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Aumento de tributação, ambiente econômico ruim e perdas populacionais nos EUA

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Um dos seriados de maior sucesso atualmente é Cobra Kai. A série é uma sequência do clássico dos anos 80, Karatê Kid, mas há uma grande mudança: Johnny Lawrence passa a ser o herói – ou melhor, o anti-herói da trama. Se no Karatê Kid original Johnny era o valentão privilegiado que atormentava o novato da escola proveniente da classe trabalhadora, em Cobra Kai, as coisas mudaram. Johnny agora é um faz-tudo sem sorte e bebedor de cerveja que anda por Los Angeles dirigindo seu carro velho, enquanto vê outdoors das concessionárias de seu antigo rival, a Larusso Motors. Ele é preso e perde o emprego logo no primeiro episódio.

Johnny busca fazer uma mudança de vida ao topar ensinar Karatê para seu vizinho Miguel Diaz, um garoto de origem equatoriana atormentado por seus colegas de classe. Para tal, ele resolve trazer de volta a Cobra Kai, a antiga escola de Karatê de 1984. Logo no primeiro dia de aula de Karatê de Miguel, a dupla é visitada por um inspetor municipal.

– Você ainda não está aberto para negócios, correto? Ei, você! (apontando para Miguel) Você é um cliente dessa academia?, questiona o fiscal.

– Não! Ele é apenas um imigrante ilegal que acolhi essa semana, responde Johnny com sua delicadeza característica.

Eis que o funcionário público entrega para Johnny uma lista de requerimentos, que deixa o protagonista assustado: “Eu tenho que fazer tudo isso para poder abrir?”, questiona o anti-herói, que é prontamente respondido pelo fiscal: “Não, você tem que fazer tudo isso para ter o seguro necessário para você poder iniciar seu negócio.”

A cena se passa na Califórnia, um estado dominado pelos Democratas (esquerda americana) por décadas – e que tem se tornado um pesadelo para empreendedores e investidores, que por sua vez, estão saindo do estado aos montes. Gordon Ramsay é o último da lista: recentemente a estrela do Hell’s Kitchen mudou a sede da sua cadeia de restaurantes da Califórnia para o Texas (estado dominado pelos republicanos). O chef de cozinha está longe de estar só: Elon Musk também se mandou para o estado dos caubóis, assim como a Oracle, Hewlett-Packard, etc.

“Os estatutos e regulamentos da Califórnia são tão irracionais que as empresas relataram em off que seus custos legais na Califórnia são desproporcionais ao número de funcionários que eles têm no estado”, diz um artigo publicado no ano passado pelo Hoover Institution. De acordo com o mesmo trabalho, o “Lone Star State” ganhou 114 das 265 empresas conhecidas da Califórnia que mudaram sua sede entre janeiro de 2018 a junho de 2021. Sobre o Texas, para os pesquisadores do Hoover, ele está em primeiro lugar no ranking de melhor estado para se empreender, enquanto a Califórnia está em último.

Impostos também são um problema sério para a Califórnia, e isso tem feito seus cidadãos se mandarem de lá. Uma recente análise de Jared Walczak, da Tax Foundation, mostrou que, embora os Estados Unidos tenham visto apenas um pequeno crescimento populacional em 2021, houve mudanças muito significativas nas populações estaduais à medida que as pessoas se mudaram.

Os cinco estados que mais perderam residentes foram Washington, D.C., Nova York, Illinois, Havaí e Califórnia. Por outro lado, os estados que tiveram os maiores ganhos líquidos em população foram Idaho, Utah, Montana, Arizona, Carolina do Sul, Delaware, Texas, Nevada, Flórida e Carolina do Norte. Há um padrão: os estados com mais perdas populacionais tendem a ser estados com impostos mais altos (geralmente governado por Democratas), enquanto aqueles que viram um influxo de novos residentes tendem a ser estados com impostos mais baixos (geralmente governado por Republicanos).

“As pessoas se mudam por muitas razões”, disse Walczak. “Às vezes, os impostos fazem parte do cálculo. Frequentemente, eles desempenham um papel indireto, contribuindo para um ambiente econômico amplamente favorável. E às vezes, é claro, eles desempenham pouco ou nenhum papel. Os dados do Censo e esses estudos não podem nos dizer exatamente por que cada pessoa se mudou, mas não há como negar uma correlação muito forte entre os estados de baixo custo e impostos baixos e o crescimento populacional.”

Milton Friedman dizia que as pessoas votam com seus pés. Quando há dinheiro em jogo, os eleitores escolhem locais com tributação mais baixa e melhor ambiente econômico, rejeitam políticas de alta regulação e impostos. Na Guerra Fria, europeus do Leste arriscaram suas vidas para se mudar para o Oeste. Na Ásia, hoje isso ainda ocorre com os coreanos do norte fazendo de tudo para se mudar para o Sul. No Caribe, cubanos entram em embarcações precárias para tentar alcançar Miami. Ainda estou na primeira temporada de Cobra Kai, mas não ficarei surpreso se Johnny Lawrence, Miguel Diaz e Daniel LaRusso se mandarem para o Texas.

*Artigo publicado originalmente por Conrado Abreu na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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