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O que o ministro Paulo Guedes quer com seu apelo aos supermercadistas?

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Paulo Guedes pede aos supermercadistas que não aumentem preços para o bem do Brasil.

O que o ministro quer é que os empresários falseiem a realidade, evadindo-se do fato de que o governo diminuiu o poder aquisitivo de cada moeda do Real por conta da inflação que ele, representante do governo, criou através do Tesouro e do Banco Central.

Plano Delfim I, Plano Cruzado I e II, Plano Bresser, Plano Collor I e II, Plano Real foram intervenções governamentais na cadeia produtiva para que os particulares não pudessem se defender da fraude promovida pelos governos que aumentam os meios de pagamento sem lastro palpável, ou seja, sem a correspondente expansão da economia através do aumento de produtividade.

Todos esses planos foram colocados em prática partindo da falsa premissa de que inflação é um fenômeno de mercado e que seria a ganância dos empresários a causa do aumento de preços.

Paulo Guedes sabe que empresários não têm nenhuma responsabilidade sobre a inflação. Ele sabe que o empresário que não ajustar seus preços perante o aumento artificial da demanda provocada pela enxurrada de moeda e quase-moeda no mercado é um irresponsável que vai colocar em risco a própria existência do seu negócio, dos negócios dos seus fornecedores e dos empregos de milhões de trabalhadores.

Paulo Guedes sabe disso e só faria esse pedido aos empresários a pedido de alguém que não entende nada de economia, mas precisa, para vencer a próxima eleição, de uma dose de populismozinho.

Eu já passei por todos os planos heterodoxos que economistas místicos e imorais tentaram aplicar no Brasil. O Plano Real teve a sua dose de heterodoxia quando os economistas falavam em quebrar o efeito inercial da inflação com a URV, a temporária moeda indexada que serviu de transição entre o Cruzeiro Real e o Real. Balela. Não foram as medidas heterodoxas contidas no Plano Real que reduziram a inflação. Essas medidas levaram à falência milhares de empresas, como haviam levado a falência os planos que o antecederam.

A redução da inflação pelo Plano Real deveu-se exatamente ao que ele tinha de ortodoxo: aumento de impostos que não o inflacionário para acabar com os déficits crônicos; federalização e privatização dos bancos estatais regionais para acabar com o bolso sem fundo ao qual governadores recorriam para financiar suas loucuras; lei de responsabilidade fiscal que serviu como camisa de força para impedir que os governantes insanos gastassem mais do que podiam; privatização para reduzir dívidas e sanear as contas dos governos, além de criar um ambiente de mais liberdade econômica, que, apesar de tênue, fez alguma diferença.

Qualquer economista que tenha passado pela Universidade de Chicago e tenha respirado o mesmo ar de Milton Friedman e outros expoentes defensores da liberdade econômica sabe que aumento generalizado de preços é resultado de um processo inflacionário provocado pelo governo.

Ora, o governo e seus economistas destroem o poder aquisitivo da moeda, destroem a capacidade produtiva dos empresários e trabalhadores com as regulações e impostos que impõem. Economistas não podem pedir que as vítimas não reajam à destruição dos seus negócios. Economistas, em vez de fazerem isso, deveriam pedir desculpas pelos danos que causam. Esses mistificadores enxeridos, que adotam a economia prescritiva associados aos governos, são cúmplices daqueles que usam a coerção para viverem à custa de quem cria valor e riqueza sem vergonha ou constrangimento.

Paulo Guedes não poderia pedir outra coisa aos supermercadistas do Brasil e ao povo brasileiro que não desculpas por ter promovido a derrama do século XXI. É óbvio que Paulo Guedes não é o único responsável pelos desarranjos provocados pelos governos nas cadeias produtivas e seus sistemas de preço.

Governadores estaduais e governos de outros países também adotaram políticas irracionais desesperadas para supostamente conter uma pandemia incontrolável. Eu não estou atribuindo culpa exclusiva do aumento de preços generalizado à expansão monetária. Outras medidas, como os lockdowns e a estatização de cadeias inteiras de produção, como a distribuição de vacinas, ajudaram a provocar os desequilíbrios.

O que eu estou enfatizando é que não se pode jogar a culpa nas vítimas para parecer inocente.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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