A generalização da Geração TikTok
No cenário contemporâneo, é comum encontrar críticas direcionadas à chamada “Geração TikTok”. A onda de vídeos curtos, a constante conectividade às redes sociais e a imersão na cultura digital trouxeram preocupações sobre os impactos negativos na saúde mental e na produtividade dos jovens. No entanto, muitas dessas críticas são baseadas em generalizações superficiais e análises limitadas.
Rotular a Geração Z como preguiçosa, distraída ou incapaz de lidar com responsabilidades é injusto e simplista. Cada indivíduo é único, e sua relação com a tecnologia é influenciada por diversos fatores, como contexto socioeconômico, ambiente familiar e personalidade. Essas generalizações não consideram todos os contextos sociais e interferem na nossa capacidade de enxergar os indivíduos como eles realmente são: indivíduos.
Ao focar apenas nos aspectos negativos da cultura digital, ignoramos o potencial positivo da tecnologia na vida dos jovens, como o acesso a informações, a oportunidade de expressão criativa e a conexão com comunidades globais. Essas oportunidades refletem um dos valores fundamentais do liberalismo: a liberdade individual. Desta forma, o uso das plataformas digitais pode ser visto como uma extensão da liberdade de expressão e do acesso ao conhecimento, pilares do pensamento liberal.
Críticas à Geração TikTok muitas vezes refletem nostalgia pelo passado ou resistência à mudança em vez de uma compreensão genuína dos desafios e oportunidades enfrentados pelos jovens de hoje. Reiterar estereótipos contribui para a polarização e o conflito entre gerações, dificultando a colaboração intergeracional. Em vez de demonizar a cultura digital, devemos buscar uma abordagem equilibrada que reconheça tanto os benefícios quanto os desafios que ela apresenta.
Defendendo os princípios liberais de liberdade, propriedade e responsabilidade individual, devemos também olhar para os indivíduos da mesma forma. Senão, do que adianta falarmos de liberdade se estamos mantendo uma geração presa em nossos próprios estereótipos? Promover uma relação saudável e produtiva com a tecnologia envolve educar os jovens sobre o uso responsável da internet, promover a alfabetização digital e incentivar o equilíbrio entre o tempo online e offline. Tais medidas estão alinhadas com o valor liberal da educação como meio de capacitação e desenvolvimento individual.
A Geração TikTok não deve ser vista apenas através de uma lente crítica e conservadora, mas como um grupo diverso e adaptável, moldando seu futuro de maneira dinâmica e criativa. Ao reconhecer e valorizar as contribuições dessa geração, podemos promover uma sociedade mais inclusiva e compreensiva, pronta para enfrentar os desafios desta nova era.
*Milena Moscon é associada do Instituto Líderes do Amanhã.



