A palavra livre é o antídoto

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A liberdade foi sequestrada. O país adoeceu. O diálogo morreu e, no lugar da palavra, ergueu-se a carnificina verbal. Não se debate, caça-se; não se responde, liquida-se. Em pleno século XXI, aplaude-se a morte de quem pensa diferente! Esse é o retrato da nossa falência moral.

Políticos populistas semeiam rancor como técnica de poder; uma imprensa canalha transforma dor em audiência; multidões aplaudem o ódio como troféu. O sistema é deliberado: retórica inflamada gera torcidas, a audiência vira turba, a turba converte-se em agente de eliminação. Assim, a democracia não cai por um golpe dramático, mas se corrói silenciosamente, dia após dia, pela normalização da crueldade.

Eu recuso essa doença social. Não se trata de mero desacordo intelectual, trata-se de desumanização institucionalizada, em que opiniões viram sentenças e adversários passam a ser inimigos a extinguir. Enquanto se pronuncia a retórica dos direitos humanos em discursos decorados, a prática cotidiana devora a dignidade humana. “Humanidade” tornou-se slogan; o respeito, ruína; e a convivência, ringue. Sem uma ética mínima, até a economia mais próspera rui; sem liberdade, qualquer cura é quimera.

Há, porém, um remédio claro, inegociável e urgente. É o respeito irrestrito à liberdade de expressão, combinado com o reconhecimento absoluto da dignidade humana. Não estou pedindo conivência com a mentira nem indulgência à violência retórica. Necessita-se de regras morais inquebrantáveis, em que a palavra, por mais cortante que seja, não se transforme em sentença de morte. A liberdade deve ser antídoto, não pólvora.

Precisamos de um pacto moral que atravesse partidos, tribos e crenças — um pacto que defina limites éticos, responsabilize quem incita a violência e restabeleça a primazia da argumentação sobre a eliminação. Só assim reconquistaremos a convivência civilizada e salvaremos a verdadeira democracia da erosão interior.

Chegou o momento do basta definitivo. Ou resgatamos a palavra livre como remédio e reconstruímos a dignidade humana ou aceitamos viver num delírio permanente onde cada vitória se mede pelo silêncio imposto ao outro. Só há um jeito! O de lutar pela liberdade. Porque, sem liberdade, não há cura, e, sem dignidade, não há sociedade. Pior: sem verdade, não há futuro.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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