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Sobre “Execução – A Disciplina para Atingir Resultados”

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Realizar sessões de mentoria com algum executivo sênior é uma oportunidade para poucos profissionais – ainda mais se tal executivo for o CEO de um dos maiores conglomerados industriais americanos ou então um conselheiro de famosos CEOs, com uma trajetória de sucesso. E é sobre isso que trata o livro Execução – A Disciplina para Atingir Resultados: uma verdadeira mentoria de dois grandes profissionais sobre como ser – ou se tornar – um executivo bem-sucedido no alto escalão empresarial, ao trazer grandes resultados para suas respectivas companhias.

Execução foi escrito em colaboração por Larry Bossidy e Ram Charan. Bossidy foi CEO do conglomerado industrial Honeywell Industrial Inc., tendo atuado anteriormente como executivo da General Eletric. Já Charan se notabilizou como executivo de diversas empresas de destaque e por escrever outras obras e artigos sobre gestão.

Segundo os autores, para obterem importantes resultados, as empresas precisam focar na execução de seus planos com excelência. Ou seja, a etapa de planejamento, seja ele de curto ou longo prazo, é, evidentemente, importante para uma corporação, mas é a habilidade de colocar tais planos em prática que irá diferenciar as empresas.

Para Bossidy e Charan, a execução possui três processos-chave: pessoas, estratégia e operações. No primeiro pilar, os autores demonstram o quanto é necessário ter as pessoas certas para a execução. Segundo Bossidy, um erro comum de CEOs é empregar pouco tempo no processo de recrutamento e seleção, ou ainda no desenvolvimento de pessoas. Em sua trajetória, na estruturação do conglomerado Honeywell, o executivo dedicou pelo menos 40% de seu tempo em tal processo. Uma gestão bem-sucedida de pessoas passa pela constante definição de metas, visando a extrair sempre a máxima performance do time, e pela capacitação de potenciais lideranças, com o objetivo de criar pipeline sucessório. Além disso, é crucial realizar uma análise constante do time atual e sua capacidade de estar alinhado e, principalmente, executar a visão de curto e longo prazo da companhia. Cabe também ao executivo, sempre, a difícil missão de ajustar o time, mesmo que tal processo envolva demissões. Afinal, fica claro que o objetivo de uma boa execução, a partir dos três processos-chave, é levar empresas à prosperidade.

No segundo pilar, estratégia, explora como uma empresa deve equilibrar suas visões de curto e longo prazo. Para os autores, muitas empresas falham ao não criar um planejamento de transição entre presente e futuro. Para Bossidy e Charan, uma estratégia bem-feita contempla também margem para desenvolvimento de soluções para ciclos de desenvolvimento seguintes, bem como realizar eventuais ajustes no plano, ocasionados por eventuais erros de premissas ou alterações no cenário macroeconômico. Ao elaborar um bom plano estratégico, o executivo deve ser crítico quanto à real capacidade da companhia de colocá-lo em prática, como se dará o retorno financeiro do mesmo e como a concorrência irá se preparar para enfrentar tal frente.

Já o terceiro pilar, operações, é responsável por conectar os outros dois pilares, ao mostrar às pessoas como executar a estratégia proposta pela empresa. De acordo com os autores, uma boa operacionalização se inicia com a definição orçamentária da empresa, que normalmente é conduzida em um processo moroso. Bossidy salienta que tal processo deve ser fomentado como um diálogo franco entre os demais executivos da empresa, sempre acordando os trade-off’s, tornando assim o procedimento mais ágil. Após a definição do orçamento, é crucial definir também milestones que possam ser utilizados para medições parciais do sucesso de implantação do plano de longo prazo. Graças a esse mecanismo, empresas podem avaliar eventuais ajustes de curso, bem como definir planos de contingência, caso o planejamento futuro se mostre mais distante do que o desejado.

Por fim, há também na obra, em sua segunda parte, o mapeamento feito pelos autores do que acreditam serem características de suma importância para líderes de empresas com boa execução. Tais líderes devem conhecer seu pessoal e sua empresa, pois, sem isso, serão incapazes de fazer uma análise justa sobre os rumos da companhia. Devem se ater à realidade e estabelecer metas claras e ambiciosas para suas equipes, estimulando o progresso. Devem, ainda, investir no seu pessoal ao recompensar aqueles que cumprem os desafios propostos, incentivando maior entrega dos demais, e desenvolver as próximas gerações de líderes da empresa, tornando-a mais autossuficiente. Por fim, cabe ao próprio líder garantir que seus objetivos sejam cumpridos e ser capaz de se autoavaliar para que suas próprias fraquezas não prejudiquem a companhia.

Execução cumpre muito bem seu propósito de ser uma verdadeira mentoria para executivos. Também é uma excelente obra para aqueles que ainda não desempenham cargos executivos, dando-lhes uma verdadeira visão de bastidores das decisões no nível “C” de companhias. Larry Bossidy certamente engrandece a obra ao trazer ensinamentos pouco embasados em técnicas rebuscadas, mas sim em cases práticos e com claros exemplos de aplicação. Certamente, Execução é uma obra que deve constar na lista de melhores livros sobre gestão executiva.

Gabriel Rodrigues Barbosa – Associado I no Instituto Líderes do Amanhã. 

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