A ideologia que devasta o homem

Print Friendly, PDF & Email

Em cada esquina do debate público, a esquerda se apresenta como a guardiã da justiça social, inimiga do capitalismo e defensora de um ideal utópico de igualdade, mas, quando observamos a conduta prática de muitos de seus representantes, a contradição é inevitável. A mesma classe intelectual que acusa o livre mercado de exploração não hesita em usufruir de seus benefícios, desde viagens frequentes aos Estados Unidos até a adoção de estilos de vida que eles denominam como burgueses. Esse comportamento moralmente nefasto e destrutivo revela a hipocrisia de criticar o sistema do qual dependem para viver e manter o próprio prestígio e influência.

É indiscutível que esquerdistas denunciam o “consumismo desenfreado”, mas são os primeiros a ostentar iPhones, roupas de grife e experiências de luxo. Ao mesmo tempo em que rejeitam a cultura ocidental, fazem de tudo para garantir bolsas em universidades americanas e europeias, instituições símbolo do que eles chamam de “hegemonia capitalista”. Assim sendo, condenam aquilo que, na prática, não estão dispostos a abandonar. Essa desonestidade é descrita com precisão no livro A Mentalidade Esquerdista, do sociólogo austríaco Helmut Schoeck, que denuncia a inveja social e a busca por superioridade moral como a conversão em uma arma política. Um fato difícil de admitir para quem defende o controle estatal absoluto é que o socialismo não sobrevive sem o mercado. Sem o respeito pela demanda e oferta, pela inovação e pela livre cooperação, nos quais são os pilares do sistema capitalista, qualquer experiência planificada está fadada ao fracasso.

Pode-se afirmar que outro aspecto dessa hipocrisia está na relação com a liberdade. Enquanto exaltam regimes autoritários, como Cuba, China e Venezuela, não abrem mão da segurança e do conforto das democracias capitalistas. O socialismo serve apenas para ser defendido à distância, nunca para ser vivido em primeira pessoa. Nenhum líder de esquerda radical se muda de vez para nenhum país socialista; ao contrário, preferem desfrutar da estabilidade financeira e das oportunidades oferecidas pelo sistema chamado de “opressor” que publicamente condenam. Assim sendo, o discurso revolucionário funciona mais como um espetáculo hipócrita do que como uma convicção realista.

Essa postura revela um traço ainda mais profundo: a esquerda construiu uma identidade política baseada em emoções e símbolos, não em racionalidade e resultados. É mais importante parecer ético do que agir com coerência. Da mesma forma, é mais relevante ostentar slogans sobre justiça do que praticar sacrifícios pessoais. O esquerdista médio se sente moralmente superior não por abrir mão dos privilégios que tanto critica, mas por denunciá-los em público. A contradição, nesse caso, não é vista como problema, mas como virtude. Quanto mais distante da realidade concreta, mais “benigna” parece sua ideologia. Um bom exemplo disso é que os defensores do aumento de impostos não querem pagar mais ao governo do seu próprio bolso, almejando obrigar um terceiro que possui características que eles rejeitam.

Portanto, vale ressaltar que, mais do que um detalhe de incoerência, a hipocrisia esquerdista é a essência de sua prática política. É a contradição que sustenta sua narrativa, o discurso emocional e invejoso que exige sacrifício dos outros enquanto preserva privilégios pessoais. Desmascarar esse comportamento não é apenas um exercício intelectual: é um dever moral de quem acredita nos valores, nos princípios, na moral, na ética, na liberdade, na responsabilidade individual e na coerência entre palavra e ação.

Contrariamente à versão grotesca do capitalismo ganancioso, o livre mercado se sustenta sobre um alicerce moral: direitos à vida, propriedade, liberdade, trocas voluntárias, confiança e nos 10 Mandamentos Bíblicos, como, por exemplo, o “não assassinarás”, “não dirás falso testemunho contra o seu próximo”, “não furtarás” e “não cobiçarás”. O alicerce na moral preserva a dignidade humana e propicia prosperidade. Além disso, ao contrário do jardim autoritário, onde os esquerdistas dizem quem merece nascer e continuar vivendo, o capitalismo consolidado nas boas virtudes permite que a vida floresça com base no mérito, na inovação e na cooperação pacífica.

A história nos revela que a esquerda vende o mito do Estado salvador, o Leviatã que “cura as dores, que dá sentido, redenção e esperança à vida”. No entanto, entregar o monopólio da força a burocratas e militantes invariavelmente resulta em corrupção, opressão, privilégios para poucos e a perda do próprio indivíduo com as suas características únicas, enquanto o povo vira massa de manobra. Casos históricos, da antiga União Soviética, Cuba, China e Venezuela, são a prova viva deste fato: promessa de igualdade transformada em servidão, com uma elite desfrutando regalias enquanto o povo é esquecido.

O psiquiatra americano Lyle H. Rossiter Jr. descreveu a “temperança infantil” da esquerda radical. O militante emocionalmente imaturo busca um Estado que o proteja das angústias da vida adulta, como a autonomia, incerteza e riscos. A justiça social, nesse contexto, é um disfarce para o controle. O “pai estatal” substitui a liberdade, e o cidadão vira súdito. A coerência desaparece, a compaixão se converte em coerção, e a liberdade, em dependência. Hoje o extremista é o que defende a vida do ser humano, que valoriza princípios como a responsabilidade individual, as virtudes, princípios, ética, moral, liberdade e responsabilidade, além da legítima defesa.

Por fim, o ponto central deste artigo não é apenas econômico ou político: é moral. Quando uma sociedade perde o senso de valores a partir do desprezo de princípios como responsabilidade, dignidade e coerência, o resultado é destruição humana. O socialismo não fracassa apenas por má gestão política e econômica: ele fracassa porque a sua raiz está na inveja e no ressentimento, utilizando o extermínio da verdade das palavras e dos seus significados e também a coerção como o meio para corroer a alma da nação e degradar o ser humano. A verdadeira compaixão não é paternalista: não se impõe pela cobrança fiscal, não corrompe o mérito, não exige obediência como condição de sobrevivência. Os que bradam por “tolerância” e “diversidade” são os mesmos que aplaudem censura, expropriação de bens e perseguição religiosa, desde que promovidos pela ideologia aceita, visto que não deve haver discordâncias. Consequentemente, não se trata de idealismo e sim da cumplicidade com o mal.

*Deborah Palma é mentora financeira, autora do ebook Riqueza 31 e tem artigos publicados no Instituto Liberal, Instituto Millenium, Boletim da Liberdade e IFL Brasil. É associada do Instituto Atenas e SFL,ministrou palestras sobre educação financeira e integra a sociedade de torneios de debates da Universidade do Intercâmbio.

*Gabriela Pavalham é participante da sociedade de Debates da Universidade do Intercâmbio e voluntariada do Youth Fornations Project.

*Giselly Caroline é participante da sociedade de debates da Universidade de Intercâmbio M60 e professora de Inglês da Fancy Languages School.

*Pedro Gonçalves é participante da sociedade de debates da Universidade de Intercâmbio M60 e graduando em Offensive Cyber Security – Red Team Operations na FIAP⁠.

*Arisvaldo Júnior é técnico de manutenção em aeronaves e participante da sociedade de debates da Universidade do Intercâmbio.

*⁠Luan Gabriel é técnico de gestão administrativa e administrativo informatizado, voluntário redator jornalístico na Youth For Nations, participante da sociedade de debates da universidade do intercâmbio e foi seminarista do seminário de teogia sistemática no PECC.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Instituto Liberal

Instituto Liberal

O Instituto Liberal trabalha para promover a pesquisa, a produção e a divulgação de ideias, teorias e conceitos sobre as vantagens de uma sociedade baseada: no Estado de direito, no plano jurídico; na democracia representativa, no plano político; na economia de mercado, no plano econômico; na descentralização do poder, no plano administrativo.

Deixe uma resposta

Pular para o conteúdo