As regras do jogo do processo eleitoral brasileiro

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A falta de confiança no voto é crescente entre os liberais. O problema é quando essa ideia se espalha e atinge um número alto de adeptos. Isso é perceptível no elevado número de abstenções, votos brancos e nulos registrados nas últimas eleições.

Isso deveria ser uma boa notícia. Mas não é. Quando analisamos o voto, não levamos em conta o custo que isso pode trazer para o sistema político. Especialmente quando esse público poderia ser decisivo para uma mudança de stablishment político que no Brasil tende para a extrema-esquerda.

Nas Eleições de 2014, votos brancos, nulos e as abstenções somaram mais de 27 milhões de pessoas de um público eleitoral de 142 milhões. Quase 20% do público se absteve de votar, seja não comparecendo ou não escolhendo um candidato. O resultado? O candidato da extrema-esquerda se elegeu com a MINORIA absoluta dos votos.

Imagine um cenário político em que as abstenções fossem cortadas pela metade. Imagine que, agora, o candidato de centro-esquerda, Aécio Neves, tivesse mais 10 milhões de votos. A extrema-esquerda não teria ganhado.

Nas Eleições de 2016, em especial, no Rio De Janeiro, o número de abstenções combinadas com os votos brancos e nulos SUPERARAM a votação do candidato a prefeitura, Marcelo Freixo. Uma soma de mais de 41% do público eleitoral GERAL seria suficiente para eleger um OUTRO candidato, sem ser o Marcelo Crivella. E esse alto número de abstenções foi registrado em quase todo o país, nas eleições de 2016.

O Prêmio Nobel de Economia, Douglass North, analisou que as Instituições de uma determinada sociedade, ou as regras do jogo,  são condicionadoras e construídas pela interação humana, para a própria interação humana. Ou seja, as instituições guiam e condicionam um determinado comportamento dentro de uma determinada sociedade.

Quanto ao ramo político, devemos entender que o voto é um dever perante as instituições políticas da sociedade Brasileira. E os liberais sabem muito bem disso. Não podemos manter uma posição de “não voto” como protesto porque isso apenas beneficia a extrema-esquerda. Isso beneficia quem compra votos ou quem se sustenta mediante a um populismo mequetrefe.

Se mantivermos essa estratégia de descaso com o dever cívico poderemos ver um cenário em que o ex-presidente, Luís Inácio Lula da Silva, volte a ser presidente. Se mantivermos essa postura e o alto número de abstenções, seremos DIRETAMENTE culpados pela volta dos corruptos ao poder.

Estamos em um período onde podemos mudar o stablishment político brasileiro, dando novos ares com uma política mais liberal. E isso depende da nossa força como polo eleitoral. Não podemos nos escusar de um momento crucial para o desenvolvimento pleno das nossas ideias. Não salvaremos o mundo, mas não seremos culpados pela leniência para com nossos adversários.

Devemos, acima de tudo, ter a consciência de não reeleger aqueles que já estão no poder. Precisamos dar novos ares – um ar mais jovem – para o cenário político Brasileiro. Precisamos de candidatos a deputado estadual, deputado federal, governador, senador e presidente com ideias liberais e devemos os apoiar. Precisamos de uma voz, sim, dentro das duas câmaras.

Não convencidos? Apenas uma voz de um certo Suplente Deputado Federal, Paulo Eduardo Martins foi suficiente para desmantelar o movimento sindical alterando a obrigatoriedade do imposto sindical para uma contribuição voluntária.

Devemos incentivar e procurar candidatos liberais para uma representação política, sim. E rápido. Podemos fazer mudanças significativas para um futuro mais prospero e livre das melancias – verdes por fora, vermelhos por dentro – que estão surgindo. Se continuarmos nessa postura, a esquerda continuará no poder e interferindo na sua vida.

Estamos num momento de reestruturação política. Não podemos abrir mão da nossa força expressiva eleitoral para conseguirmos, sim, mudar os ares políticos. Se virou moda no Brasil a desconfiança nos políticos, devemos lembrar que eles são nosso funcionários. Servem ao Povo. E com isso, devemos apoiar aqueles que tem isso em mente.

Para que o mal triunfe, basta que o bem se cale, como bem falou Edmund Burke. Querem que aconteça uma mudança, mesmo que pequena, nas eleições de 2018? Vote, faça campanha e mude a postura de “não voto” para o “meu voto vai para o candidato X que é liberal”. Não tem Candidato Liberal? Procure alguma liderança  política local e faça ela tornar-se liberal. As ideias tem uma força que não pode ser subestimada.

Mude. Vote. Seja uma liderança local. Ou toque sua vida com a mesma postura e aceite o preço de ter a mesma política de baixa qualidade ditando regras absurdas para sua vida e a vida dos demais.

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Lucas Pagani

Lucas Pagani

Acadêmico de Economia da Universidade Federal de Rio Grande (FURG).

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