Do populismo para o aumento da produtividade
Tenho posto que a discussão sobre redução da pobreza no Brasil assemelha-se a um verdadeiro “papo de bar”.
É imprescindível mencionar que o elixir “mágico” para retirar as pessoas da pobreza é, sem dúvidas, o crescimento econômico.
Para tanto, o foco de políticas públicas deveria estar no aumento da produtividade nacional, aportando mais oportunidades, mais empregos e melhores níveis salariais. O grande imbróglio é que, em razão de uma “nova consciência benevolente” – e interesseira -, abdicou-se da preocupação com as alavancas da produtividade e do crescimento em favor de um assistencialismo contraproducente, sentimental e desmedido.
De maneira genuína, a lógica ilógica passou a ser o centro na redistribuição de renda, transferindo-se renda – e responsabilidades – daqueles que produzem para aqueles que pouco ou nada produzem. Os indivíduos são inerentemente diferentes, dotados de recursos, de habilidades e de atitudes distintas, vivenciando diferentes circunstâncias na vida.
É claro que existem reais incapacitados, que merecem acessar uma rede de proteção e auxílio do aparato estatal – e das “comunidades” envolvidas” – a fim de sanar suas necessidades e sofrimentos. No entanto, é necessário tratar tal questão com lógica, conhecimento e ciência “de verdade”, além de um humanismo racional, para distinguir entre aqueles incapacitados e aqueles capazes de assumir suas próprias vidas e responsabilidades correspondentes.
Comprovadamente, não há uma relação direta entre assistencialismo e redução da pobreza. O resultado prático e efetivo é, sem dúvidas, o aumento de barreiras à criação de mais empregos, mais oportunidades, à inovação e ao incremento da produtividade, obstaculizando o “salvador” crescimento econômico.
O Leviatã, “salvador” dos fracos e oprimidos, com sua gastança inconsequente em programas sociais, acaba intervindo com a mão pesado do Estado, interferindo abusiva e equivocadamente na economia, gerando exatamente consequências não intencionais – e intencionais – que redundam em uma série de barreiras e problemas para o alcance da criação de empregos, para o aumento de produtividade e para o vital crescimento econômico. Pior do que isso: cria-se um ciclo vicioso, em que a justificativa de aplacar as dificuldades dos mais necessitados faz com que o Leviatã siga intervindo e gerando ainda mais problemas para a vida, em especial dos mais pobres, mas de todos.
Objetivamente, é o Estado grande que gera disfunções na esfera privada e na economia e que, posteriormente, posiciona-se como o responsável para solucionar os dificuldades geradas por ele próprio. Governos populistas e irresponsáveis, especialmente aqueles da “esquerda bondosa”, miram, trivialmente, nas consequências de suas políticas esdrúxulas e “bem-intencionadas”, abstendo-se das reais causas da pobreza e do fracasso na direção do legítimo crescimento econômico.
É mister dar um “basta” na explosão infrutífera de benefícios àqueles que, seguramente, podem e devem ser estimulados a trabalhar, a assumir suas responsabilidades e a conquistar à dignidade individual. Por via de consequência, direcionando as políticas públicas para iniciativas que criem liberdade individual e econômica para às pessoas, interferindo menos na vida privada e na economia a fim de que os agentes econômicos possam estabelecer relacionamentos colaborativos e voluntários mais lucrativos, em um ambiente propício e favorável aos negócios e à respectiva geração de empregos, de renda, de produtividade e de mais prosperidade para todos.
Como realizar tal objetivo? Deixando-se de lado o populismo, a inconsequência e a incompetência, intervindo menos e mais acertadamente. Simples assim.
É fundamental melhorar em muito à qualidade da educação, em especial, a dura, na base. É preciso inovar em parceria com a iniciativa privada, criando centros de treinamento técnico nas amplas e variadas áreas industriais, gerando programas efetivos para inserção de jovens – e velhos – no mercado de trabalho e, principalmente, tirando dos ombros da iniciativa privada o fardo de um ambiente econômico repleto de normas, de regulamentos e de legislações risíveis e absurdas – estas últimas, geradoras de aumento de tributos e custos insustentáveis para o aumento de empregos, das inovações, da produtividade e do alcance do necessário crescimento econômico.
Passou da hora de separar o joio do trigo, de inverter os incentivos para o “andar com as próprias pernas” ao invés da nefasta “dependência planejada”! Os brasileiros do bem e aqueles que produzem não suportam mais financiar a ideologia do fracasso, o populismo e a incompetência estatal via um assistencialismo ideológico e contraproducente.
Chega de intervencionismos baratos, do incentivo à cultura da dependência e da gastança inconsequente do dinheiro dos reais criadores de empregos e de riqueza!
Definitivamente, o foco nacional deve ser colocado na geração de empregos sadios, na geração de novas ideias e inovações e no vital incremento da produtividade nacional. São esses fatores que induzem a verdadeira solução para a redução dos níveis de pobreza. É o crescimento econômico, estúpido!