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Desigualdade Social é ruim?

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DesigualdadeBenéfica2

Se você conseguiu ler mais do que o título, parabéns. Espero que vá até ao final do artigo antes comentar.

A figura que surge para a maioria das pessoas quando falamos em desigualdade social é pior que a do Freddy Krueger, provavelmente ele teria pesadelos com ela. Essa imagem é distorcida por décadas de doutrinação marxista cultural e educacional.

Primeiro, porque a desigualdade é relativa, logo, se eu recebo R$1.000,00 ao mês e meu colega recebe R$1.001,00 já há desigualdade entre nós. A desigualdade social existe também entre os ricos, ora, se eu tenho uma mansão de R$5 milhões e mais R$20 milhões na minha conta e você tem uma mansão de R$4 milhões e R$19 na conta, estamos em desigualdade, mas somos ricos. A desigualdade social não serve como parâmetro para medir a miséria, pois esta é absoluta.

A grande jogada dos defensores da “igualdade social” é dizer que Chico tem R$1 milhão, enquanto Uéslei tem R$70,00 e, portanto, essa desigualdade é o fato social desencadeador da miséria, Ou seja, se eu tenho muito sou culpado por você ter pouco, como se a economia fosse um jogo de soma zero, onde toda a riqueza já está gerada e se alguém pegar uma fatia maior deixará fatias menores para os demais. Isso é mentira!

O fato de eu ganhar mais que X ou Y em nada contribui com a miséria. Temos que considerar o meu nível de especialização, o trabalho que desenvolvo, a qualidade desse trabalho, meu esforço, as metas atingidas (ou não atingidas), o lucro gerado e a relação entre a demanda por trabalhadores com meu perfil e a quantidade de mão de obra disponível.

Quanto maior a demanda pela minha mão de obra, mais específico for meu trabalho e menos oferta de trabalhadores com meu perfil, obviamente, maiores os meus ganhos/remunerações/etc. Por exemplo, o Brasil hoje tem escassez de mão de obra na área de engenharia ao ponto de ter que importar engenheiros, logo, as remunerações oferecidas pelas empresas para incentivar mais indivíduos a buscarem especialização nessa área são altas. Enquanto isso, a oferta de vagas de emprego em telemarketing é muita (principalmente devido à rotatividade desse tipo de trabalhador), mas a especialização pedida é muito menor e há muito mão de obra disponível, seja para treinamento e até primeiro emprego, ou profissionais já há algum tempo na área, ou até profissionais buscando um recomeço. Há poucas pessoas qualificadas para a função de Supervisor nos Call Centers e/ou ficará muito caro contratar um profissional de fora? Simples, essas empresas oferecem planos de carreira para os funcionários, descontos em faculdades e até bolsas integrais, para que se qualifiquem, ocupem os cargos e tenham um custo menor que um profissional com anos de experiência e especialização acima do necessário. Isso é ótimo, pois proporciona a esses profissionais adquirir especialização, experiência e valorizar sua mão de obra, podendo reinvestir em mais especialização e partir para algo melhor no mercado de trabalho.

Obviamente essas empresas não são perfeitas, como nenhuma é, contudo, esse modelo é aplicado na maioria delas e as ajuda a diminuir os próprios custos com rotatividade de funcionários, como a captação de novos profissionais no mercado para substituir os anteriores, novos treinamentos e o tempo X para começar a dar retorno a empresa.

O que tudo isso tem a ver com desigualdade social? Ora, esses indivíduos estão buscando obter maiores lucros, remunerações, ganhos, etc. E são recompensados por isso através da meritocracia.  A desigualdade social surge como um efeito natural da concorrência no mercado, seja entre empresários, ou empregados. Uma empresa deseja sempre obter maior fatia do mercado que a outra, ser líder, enquanto os trabalhadores buscam aumentar os próprios ganhos e, em alguns casos, possuem metas como supervisão, gerência, diretoria, etc. Outros, são mais valorizados pela alta especialização e escassez de sua mão de obra, mas também competem entre si pelas melhores vagas, o que força as empresas a oferecer vagas cada vez melhores, do contrário, os poucos profissionais que há buscarão sempre as mesmas empresas e as demais terão que fechar.

Dentro desse processo, nada mais natural que a desigualdade social. Agora, e o Uéslei, que ganha R$70,00 ao mês? Não é culpa da desigualdade social. O Uéslei trabalha? Tem especialização? Não? Ok, talvez ele seja daquela camada miserável da população que não obteve acesso a educação de qualidade que valorizasse sua mão de obra, contudo, ele buscou criar as próprias oportunidades? Vejo muitos vendendo doces na rua, recolhendo papelão e alumínio, trabalhando de camelô e assim por diante. Uéslei buscou alguma alternativa para obter experiência e tentar melhorar de vida? Ah, mas Uéslei está no sertão “brabo” do nordeste. Porque na migra como tanto fizeram e ainda fazem?

Voltando um pouco ao caso da educação de qualidade. Não espere que isso parta do Estado, por motivos simples. Quando um serviço é virtualmente gratuito (no caso dos públicos é pago com os impostos) a demanda por ele tende a ser infinita, sendo o serviço oferecido limitado, o que gera escassez desse serviço e o sucateia. Raros os que obtêm alguma qualidade. Para piorar, o Estado não está sob as leis de mercado, ou seja, não precisa se preocupar com o mecanismo de lucros e prejuízos, posto que os pagadores de impostos o custeiem. Também não consegue efetuar o cálculo econômico, não estando sob as leis de oferta e demanda, não sabe mensurar custos, nem o quanto é necessário produzir ou prestar determinado serviço para suprir a demanda existente. Tudo isso impede uma distribuição racional dos recursos escassos do Estado, gerando ainda mais escassez em algumas regiões e mantendo a de outras.

A miséria é um fato provocado pela ineficiência do Estado, que não tem como ser eficiente como apresentado no parágrafo anterior. O que isso significa? Que só no Livre Mercado, ou seja, sem a presença do Estado, há livre concorrência, o que obriga os empresários a buscarem a melhoria contínua de seus produtos e serviços, baixos custos, preços menores e valorização da mão de obra para possibilitar tais melhorias. Os trabalhadores, então, se vêem obrigados a buscas especialização e/ou criar as próprias oportunidades e empreenderem. Há mais e melhores oportunidades.

A educação privada se adéqua às necessidades do mercado, valorizando ainda mais a mão de obra. Também fica mais barata e de qualidade superior, devido ao setor estar sob as leis do mercado. O acesso a essa educação aumenta.

O mais “engraçado” é que quanto mais próximo desse modelo, maior é a desigualdade social e menor a miséria. A Etiópia é um dos países mais iguais do mundo, assim como Paquistão, mais iguais que a média da União Europeia. Cuba e Coreia do Norte também são muito igualitários. O Timor Leste é mais igualitário que França, Canadá e Espanha. Malawi é mais igualitário que o Reino Unido. Onde há mais miséria?

A igualdade social só é virtualmente possível se nivelada por baixo, através da socialização da miséria, enquanto a desigualdade social é indiferente deve até ser incentivada, no sentido de que os indivíduos devem almejar sempre o desenvolvimento de si mesmos, através do qual acabarão promovendo o desenvolvimento sustentável de toda a sociedade, beneficiando-a.

Já onde há “igualdade social”, com o povo na miséria socializada, como estão mesmo os governantes? Ah, sim, no ranking da FORBES.  

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Roberto Barricelli

Roberto Barricelli

Assessor de Imprensa do Instituto Liberal e Diretor de Comunicação do Instituto Pela Justiça. Roberto Lacerda Barricelli é autor de blogs, jornalista, poeta e escritor. Paulistano, assumidamente Liberal, é voluntário na resistência às doutrinas coletivistas e autoritárias.

4 comentários em “Desigualdade Social é ruim?

  • Avatar
    13/04/2014 em 11:56 am
    Permalink

    Muito bom o texto, parabéns.

  • Avatar
    12/04/2014 em 10:09 pm
    Permalink

    Meu caro, não é por nada, mas seus exemplos são bem simplistas para não dizer reducionistas .. digo, pelo simples fato das variadas nuances que envolve a vida e condições de cada indivíduo quando estão perante a desafios que são além das suas atribuições para supera-los, como, por exemplo, o “pobre” e “reducionista” exemplo do cidadão que vive no sertão e, segundo você, não vai embora para outro lugar, em hipótese, para um centro urbano, porque não quer tentar viver em condições melhores de vida … Tu simplesmente, nesse exemplo, negou todo os fatos que, além de poder colocar ele em piores condições, escancarariam mais ainda os problemas visíveis que vemos nos grandes centros …. ou seja, tu simplesmente acredita que o cidadão que sai de tais condições degradantes que vivera, que no mínimo sequer teria um pingo de renda para se sustentar, e se dar bem em algum centro urbano, onde as condições de sobrevivência seriam todas voltadas ao mercado, na qual este, exigiria de todos aqueles que vivem nessa localidade, o mínimo de especialização ou conhecimento para tornar-se competitivo no mercado … tu acredita que o cara do sertão, pobre, sem renda alguma vai chegar nesse centro urbano e vai alugar uma casa e depois de manha conseguir emprego sem sequer possuir algum tipo de qualificação ?? acho que não, é bem mais plausível me vir a imagem deste cidadão ir morar embaixo de uma ponte com seus familiares e sustentar-se a coleta de sobras para comer e sucata para tirar um pouco para sobreviver …. Desigualdade é bom num certo nível ou grau, onde as discrepâncias não sejam tão gritantes e que no mínimo todos tenham condições de competir entre si no mercado, e não esse extremo que tu colocou.

    • Roberto Barricelli
      13/04/2014 em 10:05 pm
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      Oliver Matisse,

      O cidadão não precisaria sair se houvesse liberdade para ele empreender onde vive, gerando riqueza e distribuindo renda através da geração de empregos. Ele não tem condições de migração muitas vezes por causa da miséria absoluta na qual vive graças a “justiça social” demagógica que não tem qualquer efeito positivo real e programas assistencialistas que o mantém na miséria, alienado e não confere quaisquer condições e/ou um ambiente onde ele possa se desenvolver e obter renda.

      Se a pessoa mais pobre do país ganhar R$10 mil ao mês, mantendo-se o atual custo de vida, e a mais rica ganhar R$1 bilhão ao mês, há uma discrepância mais extrema que a que eu coloquei, no entanto, não há miséria. Um ambiente próximo a isso só é possível no Livre Mercado.

      Se esse cidadão recolher sucata para sobreviver, logo, ele está trabalhando e tentando gerar riqueza e obter renda suficientes para o próprio sustento e de sua família. Essa “imagem” você vê com muito mais frequência nos países menos livres e que batem na tecla da “igualdade social”, perseguindo-a através de ações estatais, que geram mais miséria.

      Os que moram nessas localidades podem ser treinados e capacitados pelas empresas que receberem benefícios como desregulamentação, isenção de impostos e flexibilidade nas contratações para se instalarem em tais localidades. Quando a FORD instalou uma unidade em Camaçari/BA, houve primeiro a necessidade de “importação” de mão de obra, no entanto, sendo o custo deste procedimento muito maior, a empresa optou por um amplo programa de treinamento e capacitação de mão de obra local. Não é uma questão de caridade, mas de mercado, pois o empresário faz aquilo que for melhor para ele e na busca por essa realização egoísta acaba promovendo o que é melhor para a sociedade, desde quem em um ambiente de Livre Mercado ou (no mínimo) com bom nível de liberdade.

      Atualmente os indivíduos que saem dessas condições e migram para os grandes centros possuem suas oportunidades restringidas pela intervenção do Estado no mercado, que acarreta também em maior dificuldade para que essas pessoas possam sequer gerar a próprias oportunidades.

      Abraços

      Roberto

  • Avatar
    12/04/2014 em 9:32 am
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    Governo centralizador acaba praticando um socialismo que aumenta as desigualdades. Invariavelmente os chefes e chefetes do regime aparecerão nas páginas do Forbes. E se não aparecerem é porque está protegido por um laranjal inteiro

Fechado para comentários.

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