fbpx

Quando é preciso disciplina para atingir resultados

Print Friendly, PDF & Email

O livro Execução é uma obra concebida pelos autores Larry Bossidy e Ram Charam. Nascido em 1935, Larry é um consagrado autor e executivo norte-americano que ocupou o cargo de diretor de operações da General Electric Credit Corporation entre 1979 e 1981. Em sua gestão, a companhia dobrou a sua carteira de ativos para US$ 16 bilhões por meio da execução de um plano de trabalho de expansão para arrendamento e venda de produtos industriais pesados, estoques, imóveis e seguros. Nos anos 90, Bossidy atuou como CEO da AlliedSignal, empresa do setor aeroespacial, automotivo e de engenharia americana, que adquiriu a Honeywell por US$ 14,8 bilhões em 1999, adotando esta identidade até os dias atuais. Durante todo o período da gestão de Larry, a AlliedSignal compusera o índice Dow Jones Industrial Average.

Ram Charam é considerado uma das principais referências na área de liderança. Nascido em 1939 em Uttar Pradesh, no norte da Índia, Charam passou a infância e adolescência apoiando seu pai em uma pequena mercearia. Desde então, se interessou pela administração de organizações, liderança, plano de carreira e aprimoramento de talentos. Ram Charam cursou doutorado em Harvard e tornou-se o primeiro professor indiano a ministrar aulas na Harvard Business School. Charam também atuou em Kellogg. Como consultor, o autor fez carreira em grandes nomes como KLM, Bank of America, Ford, DuPont, Verizon e General Electric, onde até mesmo o CEO Jack Welch foi aconselhado por Charam.

O livro evidencia que existe uma enorme lacuna entre as promessas e os resultados de empresas, mostrando que a questão é comum e nítida no mundo corporativo. Inúmeras empresas estão aquém de seu potencial por causa da má execução. Entretanto, talvez o gap mais sutil que poucas pessoas percebem em tempo hábil é o fato de que há um baixo nível de alinhamento entre o que a liderança da empresa quer atingir e a habilidade intrínseca que a organização possui para isso. Sem uma disciplina de execução, os esforços dos líderes produzem pouco resultado e frustram expectativas.

Existem três processos-chave dos quais o líder deve estar encarregado diretamente de cuidar, independentemente do tamanho da organização: o processo de pessoal, o de estratégia e o de operação. Esses três pilares são o cerne da tarefa de executar. Mas por que é necessário saber executar?

Em seu fundamento, execução é uma forma sistemática de colocar a realidade em exposição e agir sobre ela. Afinal, é possível ignorar a realidade, mas não as consequências dela. Para uma organização, a simples tentativa de fuga da realidade pode ser desastrosa. A execução deve ser uma disciplina integrante da estratégia. O líder deve encará-la como sua principal tarefa dentro da empresa, tornando-a um elemento-chave dentro da cultura organizacional.

Segundo os autores, a menos que você traduza as grandes ideias em passos concretos de ação, elas são inúteis. Sem execução, a ideia inovadora se esfacela, a aprendizagem não agrega valor, as pessoas não cumprem suas metas ambiciosas e a revolução morre na praia. Líderes são pessoas talentosas, dominadas pela motivação de cada nova ideia. Normalmente são articulados, mas muitos não compreendem o que precisa ser feito para converter uma visão em tarefas específicas, pois seu pensamento de alto nível é muito amplo. A menos que o líder traduza as ideias em passos claros de execução, elas não se concretizam. Contudo, a verdade é que não é necessário que o líder desdobre tudo em tarefas específicas, mas que saiba desdobrar a visão estratégica em blocos menores e escolher pessoas com a habilidade de executar. Ter clareza dos indicadores e do que precisa ser feito para influenciá-los é fundamental.

De acordo com Larry e Charam, existem sete comportamentos fundamentais para uma boa execução em qualquer estratégia: saber exatamente quem é a sua equipe dentro da empresa, ser realista, ter metas claras, saber acompanhar processos, reconhecer os frutos, saber orientar e fomentar o conhecimento e, principalmente, entender quem você é. É preciso ter coragem para identificar seus medos e falhas. Dessa forma, é possível encontrar autenticidade para dominar o que precisa ser dominado e colocar em prática todos os planos que ainda estão no papel.

Para que a disciplina de execução se incorpore ao negócio, é preciso criar uma cultura de execução. Primeiro muda-se o comportamento das pessoas, de modo que elas produzam resultados. Segundo, comunica-se às pessoas claramente quais resultados se deseja, discutindo de que forma irão atuar para a obtenção desses resultados como um elemento-chave do processo de execução. Terceiro, você recompensa as pessoas por terem produzido resultados.

A cultura da empresa é reflexo do comportamento dos seus líderes. Os líderes conseguem o comportamento que demonstram e que toleram. A cultura de uma empresa é transformada, primeiramente, por meio da mudança de comportamento de seus líderes. A mudança é medida por meio da avaliação da mudança no comportamento pessoal de seus líderes e o desempenho de seu negócio. Afinal, já dizia o pai da administração moderna, Peter Drucker, que a cultura come a estratégia no café da manhã. Não há estratégia que sobreviva a uma cultura tóxica que não está atenta à realidade e não se oxigena constantemente com inovação e método.

A mensagem central do livro é a importância de criar uma cultura de execução dentro da empresa. Muitos pensam que, quando a companhia tiver um time tático e operacional bem formados, podem parar de se preocupar com o negócio. Essa é a receita para a ruína. O principal trabalho de qualquer líder é a disseminação da disciplina. O livro é um excelente guia para empresas de qualquer porte que venham se esforçando para desdobrar seus anseios levantados em planejamento estratégico e veem que, por diversos motivos, justificam a mudança de curso e o não cumprimento do que tiver sido estabelecido. O momento de leitura da obra é muito oportuno para pessoas que se encontram neste momento e querem evitar que o negócio do qual fazem parte siga o mesmo caminho.

*Jhonnilo Cunha – Associado I no Instituto Líderes do Amanhã.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Instituto Liberal

Instituto Liberal

O Instituto Liberal trabalha para promover a pesquisa, a produção e a divulgação de ideias, teorias e conceitos sobre as vantagens de uma sociedade baseada: no Estado de direito, no plano jurídico; na democracia representativa, no plano político; na economia de mercado, no plano econômico; na descentralização do poder, no plano administrativo.

Pular para o conteúdo