Nascido em 1806 em Londres, John Stuart Mill é considerado um dos maiores filósofos de língua inglesa do século XIX. Seus trabalhos mais reconhecidos foram realizados no âmbito da filosofia política, ética, economia política e lógica. Além disso, Mill foi eleito ao Parlamento Britânico em 1865, tendo como uma das principais bandeiras a defesa dos direitos e liberdade das mulheres.

Mill foi enxergado como um homem à frente de seu tempo desde sua infância. Com oito anos de idade já tinha lido obras de filósofos como Esopo, Heródoto, Lúcio, Isócrates e Platão. Aos dezoito anos era reconhecido como uma referência em lógica.

A obra de Mill debate o conceito de liberdade e exalta a individualidade, a diversidade e a inconformidade como comportamentos saudáveis das civilizações. O autor explora quais são os limites do governo na vida do indivíduo devido a isso, é considerado um dos pioneiros a refletir o papel da autoridade social e a soberania individual. O livro é considerado a base para o pensamento político liberal moderno.

O autor deixa clara a necessidade de tolerar opiniões diferentes das nossas, esse é o caminho que permite o encontro da verdade. O caminho do debate exaustivo! Sua visão da condição humana em relação aos processos de pensamento, sobre como o ego pode convencer a mente de que é a única opinião aceitável e sobre como o “senso comum” limita o debate da liberdade, nos mostra o quanto precisamos evoluir no ambiente da liberdade de expressão em nosso país.

A defesa da liberdade de expressão como um processo de determinação da verdade pode ser considerado extremamente atual em dias nos quais o “cancelamento digital” e “inquéritos de fake news têm sido defendido pela sociedade. Como o próprio autor menciona, “o direito de ser ‘protegido’ da falsidade é o mesmo que ser “protegido ou impedido” da possibilidade de conhecer a verdade”.

A obra de John Stuart Mill descreve o pensamento sobre as liberdades básicas, suas máximas e suas objeções à intervenção dos governos e das instituições. Discussões como a necessidade de proteger a liberdade individual da “tirania da maioria” continuam altamente necessárias. As lições aprendidas em um livro escrito no século XIX só nos mostram a necessidade de retomar a jornada em busca da liberdade.

* Leonard de Almeida é colaborador no Instituto Líderes do Amanhã.