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Tempos difíceis: agricultores holandeses e as emissões de nitrogênio

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Agricultores holandeses estão protestando contra as políticas climáticas que pretendem prejudicar seus negócios. Por que esta notícia, pouco divulgada em Pindorama, é importante? Porque, cedo ou tarde, essas políticas chegarão aqui…

Desde o início de junho, agricultores holandeses se envolveram em protestos ocasionalmente violentos contra as regras ambientais destinadas a reduzir as emissões de nitrogênio – o novo vilão do meio ambiente, depois do CO2, claro.

Outros setores, incluindo construção civil, também foram atingidos, mas as medidas para conter a amônia gerada pela pecuária são uma parte significativa dos planos do governo que estão deixando revoltados os agricultores holandeses.

As emissões de nitrogênio devem ser cortadas drasticamente em locais próximos a áreas de conservação. De acordo com estimativas do governo, isso pode levar ao fechamento de cerca de 30% das fazendas de gado.

No total, os níveis de nitrogênio devem ser reduzidos em 70%, em 131 áreas-chave, de acordo com a ministra da natureza, Christianne van der Wal, e o ministro da agricultura, Henk Staghouwer. A nova abordagem para o problema envolve o monitoramento das emissões de nitrogênio, região por região. Em algumas áreas remotas, a “poluição baseada em nitrogênio” deve ser reduzida em 12%, até 2030, mas em outras, próximas a “habitats vulneráveis”, serão necessárias ações muito mais drásticas, podendo chegar a 95%, dizem os ministros.

As autoridades holandesas alegam que as ações são necessárias para cumprir as regras da UE sobre poluição baseada em nitrogênio – e isso significa que algumas fazendas terão de fechar.

O governo holandês divulgou suas metas no início de junho – o que o gabinete chamou de “transição inevitável” para “proteger a natureza”. A narrativa oficial afirma que há necessidade de um tipo diferente de agricultura, menos intensiva e mais limpa. No entanto, na prática, isso se resume a menos agricultura, o que significa que muitas empresas terão que reduzir a produção ou desaparecer.

“Temos que emitir muito menos nitrogênio e, infelizmente, o setor agrícola emite muito”, explicou Christianne van der Wal, Ministra da Natureza e Políticas de Nitrogênio.

Em resposta à política ambiciosa, os agricultores na Holanda estão se revoltando em massa, ao verem seus meios de subsistência ameaçados. Eles se uniram numa entidade chamada “Força de Defesa dos Agricultores” e organizaram manifestações nacionais contra a política de nitrogênio. Além disso, o partido político Movimento Agricultor-Cidadão está crescendo em popularidade.

O pequeno país de 17,5 milhões de habitantes tem uma grande população animal – com quase quatro milhões de cabeças de gado bovino, 12 milhões de porcos e 100 milhões de galinhas. A Holanda é o segundo maior exportador agrícola do mundo, depois dos EUA.

“Sustentabilidade”, “realocação” ou “restrição” são as opções que os agricultores enfrentam, segundo o governo, que diz já ter disponibilizado € 24,3 bilhões em subsídios para o “período de transição”. Evidentemente, o confisco de terras não está descartado.

Acho que a Holanda viverá tempos turbulentos à frente…

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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