Sobre o cessar-fogo entre Israel e Gaza

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O que se vê e o que não se vê é um clássico de Frédèric Bastiat que expõe e explica falácias sobre economia. Ele trata de mostrar o mal que acontece em situações que as pessoas supõem serem positivas, como a falácia da vitrine quebrada.

O cessar-fogo entre Israel e Gaza lembra um pouco isso. Assim, pessoas veem positivamente o retorno dos reféns libertados pelo Hamas. Festejam inclusive a devolução de sequestrados mortos. É isso que estão vendo. Sim, é uma felicidade receber de volta filhos ou pais, irmãos ou amigos. Ninguém pode negar. Se eu tivesse um filho sequestrado, faria de tudo para tê-lo de volta. Até me alistaria para ir procurá-lo.

“O que os olhos não veem, o coração não sente” também é um velho ditado, este sem autoria definida, mas eternizado por Erasmus em seu livro “Adágio”, uma coletânea de citações. “O coração não sente o que os olhos não veem” é uma forma poética para descrever o que nos leva à evasão.

O que os olhos veem nessa troca de reféns é o alívio de quem volta para casa e de quem festeja o retorno deles, vivos ou mortos. É o fim de uma angústia insuportável. O que não veem são as vidas que serão ceifadas no futuro se Israel retomar a luta ou mesmo se não o fizer.

Para conseguir eliminar um terço dos terroristas em Gaza, Israel lutou 400 dias e perdeu 800 soldados. Moveu a população de Gaza para o sul e não vasculhou todo o território de Gaza. Além dos 20 mil terroristas que foram mortos, milhares acabaram presos, muitos desses estão sendo soltos.

A população de Gaza volta para suas casas, os terroristas voltam para seus túneis, o Hamas convocou 15 mil recrutas e mostrou como sabe cativar a opinião pública fazendo teatro em conjunto com a Cruz Vermelha quando da entrega dos reféns negociados.

Seja por causa de novos ataques, que devem ocorrer em breve, seja na continuação da guerra, que, pelo retrocesso israelense e reagrupamento do Hamas, deve durar outros 400 dias, centenas de jovens israelis acabarão mortos.

A troca houve. Viva a troca. O que virá a seguir não pode ser ignorado.

O que não se vê, o coração não sente até que a realidade bata na nossa cara.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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