fbpx

O Banco Central não fez nada para evitar que a inflação saísse de controle?

Print Friendly, PDF & Email

É óbvio que a crise fiscal pressiona a inflação. Perdi as contas de quantas vezes escrevi e falei sobre isso. Aliás, esse é um dos motivos que explicam porque nunca comprei a história de que a inflação tenderia a cair. Não o único, que fique claro, há outras variáveis no jogo.

A questão não é se eu sei disso; a questão é se o Banco Central não sabia disso. Não tentem me convencer de que o Banco Central acreditou que o ajuste fiscal necessário seria feito no meio da pandemia por um presidente que não saiu do palanque nem no primeiro ano de mandato.

Da mesma forma, não venham me falar de choque de oferta (falta de insumos, seca, falta de energia etc.) como se eu não soubesse disso. Logo eu, que parte da turma mais velha ainda chama de cara do RBC, vou ignorar choques de oferta?

Mais uma vez a pergunta é se o Banco Central não sabia que estímulos monetários como resposta a choques de oferta elevam a inflação. Porque, convenhamos, os choques de oferta estão na mesa há tempos. A pandemia está por aqui desde março do ano passado e, com uma busca na internet, você vai encontrar gente do ramo alertando para o risco de crise hídrica pelo menos desde o começo de 2020.

Por mais que existam outras variáveis em cena, e existem, a responsabilidade de controlar a inflação é do Banco Central. O Banco Central não usou os instrumentos que tinha à disposição para evitar que a inflação saísse de controle. Basta dizer que até agora o Banco Central mantém uma meta para Selic abaixo da taxa neutra, que, seja lá qual for, não é menos de 6,5%, ou seja, o Banco Central ainda não está usando os instrumentos que possui para combater a inflação.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Roberto Ellery

Roberto Ellery

Roberto Ellery, professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), participa de debate sobre as formas de alterar o atual quadro de baixa taxa de investimento agregado no país e os efeitos em longo prazo das políticas de investimento.

Pular para o conteúdo