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Precisamos falar sobre o desarmamento na Venezuela

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Um dos problemas com as ciências sociais é que não há laboratórios para experimentos controlados como nas ciências naturais. Mas às vezes chegamos perto disso, como quando um mesmo povo, com mesma cultura, é arbitrariamente dividido. Alemanha Oriental e Ocidental, Coreias do Sul e do Norte etc. A Venezuela é outro caso interessante que, apesar de toda a empatia que sentimos pelo sofrimento do povo, serve para demonstrar com perfeição os fracassos das políticas socialistas.

O fato de o país ter uma das maiores reservas de petróleo do mundo e não ser alvo de embargo algum – muito ao contrário: os americanos são os maiores compradores do seu “ouro negro” – derruba qualquer tentativa de proteger seu modelo “bolivariano” dos resultados que ele – e só ele – produziu. Basta voltar um pouco no tempo para ver a quantidade de “intelectuais” que defendiam o “socialismo do século XXI”. Muitos se fazem de sonsos agora, de desentendidos, mas nós, liberais e conservadores, alertamos que a desgraça seria o destino inevitável do país. E foi.

Com hiperinflação e escassez generalizada, além do total descontrole da violência, o regime se tornou mais e mais opressor para conter a revolta legítima da população, submetida ao terror antidemocrático. A Venezuela, que tinha “excesso de democracia” segundo Lula, vive hoje sob uma ditadura, fato inegável. E Nicolás Maduro, o ex-motorista de ônibus que virou tirano, não se importa em armar suas milícias contra o povo, para impedir mudanças democráticas em seu país.

Por que, então, a Venezuela não vive uma guerra civil com chances de vitória do lado popular e democrático? Por que é quase impossível imaginar que, sem intervenção externa, a população não tem chance contra o regime opressor? A resposta é evidente: ao longo dos últimos anos, desde Hugo Chávez, o governo vem desarmando a população, os civis inocentes, aqueles que, agora, poderiam lutar contra a ditadura opressora.

O desarmamento finge mirar na criminalidade, mas no fundo sempre teve ligação com o receio de revoltas populares contra governos que abusam do poder. Historiadores já comprovaram tal motivação no passado, quando essas políticas desarmamentistas começaram. E todo regime coletivista autoritário ou totalitário lançou mão do mesmo instrumento para se perpetuar no poder. Era por isso mesmo que os “pais fundadores” da América se colocavam totalmente a favor do direito inalienável de o cidadão possuir uma arma, como lembra Leandro Ruschel:

Mais uma vez é provado o objetivo totalitário de qualquer campanha de desarmamento, sempre vendida ao público como uma medida conta a violência.

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou ontem que aumentará as milícias chavistas, de 300 mil para 500 mil integrantes, provendo um fuzil para cada um dos milicianos para “defender a revolução”, ou seja, defender a ditadura.

Uma das primeiras medidas de Chávez quando chegou ao poder foi desarmar a população, assim como Lula, seguindo a tradição de Hitler, Lênin, Stálin, Mao e Pol-pot.

Agora a população desarmada não tem a menor chance de encerrar o regime totalitário, já que Maduro tem nas mãos o exército e as milícias chavistas.

A existência de um regime político que garanta a liberdade depende de cidadãos honestos armados. Os Founding Fathers sabiam muito bem disso e colocaram tal direito na Constituição americana. Não é por acaso que a esquerda dos EUA tem entre seus principais objetivos a retirada desse direito.

Os “pais fundadores” da América queriam preservar o direito de o povo formar milícias, para se proteger não só de criminosos, mas principalmente do próprio governo! O “Bill of Rights” é um documento que busca preservar as liberdades individuais contra abusos do estado. Quando este se torna o maior criminoso, a maior ameaça à população, só há um jeito de reagir: lutando. E todo tirano em potencial sabe disso e tenta, então, retirar os meios para tanto.

A Venezuela desarmou a população. E agora Maduro quer armar sua milícia, para atirar no povo e asfixiar sua revolta legítima. Imagens desses milicianos atirando contra a população podem ser vistas nas redes sociais. Não há mais máscara. A ditadura mostrou seus dentes afiados, sua cara feia. E ela só está vencendo porque as pessoas de bem não têm mais armas para se defender, são reféns dos marginais socialistas, cordeiros entregues desprotegidos aos lobos.

A história poderia ser diferente se Chávez não tivesse desarmado a população…

 

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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Presidente do Conselho do Instituto Liberal e membro-fundador do Instituto Millenium (IMIL). Rodrigo Constantino atua no setor financeiro desde 1997. Formado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), com MBA de Finanças pelo IBMEC. Constantino foi colunista da Veja e é colunista de importantes meios de comunicação brasileiros como os jornais “Valor Econômico” e “O Globo”. Conquistou o Prêmio Libertas no XXII Fórum da Liberdade, realizado em 2009. Tem vários livros publicados, entre eles: "Privatize Já!" e "Esquerda Caviar".

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