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Qual o caminho para a liberdade?

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O Brasil foi partido ao meio. E a nossa liberdade, será que foi cancelada?

No dia 7 de setembro, vimos um grande movimento no Brasil. Estima-se que esse movimento tenha reunido milhões de pessoas em diversas capitais do nosso país, e podemos dizer que isso é reflexo de anos de insatisfação com as lideranças públicas, e dos grandes impactos no crescimento do país e da sociedade como um todo. No entanto, um dos destaques deste ato da população foi mais uma vez o extremismo.

Há diversas linhas de pensamento no campo político/filosófico e, se considerarmos isso, entende-se que não existem apenas dois caminhos a seguir. Porém, essa polaridade foi mostrada por diversas mídias e se manifesta em uma roda de bar ou nas redes sociais.

Não importa mais se suas ideias tendem para um outro viés, se seus argumentos trazem à luz novas possibilidades, ou se você concorda com uma reforma, mas discorda de outras ações ou postura. Quando se trata de opiniões diferentes, é 8 ou 80. Isso fica muito evidente no viés político: ou você defende o atual governo ou apoia a declarada oposição. Podemos ainda dizer que o extremismo hoje está presente em outros campos de ideias. Existe pouca tolerância para ideias diferentes: nas redes sociais, a cultura do “cancelamento” foi eleita como o termo do ano em 2019 e representa a reação de excluir aqueles que dizem ou agem de maneira que outros reprovam.

Diante disso, é sensato dizer que somos pessoas livres?

Liberdade vem do latim libertas. Trata-se da “condição do indivíduo que possui o direito de fazer escolhas autonomamente, de acordo com a própria vontade”.

Sob a ótica de indivíduos com boas condições financeiras, poderíamos dizer que fazemos nossas próprias escolhas, compramos o que queremos, vamos a lugares que desejamos e, inclusive, votamos democraticamente nas eleições.

Entretanto, o contexto ao nosso redor nos influencia a todo momento. A obra Previsivelmente Irracional, de Dan Ariely, discorre brilhantemente sobre aspectos que influenciam nossas decisões, distanciando-nos da racionalidade. Seja na compra de um produto, escolha de um imóvel e até relacionamentos, sempre há fatores em que nos ancoramos e que vão definindo nossas próximas escolhas. Refletindo sob essa perspectiva, será que nossas escolhas políticas não seriam influenciadas?

A mídia divulgou o dia 7 de setembro como um movimento de polarização, e ele pode até ter sido em grande parte. Como exemplo, um canal de notícias trouxe a seguinte frase em um artigo: “No Dia da Independência do Brasil, houve mobilizações da corrente neofascista que apoia o presidente Jair Bolsonaro e das forças progressistas, conduzidas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, em articulação com as pastorais sociais do Grito dos Excluídos”.

Quando nos deparamos com essa informação, supomos que todas as pessoas envolvidas no ato estavam de um lado ou de outro, imaginamos que todos têm o mesmo pensamento e defendem as mesmas ideias. Esse tipo de informação traz influência. Quem defende a esquerda se revolta com os defensores do “neofascismo”, os “bolsonaristas” se revoltam com os defensores de um ex-presidente envolvido com crimes de corrupção. Já a população que segue outras linhas de ideias e busca uma terceira via se vê pressionada contra a parede, pois só temos duas opções e nossa liberdade é apenas de escolher entre elas.

O extremismo é defendido por muitos, inclusive um ex-presidente do Brasil disse: “aqueles que não polarizam não existem. É uma coisa boa, extraordinária”.

Será mesmo extraordinário?

O discurso até aqui não tem, em hipótese alguma, a intenção de afirmar que tudo está perdido, assim como também não vem trazer um nome para terceira via, nem dizer que a mídia deve mudar sua forma de passar as notícias. O importante é afirmar que ainda há esperança para que a nossa liberdade não seja cancelada.

Como afirmou Ludiwig Von Mises, “Ideias, e somente ideias podem iluminar a escuridão”. Pode parecer filosófico e até teórico demais falar sobre ideias. Entretanto, são elas que movem as pessoas. Desde o início dos tempos, foram as ideias que trouxeram clareza e evolução para o mundo. Por trás do carro, do foguete, do smartphone, entre outros, há um empilhamento de pensamentos, discussões, determinação e muito trabalho. Além disso, o resultado nunca foi do dia para a noite. Elon Musk demorou anos para que um de seus projetos desse certo e fosse comercializado, e por diversas vezes foi criticado e desacreditado.

A mudança de pensamento e ações decorrentes disso é de responsabilidade individual, mas entendo que não temos domínio de tudo. O contexto político em que vivemos hoje e a ausência de uma terceira via representam sim algumas limitações. Somos pressionados diante de poucas opções e precisaremos assumir nossas escolhas em 2022. Porém, não só em 2022, mas todos os dias.

Somos bombardeados por informações, temos acesso a todo tipo de conteúdo, e a busca pelo conhecimento precisa ser constante. É preciso questionar verdades absolutas, repensar o ponto de vista e reconhecer o momento de mudar a rota; tudo isso é um exercício contra a alienação. Contudo, o que vai determinar quem somos dentro de uma sociedade são os princípios e valores que construímos ao longo da vida. Esses também serão decisivos para nos guiar perante a família, no ambiente de trabalho e nas relações sociais.

O Instituto Líderes do Amanhã, por exemplo, reúne diversos associados, pessoas muito diferentes, com alguns valores em comum. Indivíduos que se propõem a estudar, debater, aplicar conhecimento no dia a dia e compartilhar ideias, impactando um pedacinho do mundo. Este é o caminho: ideias e atitudes no cotidiano é que podem transformar pessoas e nos aproximar da liberdade.

Afinal, como disse Margaret Mead: “Nunca duvide de que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo”.

*Artigo publicado originalmente no site do Instituto Líderes do Amanhã por Amanda Furtado Costa.

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