Sobre o jornalismo e a verdade
Parabéns ao Guilherme Macalossi pela entrevista com o Lula. Para alguns jornalistas, acredito que entrevistar o Lula é como ser correspondente de guerra tendo que conversar com o inimigo.
O mais importante jornalista do século XX foi Gareth Jones, que inspirou George Orwell a escrever A Revolução dos Bichos.
Jones foi o primeiro jornalista ocidental a entrevistar Hitler, sobre quem publicou uma frase emblemática: “Como esse homem foi considerado um deus por milhões de pessoas?”.
Jones não apenas expôs Hitler, mas também desnudou Stalin ao visitar a Ucrânia, cuja população estava faminta, morrendo aos milhões, porque o tirano comunista havia confiscado toda a produção agrícola para vendê-la aos países ocidentais e assim poder financiar a industrialização russa.
Estamos vivendo uma guerra política, cultural e principalmente ética. Entrevistar governantes como Lula, Hitler ou Stalin é o papel do jornalismo de verdade.
Lembrem-se de que, no caso de Gareth Jones, jornalistas dos principais jornais da época, entre eles o New York Times, comprometidos com o comunismo e corrompidos pelo regime de Stalin, fizeram uma campanha de difamação contra Jones e se utilizaram, já naquela época, de fake news para glamourizar a Rússia Soviética e glorificar Stalin, o genocida de multidões.
Gareth foi assassinado aos 30 anos de idade na Manchúria. Dizem que teria sido o serviço secreto soviético, em retaliação às reportagens que o jornalista havia feito sobre a fome na Ucrânia, também denunciada no seu livro, Tell Them We are Starving: The 1933 Soviet Diaries of Gareth Jones.
Jornalismo de verdade é aquele que, com perspicácia, traz a verdade de onde só saem mentiras.