Alinsky e as Regras para Radicais (parte 2): Maduro treme com a ameaça alinskyana de Trump
Para ler a primeira parte, clique aqui.
Como lemos no primeiro texto desta série sobre Alinsky, o “fim” da estratégia alinskyana é dar poder àquele que não o tem.
O objetivo desta releitura de Alinsky que proponho aqui é mostrar que as ideias venenosas do grande mentor dos democratas americanos estão mais presentes na política do que imaginamos.
Vamos lá…
A 9ª regra de Alinsky é clara: “A ameaça geralmente é mais aterrorizante do que a coisa em si”. Foi isso (um sentimento aterrorizante) que o tiranete Nicolás Maduro sentiu após a bombástica notícia do New York Times divulgada na semana passada dando conta de que Donald Trump teria autorizado a CIA (Agência Central de Inteligência) a eliminá-lo.
Com efeito, não demorou muito para que Maduro se manifestasse pedindo penico. De acordo com a CNN, o ditador da Venezuela teria oferecido acesso preferencial aos recursos naturais do país aos EUA para aliviar a tensão entre as duas nações. Maduro teria dito a jornalistas que ele “não quer mexer com os EUA”.
Segundo apurou o Times, autoridades venezuelanas propuseram ao governo Trump uma participação dominante na sua maior moeda de troca: o petróleo.
Para obter êxito geopolítico com a Venezuela, o republicano e conservador Donald Trump usou a velha arma do democrata e revolucionário Saul Alinsky: a ameaça. Mas Trump não blefa.
De acordo com matéria do The Washington Post, o governo Trump prepara uma série de ofensivas na costa da Venezuela nos próximos dias, além dos ataques ocorridos no Caribe.
Jornalistas do The Post tiveram acesso a documentos em que a CIA é autorizada a promover um ataque ianque agressivo na Venezuela, o que pode culminar na derrubada do regime do peralvilho Nicolás Maduro. Cruzemos os dedos e rezemos!
Segundo matéria do Post, uma frota de navios de guerra e caças americanos disparou contra embarcações venezuelanas que transportavam drogas para os EUA no Mar do Caribe. Uma série de ataques ocorre na costa da Venezuela.
O próximo passo americano será atacar por terra para combater os traficantes de Maduro. As ofensivas devem ocorrer em acampamentos dos traficantes na mata e em pistas de pouso clandestinas, diz o jornal de Washington. Ainda segundo a matéria do Post, tudo seria cortina de fumaça. A ideia da Casa Branca seria atrair tropas venezuelanas para a costa e deixar vulnerável e disperso o centro do país, tudo isso mantendo uma pressão constante.
Trump usa aqui outras duas regras alinskyanas: a 4) faça o inimigo viver de acordo com seu próprio livro de regras e a 8) mantenha a pressão. Ambas as regras dialogam com a “pressão psicológica” a que se refere a matéria do The Post.
Trump foi questionado se havia autorizado a CIA a matar Maduro. O republicano considerou a pergunta do repórter do Post ridícula, mas afirmou que a “Venezuela está sentindo a pressão”.
Senão vejamos, é Alinsky!
O tubarão Donald Trump é um típico praticante de Saul Alinsky não assumido. Quem observa com um pouco de atenção percebe que Trump sempre deu sinais disso, e nessa tacada geopolítica não é diferente: Trump trabalha no psicológico da vítima ao melhor modo alinskyano.
Um detalhe importante na publicação do Post: ao assinar o documento que autoriza a CIA a realizar operações secretas na Venezuela, Trump acusou Nicolás Maduro de ter sido eleito de forma ilegítima e de liderar um cartel de narcóticos – o que, convenhamos, não é nenhuma novidade. Mas, quando um presidente dos Estados Unidos afirma isso, precisamos conceder um peso diferente.
O tiranete Nicolás Maduro, que desde 2013 suga e castiga o povo venezuelano, declarou na quarta-feira (22) que tem 5 mil mísseis antiaéreos russos para se defender. Ora, esse “vem que tem” de Maduro também é uma ameaça alinskyana.
Mantenha a pressão, Trump! Maduro tem que cair!
Bibliografia
https://www.washingtonpost.com/national-security/2025/10/22/venezuela-trump-maduro-war-narcotics/
https://www.nytimes.com/2025/10/15/us/politics/trump-covert-cia-action-venezuela.html
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/trump-diz-que-maduro-ofereceu-tudo-para-diminuir-tensao-entre-paises/