O que impera na Venezuela é o estado de anomia
Em 1999, Hugo Chávez começou a implantar o socialismo bolivariano. Preparou seu sucessor, Nicolás Maduro, que, em 2013, ao assumir o lugar de seu mentor, arrochou ainda mais a intervenção estatal até estabelecer o comunismo.
Com a óbvia e inescapável deterioração econômica e social, a situação política descambou para a anarquia. Não há governo em funcionamento na Venezuela.
A comunidade internacional já reconheceu: o que impera ali é o estado de anomia. Nicolás Maduro e seus comparsas não lideram um governo, são bandoleiros cuja gangue tem o quase monopólio da capacidade de usar a força e controlar os bens do país.
Duvido que o bandido de Caracas entregue as armas e o poder facilmente. Isso vai depender do grau de envolvimento que países como o Brasil, Colômbia, Estados Unidos ou Espanha quiserem ter para resolver o problema de uma vez.
A sociedade venezuelana terá que se reorganizar institucionalmente tão logo Maduro seja contido e sua organização mafiosa, que explora o petróleo e o mercado de drogas, seja desmantelada.
A Venezuela nunca foi uma nação com instituições fortes. Se fosse uma sociedade liberal, civilizada, aventureiros como Chávez e Maduro não teriam voz, nem vez.
Sair de uma experiência real que lembra obras de ficção, distopias como o filme cult Mad Max, não é fácil, mas também não é impossível.
Fico imaginando a Venezuela seguindo o caminho de outros povos que já haviam perdido a crença no futuro, mas superaram as adversidades e tornaram-se sociedades exemplares, como a Alemanha, o Japão ou os antigos países comunistas europeus como a Estônia, a República Checa ou a Polônia.
Quando se vêem cenas como essa, perde-se a perspectiva de que o homem é um ser racional e que construir uma sociedade livre onde possamos florescer como indivíduos faz parte do nosso destino. Destino esse que precisa ser escolhido, conquistado e construído.
Finalmente, cabe ressaltar que, durante os governos petistas, estávamos indo para o mesmo caminho trilhado pelo sofrido povo venezuelano, que hoje só encontra saída quando resolve partir para o exílio.