Ontem foi aniversário de uma das mulheres mais importantes do Liberalismo Brasileiro. A professora Sandra Cavalcanti, nascida em 30 de agosto de 1925.

Formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, ela foi professora no Instituto de Educação, vereadora do Distrito Federal entre 1955 e 1959, secretária de Serviços Sociais do estado da Guanabara no governo de Carlos Lacerda, deputada estadual da Guanabara entre 1960 e 1963, presidente do Banco Nacional de Habitação no governo Castelo Branco, deputada estadual do Rio de Janeiro entre 1975 e 1979 e deputada federal pelo Rio de Janeiro entre 1987 e 1995. É também comendadora da Ordem do Infante D. Henrique em Portugal.

Liderança da UDN, a professora participou ao lado do grande líder de seus principais embates contra os governos populistas do interregno democrático entre o Estado Novo e o regime militar. Bastante influenciada pela democracia cristã alemã de Konrad Adenauer, ela é até hoje uma grande admiradora da Alemanha e guarda em casa um pedaço do muro de Berlim.

Sandra se envolveu em diversas polêmicas, denunciando, por exemplo, as bases ideológicas de Paulo Freire, muito antes de isto se tornar um círculo recorrente na direita brasileira. Participou da Constituinte de 1988, privou da amizade de algumas das maiores lideranças mundiais – de John Kennedy ao Papa João Paulo II – e concorreu em 1982 ao governo do Rio, por julgar que enfrentar Leonel Brizola seria um dever cívico. Na primeira gestão de César Maia na prefeitura do Rio de Janeiro (1993-1997) foi Secretária Municipal de Projetos Especiais.

Infelizmente a professora veio a falecer a 11 de março deste ano aos 96 anos.

Sendo de nosso interesse preservar a memória de liberais brasileiros, não poderíamos deixar passar em branco por esta ilustre mulher, que conseguiu seu destaque político em um tempo no qual política era majoritariamente masculina.

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.