A sessão do Conselho de Estado realizada no dia 2 de setembro provocou desdobramentos  importantes na história do Brasil.

Em meu livro “Os Fundadores – O projeto dos responsáveis pelo nascimento do Brasil”, (p. 186 da edição brasileira), relato o seguinte:

“Ciente das notícias arrasadoras que vinham da Europa, Leopoldina presidiu a histórica sessão do Conselho de Estado de 2 de setembro, quando se concordou em que era o momento de pedir a D. Pedro a esperada separação. Não era mais possível aguardar. Como já mencionamos, entre as cartas definitivas que motivaram D. Pedro a soltar o grito do Ipiranga, estava uma da presidente da sessão do Conselho, a própria princesa, que transcrevemos na íntegra a seguir:

‘Pedro, o Brasil está como um vulcão. Até no Paço há revolucionários. Até portugueses revolucionários […]. As Cortes portuguesas ordenam vossa partida imediatamente; ameaçam-vos e humilham-vos. O Conselho do Estado vos aconselha a ficar. Meu coração de mulher e de esposa prevê desgraças se partirmos agora para Lisboa. Sabemos bem o que têm sofrido nossos pais. O rei e a rainha de Portugal não são mais reis, não governam mais, são governados pelo mesmo despotismo das cortes que perseguem e humilham os soberanos a quem devem respeito. Chamberlain vos contará tudo o que sucede em Lisboa. O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca. Com vosso apoio ou sem vosso apoio, ele fará sua separação. O pomo está maduro; colhei-o já, senão apodrece. […]. Já dissestes aqui o que ireis fazer em São Paulo. Fazei, pois. Tereis o apoio do Brasil inteiro e, contra a vontade do povo brasileiro, os soldados portugueses que aqui estão nada podem fazer.'”