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O liberalismo e sua representação na sociedade

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O liberalismo social é uma vertente do liberalismo de imensa tradição, tanto no Brasil quanto no mundo. Podemos citar os nomes de John Stuart Mill, Alexis de Tocqueville, Thomas Hill Green, John Rawls, José Guilherme Merquior, Marco Maciel e Miguel Reale como grandes representantes nacionais e internacionais.

A corrente, em renascimento no Brasil, tem sua atratividade justamente pelo apego pela causa social na corrente liberal.

Porém, a distorção criada por novos seguidores da corrente deve ser reparada, mas mais importante ainda, ela deve se reconhecer de fato como liberal. Não quero fiscalizar carteiras de liberal; essa prática mesquinha não ajuda, muito pelo contrário, só atrapalha a causa. Porém,  a coerência de ideias é um princípio para se reconhecer dentro de uma determinada ideologia ou causa.

Recentemente tem se tornado muito comum ver sociais-democratas modernos no Brasil encamparem a bandeira do liberalismo social como sua por falta de representação. O processo que eu observei nesta causa compete em uma atividade simples.

Pessoas que se reconhecem como progressistas levantam suas bandeiras, dignas, de causas sociais como os direitos LGBT, drogas, direitos da mulher, algo que o liberalismo social apoia com ênfase. Porém, visto que defendem a responsabilidade econômica de um governo, são escrachados de dentro do movimento progressista e tratados como “Neoliberais”, um termo que até hoje ninguém sabe definir, mas adora pronunciar como ofensa.

O terreno progressista do liberalismo se torna convidativo, o que é necessário para podermos agregar mais membros. Contudo, começam a aparecer os primeiros obstáculos do reconhecimento desta pessoa com o liberalismo.

Seja a compreensão de que o mercado é algo necessário na sociedade, as divergências referentes a algumas políticas positivas pela sua falta de resultados, seja a rejeição majoritária do liberalismo a candidatos de centro-esquerda dirigistas culturais ou econômicos, apenas para citar os exemplos mais observados.

Claro que existem liberais com posições fortes e ideológicas, não estou aqui batendo o ponto em carteira de liberal, porém, para citar alguns exemplos incompatíveis, podemos citar a situação ocorrida com uma deputada.

A deputada, eleita por um partido trabalhista, votou a favor da reforma da previdência social, e isso bastou para que seus até então aliados ideológicos a escorraçassem como uma “neoliberal”. Não tardou a alguns membros do liberalismo moverem o colossal esforço de pôr a deputada como uma liberal, mesmo ela exibindo posturas dirigistas de políticas positivas incompatíveis com o liberalismo social.

A deputada é apenas um efeito do fato de que uma classe nova de social-democratas com responsabilidade fiscal é mal representada na política nacional. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, social-democrata declarado, é visto como um presidente “neoliberal” por sua responsabilidade fiscal.

Pessoas com tal pensamento são excluídas de sua posição pela conivência da sub-representação política, e acabam indo se esgueirar em movimentos que se assemelham, mas nitidamente não tem paralelo com seus pensamentos, e acabam por tentar modificar toda uma linha de pensamento para esse encaixe.

Sendo assim, podemos ver a negação da tradição do liberalismo conservador por vários grupos intitulados liberais, e até mesmo, no último mês de março, uma tentativa de fazer o liberalismo abraçar e reavivar a memória do general trabalhista Henrique Teixeira Lott.

O liberalismo precisa refletir sobre a sua representação na sociedade, pois, do contrário, poderá se desfigurar completamente e se tornar outra coisa.

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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