Como seria um governo eficiente?
Ninguém quer saber se um governante vai agir com eficiência ou não. Isso é irrelevante ou secundário.
O que importa de verdade é se o governo vai agir limitando a sua ação à proteção dos direitos individuais inalienáveis que temos, à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade ou se agirá para violá-los.
Quando me falam em governo eficiente, a primeira imagem que me vem à mente são as fábricas da morte estabelecidas pelos nazistas na Alemanha, a partir da inauguração do campo de concentração de Dachau, em 1933.
Quando os alemães começaram a matar ali e em outros lugares, mais de seis milhões de judeus foram aniquilados em pouco mais de três anos, numa demonstração monstruosa do que a eficiência a serviço do mal pode fazer.
Não preenche o currículo de ninguém se dizer gestor, se dizer eficiente, quando se sabe que a instituição que será gerida, pode atuar para o bem ou para o mal, dependendo dos princípios e dos fins escolhidos para aplicar o poder que lhe é concedido pelos indivíduos, o monopólio legal do uso da coerção.
O discurso da eficiência fundamenta-se em última análise no pragmatismo, não importa o que for, vou fazer o que tiver que fazer, mas com eficiência.
O Brasil nunca vai sair desse círculo vicioso em que se encontra sem que haja uma discussão focada exclusivamente nos princípios.
Enquanto o debate entre os que detém o poder político não se der em torno da ética, com base na razão e na realidade circunstancial e histórica, ter alguém eficiente no governo que não expressa claramente seus princípios e os fins que deseja alcançar, é uma temeridade.