Promessas de Lula e do PT à luz do pensamento liberal

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Luiz Inácio Lula da Silva, em sua terceira passagem pela presidência do Brasil, retornou ao poder com um discurso repleto de promessas: ampliação de direitos sociais, fortalecimento do papel do Estado na economia, revogação de reformas anteriores e “resgate da dignidade do povo”. Seu partido, o PT, sustenta uma agenda que insiste em intervir diretamente na economia e expandir o Estado como agente central do desenvolvimento.

Contudo, sob a ótica liberal centrada na liberdade individual, responsabilidade fiscal e limitação do poder estatal, essas promessas soam menos como soluções e mais como riscos à prosperidade e à liberdade econômica.

A expansão do Estado: um caminho conhecido

Entre as promessas centrais de Lula, está a ampliação dos gastos públicos, especialmente em programas sociais, infraestrutura e estímulos estatais à indústria. O problema, para os liberais, não está na intenção de reduzir a pobreza, mas na crença equivocada de que o Estado é o melhor instrumento para tal tarefa.

Como alertou o economista Frédéric Bastiat, no século XIX: “O Estado é a grande ficção pela qual todos tentam viver à custa de todos.”

Prometer que o Estado proverá tudo – saúde, educação, emprego, renda e bem-estar – ignora a origem dos recursos: os impostos pagos por indivíduos produtivos. Ao concentrar poder e recursos nas mãos do governo, perde-se eficiência, abre-se espaço para a corrupção e sufoca-se a iniciativa privada.

Populismo fiscal e a ilusão do gasto ilimitado

O governo Lula também insiste em relativizar a responsabilidade fiscal, sugerindo que “gasto social não é despesa, é investimento”. Embora essa retórica emocione, ela contraria um princípio básico da boa gestão: não se pode gastar indefinidamente acima da arrecadação sem comprometer a estabilidade macroeconômica. Como observou Milton Friedman: “Não existe almoço grátis.”

Friedman nos lembra de que toda despesa pública tem um custo, geralmente pago em forma de inflação, endividamento ou aumento de impostos. A experiência brasileira nos governos petistas anteriores (2003–2016) mostra que políticas de expansão fiscal sem contrapartidas geram crescimento artificial, seguido de crise, como ocorreu em 2015 com a chamada “nova matriz econômica”.

Promessas contra o mercado: o risco à liberdade econômica

Outra frente sensível é a relação do atual governo com o setor privado. As promessas de “reindustrialização com o apoio do BNDES”, “valorização das estatais” e reversão de privatizações demonstram uma desconfiança estrutural no livre mercado, substituindo a competição por favoritismo político.

Friedrich Hayek, em O Caminho da Servidão, advertiu sobre o risco de governos que buscam planejar a economia: “Planejar a economia significa planejar as pessoas. E planejar as pessoas é negar-lhes liberdade.”

Ao substituir a livre iniciativa por políticas estatais dirigistas, o governo interfere na alocação eficiente de recursos, favorece grupos com acesso ao poder e desencoraja o investimento produtivo.

A falácia da redistribuição estatal

Lula e o PT também insistem na retórica de “fazer os ricos pagarem mais” para financiar a inclusão social. Embora o combate à pobreza seja um objetivo legítimo, os liberais alertam que redistribuição forçada, especialmente quando baseada em aumento de impostos e concentração de recursos no Estado, tende a gerar o efeito contrário ao pretendido: desestimula o investimento, reduz a criação de empregos e perpetua a dependência estatal.

Margaret Thatcher, primeira-ministra britânica, ironizou esse tipo de política com precisão: “O problema com o socialismo é que, cedo ou tarde, o dinheiro dos outros acaba.”

Conclusão: promessas não pagam contas

Do ponto de vista liberal, as promessas de Lula e do PT estão mais ligadas à retórica populista do que a soluções sustentáveis. Um governo comprometido com a liberdade e a prosperidade deveria:

  • Respeitar o teto de gastos e o equilíbrio fiscal;
  • Incentivar a concorrência e a inovação, não o dirigismo estatal;
  • Reduzir a burocracia, os privilégios e os subsídios cruzados;
  • Proteger a liberdade individual contra o avanço do Leviatã estatal.

Prometer mais Estado pode render aplausos no curto prazo, mas o custo pago com inflação, desemprego, perda de credibilidade e queda de investimentos sempre recai sobre os mais vulneráveis. Como disse Hayek:

“A escolha que enfrentamos é entre controle e liberdade.”

A política brasileira, portanto, precisa urgentemente retomar os princípios liberais que colocam o cidadão e não o Estado no centro da vida econômica e social.

*Isaías Fonseca é associado I do Instituto de Formação de Líderes de Belo Horizonte. 

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