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Rio Grande do Sul: Estado que não reelege governadores, e sua dívida pública

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Rio Grande do Sul enfrenta novamente seu dilema nas eleições a governador do Estado. Teremos mais uma vez um candidato não reeleito? Nossa lista de governadores é bem variada, dou um destaque especial para os candidatos eleitos por voto direto no qual nenhum deles foi reeleito pelo povo Sul Riograndense, desde que o ato de reeleição é permitido (1988). Seriam os gaúchos os errados na hora de votar ou nossas opções estão restritas a insatisfação completa pelos candidatos, e a única saída é apostar as fichas novamente em outro?

As opções estão cada vez piores para os eleitores liberais, visto que os candidatos seguem prometendo cada vez mais medidas intervencionistas pra “solucionar” os problemas do Rio Grande do Sul e em casos mais extremos, ainda, surgindo os candidatos anticapitalistas. Estes problemas são diversos, e eu ficaria incansavelmente citando-os aqui. Darei um destaque para problemas mais urgentes como a dívida pública com a União (que continua sendo uma das maiores do Brasil). Mas como vamos solucionar os problemas estruturais econômicos com uma máquina pública tão grande e que cresce a cada dia mais? Quase tudo que o Tesouro Gaúcho arrecada, vai para pagar despesas passadase as dividas, seguem se acumulando como grãos de areia no deserto.

As medidas que foram tomadas com os governos passados não foram nem de longe cabíveis de solucionar os problemas econômicos do estado. Ainda gastamos mais do que arrecadamos, segue em anexo um gráfico retirado Transparência RS sobre a relação de receitas x gastos totais anuais de 2004 a 2014:

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Além de gastarmos o que arrecadamos, temos uma dívida crescente acumulada. O endividamento do Estado é o dobro da arrecadação anual.  Por que é importante sabermos da história e do que os governos passados fizeram na administração do Rio Grande do Sul? Porque isso influência diretamente na escolha do novo governo para analisar o que nos apresentarão, e cabe a nós decidirmos com competência se estas são as soluções que mais precisamos; Mas eu não me refiro a promessas marqueteiras como pagamento do Piso Salarial dos professores. Se os candidatos atuais afirmarem que pagarão, vale avaliar como eles lidarão com essa máquina. Isso é uma lógica financeira que eu aprendi com 10 anos: Quanto você ganha, o que tem que pagar o que vai priorizar, quando e como vai pagar? Investimentos? Mais financiamentos? Ou diminuir gastos? (Nesse caso gastos públicos e reduzir a máquina pública para futuramente poder quitar dívidas e como um sonho tão esperado reduzir finalmente impostos).

Nossos problemas não se resumem as “Brizoletas”, na gestão de Brizola (1959-63) ou até antes no governo Ernesto Dornelles (1951-55). Para realização de obras iniciamos nosso endividamento precoce e eu diria que as falhas se sustentam quando não se planeja, quando se não faz um governo com um planejamento econômico de longo prazo sabendo dos nossos limites, mas sim, com ações imediatas gerando aqui em nosso Estado o inicio do problema todo. Seguindo na acumulação de dívidas tivemos um “upa” maior nos anos 70 com a ditadura militar. Navegamos na onda do “milagre econômico” e nos afogamos ainda mais na dívida pública. E ela estava escancarada nos jornais!

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(Imagem: capa da Zero Hora de 18 de março de 1979)

Mas quando tudo vai mal numa gestão de governo, o que o político faz? Chama um economista!

Jair Soares, do PDS em meados dos anos 80 solicitauma conversinha com Ary Burger (Economista),este que não quis papo com Soares. (Eu teria feito o mesmo, a culpa depois é sempre do economista). O que foi fazer o Soares então? Aumentar a dívida é claro, dando aumento ao funcionalismo, eis que aparece o nosso exorbitante Déficit (despesa maior que a receita).

Em 1986 somos um Estado à beira da falência!

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(Imagem retirada do Clic RBS)

Sai um governo entra outro; O povo gaúcho continua mais que insatisfeito e ninguém permanece no poder. Pra piorar nossa situação econômica em 2002, repasses da União foram bloqueados porque o Estado estava inadimplente. Já em 2006 no governo ao comando de Yeda Crusius (PSDB) tivemos uma troca de dívidas. O governo pediu dinheiro emprestado ao Banco Mundial para quitar dívidas, ou seja, trocamos uma dívida por outra. De certo modo “melhor” porque foi uma troca por uma dívida mais barata, isso não foi o suficiente; O Estado voltou ao vermelho em 2010.

Sai um entra outro! Tarso Genro incontestavelmente pior, aposto dois livros do L. Von Mises que ele não se reelege (favor me cobrarem depois).

Mas “e agora José?” No primeiro debate dos candidatos a governador que aconteceu dia 06 de julho, Tarso Genro foi o mais criticado (não por menos). Estatizando estradas governador? Aumentando a máquina pública governador? Bons motivos pra ele pular fora de uma vez, ou melhor, nós darmos um ponta pé de uma vez por todas no PT aqui no RS.

O que queremos? Queremos reverter à situação onde cada gaúcho já nasce devendo a União R$ 4,4 mil. Como faremos isso? Poderemos iniciar uma mudança não nos ausentando das eleições esse ano, e analisando bem o que pode ficar melhor em relação a tudo isso. Os governadores do Rio Grande do Sul não reelegem, pois não sabem como colocar a casa novamente em ordem! E os gaúchos não perdoam dívidas e muito menos incompetência. A solução é menos gastos públicos, mais liberdade econômica, e futuramente menos impostos, ai quem sabe teremos o primeiro governador reeleito.

Obs: Enquanto isso nas estradas estatizadas do governo PTarso…

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Débora Góis

Débora Góis

Acadêmica de Economia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), articulista e membro fundadora do Clube Farroupilha (RS), membro do Conselho Executivo da Rede Estudantes Pela Liberdade (EPL) e membro fundadora do Grupo Misetes (RS).

Um comentário em “Rio Grande do Sul: Estado que não reelege governadores, e sua dívida pública

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    20/07/2014 em 7:58 pm
    Permalink

    Parabens pela matéria, Débora. O Rio Grande do Sul ja foi um Estado modelo, mas hoje beira um precipício enorme e naõ tenho muitas esperanças de que vá melhorar. Abrir empresa por aqui é um processo burocratico enorme e caro (eu ja tive a experiencia). É quase certo que Ana Amélia (PP) vá se eleger, mas ao que tudo indoca será uma nova Yeda.
    OBS.: Surpresíssimo quando vi que tu era de Santa Maria! Sou daqui também, não sabia que existia gente liberal pra cá, ainda mais na UFSM da onde parte muitos movimentos de esquerda (posso estar enganado). Optei por uma Universidade particular e meus colegas todos se queixam da falta de Empresas fortes na área de Informática, principalmente.

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