A ONU a serviço de um criminoso e de um plano ideológico
Todos aqueles que possuem o mínimo de prudência, e capacidade de ir além dos gritos das massas, conseguem perceber que a validade da vida humana é inerente a ela mesma. Esses mesmos ponderados que aqui rogamos para que ainda existam, entendem que os postulados dos “Direitos Humanos” não iniciaram com a ONU; que o cristianismo já pincelava há séculos em suas doutrinas aquilo que hoje vemos mais ou menos sistematizados em tratados. É verdade que na história esses direitos andaram claudicantes e, por vezes, relativizados pelo poder do momento; o século XX que nos diga.
Mas os ditos Direitos Humanos, agora institucionalizados por dezenas — talvez centenas — de instituições da ONU, UNESCO, ONG’s, institutos e demais órgãos duvidosos, não tardaram em abandonar suas manjedouras cristãs adotando os comitês socialistas como suas catequeses humanistas. Quem possui o mínimo conhecimento sobre o pensamento marxista e os desdobramentos de suas teorias, sabe que as pautas defendidas por essas instituições não passam de um servilismo ideológico ao socialismo e suas vertentes culturais. De defesa da dignidade humana não tardam a passar para defesa de governos e queridos.
Se é verdade que conhecendo a árvore qualificamos os frutos por ela gerada; podemos qualificar as intenções dessas instituições de “Direitos Humanos” a partir de suas causas finais.
Sexta-feira (17/08) fomos brindados com a “recomendação” do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para que a justiça brasileira, através do TSE, possibilite a disputa eleitoral pelo presidiário Lula. Não entrarei muito na questão jurídica dessa absurdidade, pois no amago da questão está um pedido de um comitê da ONU para que a justiça transgrida uma lei nacional; apenas quero reforçar que se trata de uma recomendação medonha que afronta de maneira debochada a Lei da Ficha limpa que impossibilita a candidatura do presidiário petista.
Também devo esclarecer que o pedido não consegue disfarçar seu apelo ideológico; sob uma máscara de legalidade jurídica banal, unida a uma carteirada de instituição internacional, tentar influenciar o processo criminal de um Estado-Nação independente chega a beirar o desrespeito à soberania jurídica do país.
Como disse Nelson Lehmann da Silva ao comentar o pensamento de Crane Brinton, a característica “comum mais em evidência de todas as grandes revoluções modernas tem sido seu inicial escopo universal, que depois contrasta com seus sucessos meramente locais. Elas começam com uma mensagem para toda a humanidade, mas acabam por adiar tal meta, que então se torna a missão de um povo ou grupo escolhido de iniciados” (SILVA, 2016, p. 54).
O que começou como salvaguarda dos “Direitos Humanos” acaba como couraça dos direitos dos companheiros; aquilo que era defesa da dignidade humana passa a ser tutela ideológica; a instituição guardiã das tábulas da liberdade dos indivíduos, passou a ser tão somente peão de partido. Uma comissão internacional e, porque não dizer: global; está a serviço de um partido e plano ideológico. Não é possível, sendo politicamente sensato e mentalmente razoável, levar a sério uma instituição que se presta a tal vergonha vistosa.
Mas, olha que interessante, Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, é integrante do Foro de São Paulo; assinante de uma carta de apoio a Lula que EXIGE do poder judiciário brasileiro que ele seja candidato; além de a atual presidente da Comissão dos Direitos Humanos, a mesma instituição da ONU que “aconselhou” o TSE a aceitar Lula — fundador do Foro de São Paulo — como candidato.
Entenderam ou querem que eu desenhe?
O globalismo não brinca e sequer tem vergonha de seus meios de ação, dizer que não há uma agenda internacional em favor daquilo que damos a alcunha de: “esquerdismo cultural”, é negar o evidente. São esses que se calam e nada fazem frente aos aberrantes desumanismos na Venezuela e Nicarágua; se contentando com cartas e textos vergonhosos de uma suposta “preocupação com a situação política do país”, mas que, bem sabemos, não passa de panos quentes e acovardamentos.
Enfim, esse artigo tem que acabar porque tal recomendação da ONU me parece tão importante quanto uma carta ao Papai Noel; e, sinceramente, a nós que vivemos sob o leviatã de 63 mil assassinatos ao ano, sem nunca termos visto nenhuma efetiva ajuda da ONU para amenizar esse pandemônio, por que deveríamos agora nos importar com as suas recomendações? Quando passávamos pela da maior crise de corrupção que essa nação já viveu não contamos com nenhuma ajuda ou apoio institucional da ONU, tivemos que arregaçar as mangas ir às ruas parar o país sozinhos; pois agora que fiquem com suas ideologias e recomendações enviesadas.
Referência:
SILVA, Nelson Lehmann da. A religião civil do Estado moderno, 2ª Ed, Campinas: Vide Editorial, 2016.