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Será a Democracia Indireta?

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JOÃO NEMO *

Democracia direta através de comissões derivadas de “movimentos sociais instituídos ou não instituídos” não é democracia direta. É pseudodemocracia representativa.

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logo do portal da Câmara com tema da Copa do Mundo no Brasil

Um dos sofrimentos inevitáveis por que passa um cidadão brasileiro razoavelmente cuidadoso no uso das palavras e no manejo dos conceitos é ter que aturar abusos que a comunicação de massas nos submete a todos, sem qualquer escrúpulo ou cerimônia. Infelizmente, isso ocorre ainda mais quando os programas jornalísticos resolvem ir buscar supostos especialistas para nos ensinar a respeito de certos temas.

No que se refere ao recente decreto presidencial criando mais uma parafernália de conselhos, comissões, comitês, consultas e sabe-se lá o que mais, já se ouviu de tudo. A interpretação mais sem sentido, ouvida tanto de apoiadores como opositores, é de que se trata de uma injeção de democracia direta.

Ora, para ser direta seria preciso que estivesse aberta a todos. Democracia direta através de comissões e, ainda por cima, derivadas de “movimentos sociais instituídos ou não instituídos”, seja lá o que isso queira dizer, não é democracia direta nem aqui nem na China, ou melhor, nem aqui nem na Suíça. É pseudodemocracia representativa.

Representativa porque através de representantes e pseudo porque falsa, direcionada através de “movimentos”, em geral compostos por ativistas e gente cooptada que não tem nada de útil para fazer na vida. O grande inimigo de um bom sistema representativo é o sistema cooptativo, no qual os autores do decreto são mestres.

A “participação”, para o bem ou para o mal, está crescendo através da presença das redes sociais e outras ferramentas de expressão de opinião impossíveis de manipular desde cima, e é isso que assusta. Podem surgir coisas boas ou podem aparecer grandes besteiras, mas não é possível controlar. Assim são todas as coisas livres e, mais do que nunca, é preciso aperfeiçoar o sistema representativo clássico, para que seja possível administrar o mundo político respeitando a opinião pública, mas com um mínimo de funcionalidade.

* SOCIÓLOGO E CONSULTOR DE EMPRESAS EM DESENVOLVIMENTO GERENCIAL

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imagem : logo do portal da Câmara com tema da Copa do Mundo no Brasil

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Ligia Filgueiras

Ligia Filgueiras

Jornalista, Bacharel em Publicidade e Propaganda (UFRJ). Colaboradora do IL desde 1991, atuando em fundraising, marketing, edição de newsletters, do primeiro site e primeiros blogs do IL. Tradutora do IL.

Um comentário em “Será a Democracia Indireta?

  • Avatar
    18/06/2014 em 5:50 pm
    Permalink

    Muito bom!

Fechado para comentários.

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