O “humor” nunca deixa o Brasil

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O Brasil, definitivamente, é o país da piada pronta. Aqui, a realidade frequentemente supera a sátira. Se um roteirista criasse uma história onde bandidos são soltos enquanto cidadãos comuns são perseguidos por expressarem opiniões, seria acusado de exagero ou ficção absurda. No entanto, essa é a nossa realidade. O crime é tratado com tolerância, mas a divergência política é tratada como ameaça à democracia. O cidadão que trabalha, paga impostos e tenta viver honestamente precisa andar com medo, enquanto criminosos – baseados em incentivos funestos – desfilam com a certeza da impunidade. O STF, que deveria garantir o equilíbrio das instituições, age como um poder acima de todos, interpretando a lei conforme seus próprios interesses e visões ideológicas. No fim das contas, o Brasil não precisa de humoristas – a política e a justiça já fazem esse papel com maestria.

Terras vermelho, verde-amarelas, transformaram-se num verdadeiro palco de grandes contradições quando o assunto é justiça e segurança pública. De um lado, criminosos – sejam ladrões, traficantes ou corruptos – circulam livremente, enquanto cidadãos comuns se veem cada vez mais acuados por um aparato estatal seletivo e arbitrário. O consórcio (des)governo e STF, sob o pretexto de proteger direitos humanos, frequentemente impede investigações policiais, dificulta o combate ao crime organizado e mina a autoridade das forças de segurança. No entanto, quando se trata de reprimir manifestações contrárias à linha ideológica dominante, a mesma estrutura estatal se mostra surpreendentemente ágil e implacável.

A seletividade na aplicação da lei é gritante. Pessoas que ousam criticar o governo ou as instituições nas redes sociais são rapidamente classificadas como “antidemocráticas” ou “extremistas”, sujeitas a investigações e punições severas. Enquanto isso, aqueles alinhados ao establishment político e ideológico parecem blindados contra qualquer tipo de responsabilização. O aparato estatal, que se mostra leniente com criminosos reincidentes e grandes esquemas de corrupção, se dedica a vigiar e punir postagens na internet, tratando palavras como se fossem ameaças mais graves do que ações concretas de violência e corrupção.

A peçonhenta perseguição política, disfarçada de defesa da democracia e justiça, escancara o caráter dissimulado de uma justiça que deveria ser cega, mas que claramente escolhe em quem mirar e quem punir severamente.

De fato, vivemos no país da piada pronta. Um lugar onde a lei não vale para todos da mesma forma, onde as decisões do STF notadamente são guiadas mais por interesses próprios e ideológicos do que por um compromisso genuíno com a justiça. Enquanto essa distorção persistir, enquanto a aplicação da lei continuar sendo arbitrária e manipulada conforme as conveniências de quem detém o poder, este país não tem nenhuma chance de dar certo.

Não há como prosperar em um sistema onde a impunidade reina para uns e a repressão seletiva pesa sobre outros. O Brasil continuará sendo refém da criminalidade e do autoritarismo disfarçado de proteção institucional, sem perspectivas reais de mudança.

Grandes humoristas como Chico Anysio, Jô Soares, Agildo Ribeiro e tantos outros que brilhantemente satirizavam os absurdos do país se tornaram desnecessários. O Brasil de hoje se encarrega de escrever suas próprias piadas, e o roteiro é mais inacreditável do que qualquer esquete de televisão. A diferença é que, antes, ríamos para não chorar; agora, choramos porque não há mais do que rir.

A impunidade, a inversão de valores e a seletividade da justiça transformaram o país em uma tragicomédia onde o cidadão de bem é o vilão, e o criminoso, a vítima. E, pior, aqueles que deveriam garantir o equilíbrio institucional atuam como roteiristas dessa peça grotesca, interpretando as leis conforme seus interesses e mantendo a população refém de sua própria hipocrisia. Escárnio!

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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