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Os impressionantes avanços em menos de um ano de governo Temer

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Não gosto do fisiológico PMDB, e nunca votei em Michel Temer, que era vice-presidente na chapa com o PT, eleito, portanto, pelos próprios petistas. Mas isso não me impede de tentar ser justo na análise, imparcial, deixando os fatos falarem mais alto do que minha antipatia pessoal. Até porque há por aí uma forte tentativa de emplacar a noção de que “são todos iguais”. São mesmo?

Comecemos pela questão da corrupção, que é a principal causa dessa “tese”. Já cansei de mostrar que o PT não é “apenas” corrupto, e sim uma quadrilha criminosa que tentou tomar o estado inteiro de assalto. Ou seja, tinha um projeto totalitário de poder, sistematizou a corrupção, encara, como todo movimento marxista, a roubalheira como um meio aceitável para seus “nobres fins”.

O cinismo do PT, sua aliança a grupos terroristas, criminosos e ditatoriais, a forma como institucionalizou a corrupção e tentou aparelhar todo o estado, nada disso encontra paralelo nos demais partidos, à exceção de suas próprias linhas-auxiliares na extrema-esquerda, que se tivessem o mesmo poder fariam igual. Mas não dá para comparar essa mentalidade revolucionária com PMDB, PSDB e DEM. Não dá mesmo.

A narrativa petista tentou vender o impeachment de Dilma como um golpe das “elites” que iria acabar com a Lava Jato. Acabou? Não, apesar do STF. Ela continua avançando, e Lula foi réu depoente pela primeira vez. Se Dilma ainda fosse presidente, Lula seria ministro, não vamos esquecer! O impeachment não acabou com a Lava Jato; ele a salvou.

Agora vamos deixar a corrupção um pouco de lado e falar da economia, pois os 14 milhões de desempregados têm pressa. Bastou trocar o comando da economia, tirar os “desenvolvimentistas” (inflacionistas) da Unicamp e colocar gente mais séria, que o choque de credibilidade foi automático, as expectativas voltaram a ficar ancoradas, e a inflação cedeu.

Como expliquei aqui, ao contrário do que o “Bom Dia Brasil” disse, não foi por causa da recessão que a inflação despencou, tanto que ela já existia antes, era mais grave ainda, mas a inflação não caía, como não cai na Venezuela, cuja economia se encontra completamente destruída. A economia está finalmente parando de piorar, depois de quase 10% de queda na atividade, e agora a inflação cedeu para valer. Vejam o “efeito Temer” no bolso dos brasileiros:

Nada mudou com o impeachment? Sério? Vamos falar das estatais também, que foram o foco dos esquemas petistas no mensalão e petrolão. A Petrobras, por exemplo, vinha sendo completamente destruída pela gestão petista. Ainda precisa ser privatizada, claro, mas vejam a diferença em trocar o comando, colocando gente séria em vez de petista:

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 4,449 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado veio acima do esperado pelo mercado, que projetava ganho de R$ 2 bi. O número reverte prejuízo de R$ 1,2 bilhão do primeiro trimestre do ano passado.

A estatal destacou ainda que houve aumento de 72% nas exportações, que atingiram 782 mil barris por dia, com preços médios de petróleo mais elevados. Houve ainda redução de 27% nas despesas com vendas, gerais e administrativas, além da redução de 11% nas despesas financeiras líquidas e as menores despesas com baixa de poços secos e/ou subcomerciais e com ociosidade de equipamentos.

Segundo Pedro Parente, presidente da Petrobras, o lucro líquido foi muito importante para a companhia.

— Houve um aumento de 19% na geração de caixa, o ebitda ajustado, atingindo R$ 25,25 bilhões. É um recorde histórico. É o maior da história da empresa. Tivemos um fluxo de caxa livre de R$ 13,3 bilhões. É um resultado positivo pelo oitavo trimestre consecutivo — destacou Parente.

O presidente da empresa lembrou que houve redução de 4% da dívida líquida, para R$ 300 bilhões.

Em resumo: Petrobras reverte prejuízo em lucro de R$ 4,45 bi e tem maior Ebitda da história. Dívida líquida caiu, apesar de ainda ser astronômica, como herança maldita do PT: R$ 300 bilhões. Continuo convicto de que ela deve ser privatizada o quanto antes, mas sou honesto para reconhecer que, na derivada, a melhoria salta aos olhos. Foi só parar de sangrá-la tanto como o PT vinha fazendo.

O mesmo ocorreu no BNDES, com Maria Silva Bastos no lugar de Luciano Coutinho, o nacional-desenvolvimentista que, desde a década de 1980, quer selecionar por meio do governo os “campeões nacionais”. O BNDES pisou no freio, tem liberado bem menos crédito subsidiado, motivo pelo qual se falou até em “fritura” da presidente, o que foi negado pelo governo. O “capitalismo de compadres” precisa do BNDES para respirar, e, durante o governo Temer, essa molezinha ficou mais rara. Pontos para ele.

Há, ainda, a reforma trabalhista e a da Previdência, que estão finalmente saindo do papel. É verdade que estão muito aquém do que necessitamos, mas é preciso ser justo aqui: o governo de transição, a “pinguela” em meio ao mar revolto deixado pelo PT, ao menos avançou, coisa que os petistas não fizeram em 14 anos no poder. Só a aprovação dessas duas reformas justificaria mil impeachments, pois sem elas o Brasil afunda de vez.

Existem muitos outros pontos que poderiam ser mencionados também, como a reversão do aparelhamento na TV Brasil (que deveria ser simplesmente fechada), a mudança de postura com os ditos “movimentos sociais” (o que explica a tentativa de intimidação dessa turma mafiosa), o isolamento da Venezuela no Mercosul etc.

Na propaganda oficial do governo para as reformas, até a capa do meu livro Privatize Já foi utilizada! O que demonstra que o governo de transição de Michel Temer já representa um “upgrade” e tanto em relação ao PT, convenhamos. O PT usaria meu livro apenas para fazer uma fogueira, com petistas pintados e nus fazendo “uga-uga” em volta e batendo tambores.

É perfeitamente legítima a sensação de que “nada presta” na política nacional. Há boa dose de razão nessa indignação generalizada. Mas precisamos ter muita calma nessa hora. Pois, por mais que todos os corruptos mereçam punição, só o PT tem “bandidos preferidos” e chama de “guerreiro herói do povo brasileiro” notórios safados. Só o PT idolatra corruptos e quer impunidade para os seus.

Por mais que PMDB, PSDB e DEM estejam bem longe da direita liberal, representam uma mentalidade menos ideológica, menos intervencionista, e até por senso de sobrevivência estão fazendo coisas certas, importantes, cujos resultados já podemos ver. Não é nenhuma Brastemp, mas ao menos é um refrigerador, não um caldeirão infernal.

Se Dilma ainda estivesse no poder, não só seríamos torturados com seus discursos desconexos, como o Brasil estaria muito próximo da realidade venezuelana, cujo governo ditatorial ainda conta com o apoio dos petistas. Logo, por mais que Temer e o PMDB/PSDB mereçam inúmeras críticas, não podemos cair na  estupidez de repetir a narrativa petista de que “são todos iguais”. Não são, como ficou claro.

O PT é uma bomba atômica lançada contra o Brasil. Os demais são medíocres, em muitos casos corruptos, mas não chegam nem perto desse potencial de destruição. Basta deixar a ideologia e o preconceito de lado para reconhecer: houve avanços impressionantes com Temer no poder, e o “presidento” não completou nem um ano de gestão.

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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Presidente do Conselho do Instituto Liberal e membro-fundador do Instituto Millenium (IMIL). Rodrigo Constantino atua no setor financeiro desde 1997. Formado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), com MBA de Finanças pelo IBMEC. Constantino foi colunista da Veja e é colunista de importantes meios de comunicação brasileiros como os jornais “Valor Econômico” e “O Globo”. Conquistou o Prêmio Libertas no XXII Fórum da Liberdade, realizado em 2009. Tem vários livros publicados, entre eles: "Privatize Já!" e "Esquerda Caviar".

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