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Vai para casa, Levy!

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A colunista do Estadão, Eliane Cantanhede, escreveu o seguinte, no último dia 4:

Podem anotar aí: a próxima etapa da “reforma ministerial” do Lula é limar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Lula demorou a exercer seu domínio sobre a pupila Dilma Rousseff, que esperneou o quanto pôde, mas, agora, ele não vai parar mais. A intervenção no governo, ou o impeachment branco, vai longe.

A estratégia e o cronograma do ataque a Levy, cada vez mais estranho no ninho, já está claríssima: deixar que ele faça o “trabalho sujo” e depois jogá-lo às traças, ou de volta aos bancos. Como “trabalho sujo”, entenda-se a correção de rumos, o ajuste fiscal, o aumento de impostos, o corte de gastos.

Depois, põe-se a culpa nele por tudo o que der errado, aponta-se Levy como o “inimigo do povo, o algoz dos pobres, o neoliberal, o que manchou os ideais do PT” e parte-se para uma política a la Lula: muito crédito barato, consumo, populismo e oba-oba.

Não sou daqueles que fica repetindo a toda hora “eu bem que avisei”, mas, às vezes, isso é necessário.  Ainda em janeiro, logo após a posse do ministro Joaquim Levy, este escriba disse o seguinte, num comentário aqui mesmo, neste blog:

Há muito, as pessoas sensatas deste país (e não necessariamente liberais) sabem que, no Brasil, o problema não está na baixa arrecadação, mas nos altíssimos gastos de um Leviatã tão guloso quanto incompetente e corrupto.  Para fazer ajuste fiscal desse jeito, não era preciso nenhum PhD de Chicago ou Harvard. O próprio Mantega daria conta do serviço, talvez até com mais competência.

Por que chamaram Levy?  Porque seus títulos acadêmicos transparecem alguma credibilidade junto ao mercado. A turma petista, principalmente Lula e João Santana, tem muitos defeitos, mas a burrice não é um deles.  Os caras são malandros até demais.

Pegaram alguém com fama de liberal para fazer o trabalho “sujo”.

Pois é, meus caros, estava na cara que isso iria acontecer.  E a fritura de Levy já começou.  O senador Lindberg Farias, um dos aliados de Lula, por exemplo, escreveu o seguinte, ontem, em artigo no UOL:

Desde o começo do ano, apresentamos argumentos contra a política econômica do governo. O governo optou por aplicar os conhecidos e fracassados planos de austeridade. Os resultados não têm sido nenhuma novidade: recessão, desemprego, queda da arrecadação e aumento do déficit orçamentário.

(…)

A política econômica de corte de gastos e juros elevados jogou a nossa economia na recessão. De janeiro a julho, a produção industrial caiu 6,6%. As vendas do comércio varejista já acumulam uma redução de quase 3% no ano. E ainda, no acumulado do ano, houve uma queda real na arrecadação de 3%. O desemprego está crescendo e chegou a 7,6% em agosto, segundo o IBGE. E segundo o Dieese, só na região metropolitana de São Paulo a taxa de desemprego alcançou 13,9% em agosto.

O mais estranho é que o ilustre senador diz isso mesmo sabendo (se não sabe, deveria saber) que não houve corte de gastos coisa nenhuma.  Na verdade, os números mostram que as despesas primárias do governo central (não incluem despesas financeiras) cresceram de jan a jul de 2015, em relação ao ano anterior, mais precisamente, de R$ 625 para R$ 627 bilhões de reais.  E olha que 2014 foi ano de eleição, em que houve uma verdadeira explosão de gastos.

Mas, que se danem os fatos!  O negócio agora é apontar o remédio como a causa da doença, mesmo que ele nem tenha sido ingerido pelo paciente, ainda. Faz sentido?  Bem, no mundo de faz de conta das esquerdas, distorcer a realidade para tentar adaptá-la às suas teorias é uma estratégia antiga.  Só não consigo entender como é que Joaquim Levy ainda se presta a um papel desses, arriscando perder o pouco de reputação que ainda lhe resta.  Vai para casa, Levy!

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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