

Ninguém nega as boas intenções da esquerda, o problema é o que tais intenções acarretam quando materializadas. E não é porque a direita é uma monstruosidade habitada apenas por Maluf, ditadores militares, skinheads e fanáticos religiosos (quase que integralmente não são de direita, diga-se) que se deve ouvi-la, e sim porque ela tem críticas ao show business dos famosíssimos intelectuais de esquerda que estes mesmos intelectuais nunca ouviram falar.

Ora, um dos problemas da esquerda é sua clave única de entendimento. Com o tripé de injustiças da esquerda moderna sendo reduzido a machismo-racismo-homofobia é fácil cair no algoritmo de siricutico que permite indignação perante uma cantada e culpabilização coletiva da sociedade, no mesmo molde em que forma uma eterna desculpabilização de autores de crimes violentos.

A esquerda, portanto, tem um arcabouço fraco para enxergar a realidade. Mesmo que tenha boas intenções ou uma congruência lógica posterior até funcional, seus conceitos iniciais são mentirosos.

A esquerda é a agremiação de teóricos mundiais do quilate de Rousseau e Marx, de artistas regionais em eterna decadência como Chaplin e Picasso, até jornalistas de segunda ordem como Edward Murrow e Al Sharpton, além de suas grosseiras caricaturas brasileiras do escol de Caio Prado Jr. e Marilena Chaui, Pablo Villaça e Oscar Niemeyer, Cynara Menezes e, claro, Leonardo Sakamoto. Não são pessoas insanas que teorizam diretamente: “Devemos proibir cantadas em mulheres, mas quem as mata em assaltos deve ser solto, pois a culpa é apenas da sociedade”. São pessoas que acabam propondo as duas coisas juntas, sem nunca perceber seu absurdo, por pensarem sob estas claves fracas do entendimento da realidade. Muitas vezes, são até boas em lógica e comunicação, apesar disto.

Outro problema óbvio é o vício na igualdade. A própria idéia de falar tanto em desigualdade traz em seu bojo o perigo: dá a impressão de que o capitalismo, e apenas ele, causam uma “des”igualdade entre homens, que originalmente eram iguais.

O grande pensador Erik von Kuehnelt-Leddihn, ao falar do “Culto da Mesmificação” (Cult of the Sameness) que é o Leitmotiv da esquerda, dá a seu livro o subtítulo de Procrustes at Large. Procrustes era um ciclope que seqüestrava pessoas para remoldá-las conforme uma prancha – esticando seus ossos caso ficassem menores, cortando-as em pedaços quando fossem maiores.

Para realizar o intento em massa, at large, é preciso um poder central capaz de obrigar toda a sociedade a se reformar em nome dessa “igualdade”. Curiosamente, são as mesmas pessoas que também bradam a favor da “diversidade”, sem perceber que ela sempre foi garantida, a não ser por elas próprias. São um tipo de gente incapaz de conviver com pessoas de crenças, opiniões, escolhas, trabalhos, responsabilidades, famílias, valores, destinos e investimentos diversos dos seus – então, é preciso “corrigi-las” à força, sem perceber que, em nome de corrigir uma suposta “injustiça” na desigualdade, criam a maior injustiça do mundo, espalhada igualitariamente a todos – o que, afinal, só aumenta a injustiça.

 

Imaginação moral

Um último remédio que pode ser ministrado a quem ainda crê no potencial libertador e reformador da esquerda ante a liberdade econômica capitalista e os valores associados à direita, liberal ou conservadora, é a imaginação moral.

É comum à esquerda buscar justiça apenas procurando encontrar um “opressor” ou “explorador” – destarte, já recaindo em sua gaiola conceitual que apenas enxerga problemas de variação salarial (julgando que são “classes”, e que estas estão em “luta”), ou ainda um maniqueísmo raso, em que supõe-se que exista uma verdadeira luta entre ricos e pobres, homens e mulheres, hetero e homossexuais, brancos e negros.

Tal chave de entendimento está em quase todos os bordões da esquerda mundial, mas não dá conta de absolutamente nada da realidade complexa – se há um negro gay com uma arma apontada para um rico heterossexual, quem é o opressor e o oprimido na situação? E com uma jovem loira e rica com os peitos de fora contra a Igreja, diante de um pobre velhinho religioso rezando em paz?

É com esse tipo de narrativa de heróis e bandidos facilmente identificáveis que muitas pessoas inteligentíssimas ainda creem no mistifório de “correção de injustiças pelo Estado e pela conscientização” da esquerda. Tais narrativas são insuficientes para se conhecer o mundo.

Muito melhor é o conceito de imaginação moral, tão bem trabalhado por intelectuais como Lionel Trilling. Trata-se de notar em narrativas de ficção como personagens são colocados em situação de dúvida e ambiguidades, em que as contradições da vida concreta nem sempre tornam claro o que é certo e o que errado, nos típicos paradoxos e contingências da vida moral, não esquematizada em abstrações e clichês facilmente repetíveis.

É a imaginação moral que gera os monumentos à humanidade que são os monólogos internos e externos de Hamlet, é a imaginação moral que permite uma vida de dúvida, arrependimentos e indecisões sobre as consequências dos atos de Raskolnikov, de Crime e Castigo. Questões muito complexas e profundas, que nunca conseguiram ser vislumbradas mesmo pelos altos escalões da esquerda, que dominou a crítica literária por décadas – mesmo o grande crítico literário marxista Georg Lukács encontrava mais eco sobre o realismo objetivo em Balzac, Dostoievsky e Thomas Mann do que nos bastiões da ficção do “realismo socialista”. Como bem dizia uma piada dos países do Leste, no impressionismo você pinta o que sente, no expressionismo você pinta o que vê e no realismo soviético você pinta o que mandarem você pintar.

É comum à esquerda vender suas teses em tratados abstratos sem conexão com a realidade (suas elucubrações sobre “desigualdade” e “estupro”, mas sempre passando a mão na cabeça de burocratas milionários e estupradores da vida real) ou em narrativas simplórias de “menino pobre que matou o menino rico pela falta de oportunidades”. Nunca vemos dialética interna, nunca uma dúvida ou conflito.

Não vemos nunca entre intelectuais de esquerda, sejam os Negris ou os Saderes, personagens complexos como Settembrini, o racionalista da modernidade liberal, e o soturno Naphta, jesuíta comunista e ocultista, da Montanha Mágica de Thomas Mann. Ambos reunindo contradições dentro de si, mas também postos em disposição que permanentemente os testa. Settembrini, otimista celebrador da vida, está na verdade às portas da morte, e seu cosmopolitismo é uma forma provinciana de eurocentrismo. Também Naphta, que se alimenta do fanatismo religioso, da impessoalidade e da valoração excessiva da morte, nunca se cura, mas também nunca se entrega a seu dogma de fé na morte por inteiro. É quem, afinal, está de verdade escandalizado pelo horror que é perceber que ser homem é também ser doente, e que uma vitalidade verdadeira é sua aspiração secreta.

Sem reeducar o imaginário, sobretudo com a ficção complexa, dos clássicos e dos modernos, não teremos saída senão o mundo platiforme da esquerda, que se julga justamente mais “crítico”, “racional” e “justo” justamente por não conhecer nada além de sua auto-congratulação umbigocêntrica – crendo exatamente por isso que é possui mais “diversidade”, “tolerância” e menos “preconceito” que seus adversários, que ataca sem conhecer.

Por ora, a esquerda, mesmo pavimentada de boas intenções, tem um problema de visão: só enxerga o que está em sua clave de injustiças, não vendo problema nenhum no mundo fora do tripé de indignação seletiva. E julga que quem não veste o mesmo cabresto só pode ser um obscurantista irracional.

É fácil se assustar com o capitalismo e a direita liberal ou conservadora pelo que a esquerda fala dela. Ou atribuindo suas características às frases mal formuladas, a histrionismos de ocasião, aos discursos enfezados e atípicos de políticos sem papas na língua, sem saber o que é de fato a liberdade que permite que países como a Suíça sejam a Suíça – e por que ela odeia a esquerda.

Fica um convite para os racionais que ainda creem no planejamento reformador, no centralismo burocrático e no progressismo seletivo da esquerda: conheçam o capitalismo, e saibam o que é de fato a direita liberal ou conservadora. Do contrário, seu destino é apenas a indignação modelo Sara Winter: uma loira, rica, magra, famosa e que alguns consideram atraente, protestando jurando a si mesma que é uma “minoria” vítima de injustiças.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern

Analista político, palestrante e tradutor. Escreve para o jornal Gazeta do Povo , além de sites como Implicante e Instituto Millenium. Lançou seu primeiro pela editora Record Por trás da máscara, sobre os protestos de 2013.

21 comentários em “O Natal do Sakamoto e o nosso – a diferença entre nós e eles

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    01/01/2015 em 12:49 am
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    Excelente.

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    30/12/2014 em 3:36 pm
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    Ótimo texto.

    Além de não aprenderem nada com os erros econômicos do passado, esquerdistas não possuem o mínimo senso de proporções.

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    28/12/2014 em 12:11 am
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    É um mar de incoerências…como ter pena de um marginal e ser insensível a indignação legitima das vítimas. Reconheço em mim a maldade, poderia, com facilidade até, agir com crueldade ou de forma desonesta, acontece que minha consciência moral não permite, mas nem todos tem os mesmos escrúpulos…
    Se me perguntassem por que agi daquela maneira, diria ser a tpm, o câncer, as perdas de entes queridos, fui estuprada na infância, qualquer coisa para me redimir perante os outros, menos…por que eu quis! As pessoas querem sempre procuram por “motivos”e nem sempre tem ou são torpes. Ora reconhecendo até aquilo que existe em mim, fácil reconhecer nos outros. A maldade existe, tratar criminosos como coitadinhos é digno de sociedade que acredita em coelhinho da páscoa, bom para hipócritas, bom para indivíduos que queiram soltar os bichos e saírem impunes, se não tivereram escrúpulos pra cometerem crimes, vão ter menos ainda pra botar a culpa no outro, eu, você, nós, ” o sistema”, “o demônio”. A maldade é inerente aos seres humanos, a barbárie sempre caminhou junto com a humanidade, está nos pensamentos, nos desejos, e alguns com ou sem motivos, pequenas ou grandes transgressões vão colocar em prática durante a vida…mais importante é reforçar os freios. Há infantilidade demais nos adultos hoje, rasos demais e serão culpados por muitas desgraças ainda, é bem como dizem: quem poupa o lobo, sacrifica as ovelhas.

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    27/12/2014 em 11:21 pm
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    Ótimo texto, e através dele me deparo com a vergonha de ser humano, a diferença entre os que respiram nesta terra é abismal.
    Esta esquerda em moda no Brasil arrebanha incautos para bater panela em praça pública para reivindicar direitos que os que acordam cedo e trabalham os têm, esta esquerda se aproveita da inércia das minorias E maiorias que não querem se meter em problemas, em discussões, e sem saber não mostram a realidade prática da vida aos seus filhos e próximos, de que antes de receber vc tem que trabalhar, e não esperar o bolsa papai, o bolsa família, a minha casa minha vida, bolsa minha casa melhor… Meu Deus… (agora para não arrebentar com o Tesouro Nacional já falam em vender ações da Caixa num futuro próximo, a baixeza intelectual é um acinte, sempre recorrendo a capitalismo prático e funcional para resolver os problemas que produzem).
    Quem acorda cedo, vai a luta, paga aluguel e suas contas não tem tempo para analisar a flagrante decadência intelectual que este Sakamoto e seus pares jogam por aí, colocando seu filho no embornal esquerdopata, quem está curtindo esta linha tem um berço bem quentinho provido pelos seus pais que dão duro na vida (conheço alguns), ou seja, através da sustentação provida através do capitalismo. É claro que há uma outra boa porção que gosta deste rapaz, são estes os MSTs, MTSTs, PSOLs, PCdoBs, quem invade propriedade privada e estaciona o seu carro logo ao lado, quem é amigo do rei na situação governista, quem tem blog patrocinado pela Caixa, BB, BNDES, ou seja, os que não estão no MERCADO (livre, concorrido e justo para quem trabalha e entrega resultado), é interessante ver que há alguns donos de blogs esquerdopatas patrocinados pelo governo já estiveram no mercado, e naquele momento estava tudo certo, mas depois que perderam o seu emprego e não conseguiram se recolocar da forma que queriam, se aproveitaram deste nicho, do bajulador oficial para obter um patrocínio bacana, chega a suscitar vergonha alheia, que conversa mal-afiada!
    Mas diante de tudo isto, qual é a reação dos Liberais? Ou falta aglutinação para tal?

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    27/12/2014 em 10:32 pm
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    Ótimo texto, como sempre, Morga. Mas, olha, concordo com o Murilo, tente tomar um pouco mais de cuidado ao generalizar ou desmerecer todos os aspectos de uma pessoa por ela ser de esquerda, pois, por vezes, nos confundimos com tanta asneira que eles falam e podemos achar, como já vi você fazendo muitas vezes pelo Facebook, que a MPB por ser rodeada de opiniões mongóis é automaticamente ruim. Há uma clara distinção entre o Picasso-pintor e o Picasso-formação-de-opinião-de-merda. Se você não gosta do cubismo dele (como eu também não gosto, acho dadaísmo, cubismo e outras baboseiras pós-modernas), há outros espaços para isso. Dizer que Chico Buarque, João Gilberto ou Tom Jobim são músicos irrelevantes e considerar apenas as opiniões de merda de muitos deles é um erro crasso, uma demonstração de desapego à qualidade musical e louvação ao estrangeirismo per si.

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      30/12/2014 em 1:53 pm
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      Caro Pedro, obrigado pelo elogio. Sobre generalizações, sem elas não conseguimos pensar. Tal como particularizações. Por mil vezes falei que não gosto de MPB, mas que o foco da minha crítica é bem outro: tratam-na como algo “inquestionável”, e pra mim, fora dos clássicos, nada o é. Por que tratá-la automaticamente como música de “bom gosto” e “música que todo gosta, portanto deve ser o gênero tocado em ambientes com música”? Mas nem de longe meu desapreço por músicos como Chico Buarque ou João Gilberto é devido a “estrangeirismos”. Abraço.

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    27/12/2014 em 8:15 pm
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    Belíssimo texto.
    Só não entendi misturar Marilena Chauí com Picasso, Sakamoto com Niemeyer, Pablo Villaça com Chaplin.
    Picasso, Niemeyer e Chaplin, apesar de esquerdistas, foram monstros sagrados nas artes a que se dedicaram. A obra arquitetônica do Niemeyer é apartada da estupidez de seu pensamento político.
    Villaça, Sakamoto, Cynara e Chauí são apenas idiotas palpiteiros, vomitando asneiras na mídia e na academia, sem nada produzir de relevante.

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      27/12/2014 em 11:01 pm
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      Não posso julgar Chaplin, nem Picasso, mas Niemeyer, como arquiteto, era um ótimo comunista. Fez sucesso mais pela propaganda da esquerda que não cansa de repetir “Niemeyer é um deus da arquitetura”, que pelas suas obras em si. Construiu prédios de vidro voltados ao sol (o que o deixa praticamente inutilizável), locais residenciais em brasilia completamente desconfortaveis e “não-residenciais”, e ´por ai vai. Era um lixo de arquiteto. Um endeusado lixo de arquiteto.

      Há algo que a esquerda faz muito bem: Bater no peito e se achar espetacularmente boa, seja lá o que estiver fazendo. Talvez as obras de Chaplin e Picasso entrem para o mesmo grupo. Sempre achei que Chaplin era bom pois todos sempre me disseram que ele era bom. Picasso é a mesma coisa.

      Como não sou crítico de arte, não sei “o que é bom”, eu acredito. Mas no Niemeyer eu não acredito.

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      30/12/2014 em 1:56 pm
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      Murilo, creio que você entendeu sim: a idéia é justamente o contraste entre esquerdistas de respaldo mundial e o que são os nossos “intelectuais” e “artistas” de esquerda, sobretudo hoje. O choque não pode ser mais absurdo. Abraço.

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    27/12/2014 em 7:16 pm
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    Adoro seus textos Flávio! E acho ótimo quanto refutam o Sakamoto ou o utilizam como exemplo, pois devido aos pobres parâmetros nacionais ele ‘paga’ de intelectual, mas como todo esquerdista, me parece ignorar o passado e julgar o presente com base no vácuo. Afinal, como muito bem escrito: “Sem reeducar o imaginário, sobretudo com a ficção complexa, dos clássicos e dos modernos, não teremos saída senão o mundo platiforme da esquerda…”

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      30/12/2014 em 1:58 pm
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      Obrigado, Andréa! Só nem me preocupo em “refutar” o Sakamoto, que nem deve se levar tão a sério assim. Apenas aproveito ensejos (qualquer notícia que seja) para explicar conceitos mais complexos para quem gosta de pensar – de imaginação moral a Mário Ferreira dos Santos. Note que mal falo dele no texto. Minha preocupação é muito maior do que onde o pensamento dessa turma é capaz de alcançar…

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    27/12/2014 em 6:57 pm
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    Ótimo texto – primoroso!, melhor dizendo, desconstruindo o Sakamoto de cabo a rabo. Não ligue para o imbecil acima que, como bom esquerdista, não debate as idéias, mas apenas desqualifica a pessoa que escreve. Você os conhece.

    Cara, uma crítica construtiva: porque você não é no facebook ou twitter o mesmo Flávio que aqui escreve? As vezes seus comentários pegam mal, fica parecendo uma direita infantil, birrenta, meio mimimi, ao estilo do fraco Marcos Vinicius sei lá o que. Você tem muito mais conteúdo do que demonstra nestes dois canais.

    Se acha que é bobagem, paciência. Mas eu acho que você deveria se levar mais a sério, pois quando o faz, vira um monstro comedor de textos de esquerdas pacóvios.

    Parabéns!

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    27/12/2014 em 6:02 pm
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    Ótimo texto. Verve endiabrada! Aqui há informação, cultura. Dá até pena do SakaMorto!

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    27/12/2014 em 3:22 pm
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    Ótimo texto,uma pena ter que ler aquela porcaria do sakamoto, para adentrar a curiosidade do seu texto…

Fechado para comentários.

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