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Desempenhos econômicos e ferramentas analíticas

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É errado sugerir que os erros de previsão em 2021 foram devidos a má-fé ou incompetência de quem fez as previsões. A questão é mais profunda. Modelos macroeconômicos tipicamente são construídos com a premissa de que movimentos de curto prazo são decorrentes de variações na demanda agregada – é o conhecido “o curto prazo é keynesiano e o longo prazo é clássico” que está nos melhores manuais de macroeconomia.

Quando a economia é conduzida pela demanda agregada, quedas na produção (ou no emprego) são acompanhadas de quedas no nível de preços (mentalize um gráfico com oferta e demanda que você verá esse movimento) e fraco desempenho da produção (ou do emprego) está acompanhado de baixa inflação. Quando a economia é conduzida pela oferta agregada, acontece o contrário: reduções na produção (aumento no desemprego) são acompanhadas por aumento no nível de preços. Foi por usar modelos de demanda que o pessoal não viu a inflação chegando.

Por que não usaram modelo de oferta? Porque esses modelos não são bons para fazer previsões e cruéis para avaliar políticas macroeconômicas. É relativamente fácil associar deslocamentos na demanda agregadas a políticas macroeconômicas (monetária e fiscal), mas o mesmo não pode ser dito de deslocamentos na oferta agregada. Modelos que focam na oferta agregada tendem a concluir que a macroeconomia é pouco útil (estou sendo generoso).

Dessa forma, não é surpresa que macroeconomistas não gostem desses modelos, mas, cruéis ou não, modelos de oferta algumas vezes representam melhor o que está acontecendo na economia. Tive vontade de trocar o “algumas vezes” por “quase sempre”, mas aí é outra conversa.

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Roberto Ellery

Roberto Ellery

Roberto Ellery, professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), participa de debate sobre as formas de alterar o atual quadro de baixa taxa de investimento agregado no país e os efeitos em longo prazo das políticas de investimento.

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