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Revolução e Indignação, ou: Querer não é Poder

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HIAGO REBELLO*

ESPELHO3

Decidi fazer uma espécie de ensaio sobre a mentalidade esquerdista atual. Uma espécie de introdução ao problema, uma forma de expor o problema de maneira clara e de fácil entendimento, mas por onde começar?

Poderia usar como base o pensamento de Edmund Burke, explicando que nenhum movimento político ou social deve se voltar radicalmente contra suas tradições, mas acho que, em meu texto, poderia perder a clareza necessária de uma introdução caso abordasse tal tema. Burke não é para uma introdução.

Pensei em Rand. Seus livros são de fácil entendimento – e “destroem mundos”, como gosto de dizer –, mas Ayn Rand é boa com romances, escrevendo um belo enredo que abarca toda a sociedade e os protagonistas fictícios, com suas agonias, frustações, esperanças e lutas. Não é possível fazer uma introdução “A lá Rand”. Mas a inspiração baseada na obra de Ayn Rand serviu para criar essa situação fictícia:

Digamos que você tem uma empresa de seguros e decide não investir, mas mudar a estrutura, concepção e visão que seus funcionários, investidores e clientes têm de sua companhia. Tal fato nunca foi tentado antes na história da humanidade – você esta em um nível onde sequer existem bases sólidas para sustentar a possibilidade da mudança, mas por vontade própria, você muda, pois vê uma competição predatória, durante a história humana, entre as empresas – e não gosta nada disso.

Muda-se o conceito de empresa. Agora elas são uma “Contresa“, seguindo a nova teoria do “homem-congregacionista“. Todos da empresa devem ser iguais, inclusive os clientes, pois mesmo eles não sabendo, fazem parte da empresa em caráter institucional!

Coloquemos o plano em prática: em alguns meses a empresa consegue chegar até a bancarrota. Culpa de quem? Da cultura ao redor, claro. Uma vez que ela não aceita as naturais vontades da contresa, preferindo se agarrar a seus tradicionalismos baratos! Os que são contra a contresa dizem: “queremos salvar a tradição empresarial!”, mas os membros do moderno pensamento contresista gritam em resposta aos reacionários burros: “A escravidão também era uma tradição!”.

Depois de anos gritando por igualdade, denunciando supostos abusos e prometendo a qualquer homem uma riqueza nos negócios – caso a sociedade aceite a contresa –, eles conseguem espaço em universidades. Analisa-se o cérebro humano para averiguar a situação e veem que tanto os contresistas e os tradicionais defensores das velhas empresas são igualmente inteligentes – estuda-se as sinapses de vários indivíduos para tal –, logo, as contresas devem ser respeitadas e aceitas, e suas ongs subsidiadas com dinheiro público – mesmo sendo organizações não-governamentais.
Ignora-se, claro, que toda tradição tem um motivo para existir, e que a humanidade é dotada da distinção entre empresas de não-empresas. Embutiu-se em qualquer distinção o sinônimo de discriminação contra a liberdade humana.

No fim, as contresas ganham muito dinheiro e poder político-cultural, mas nunca conseguem o que querem. Elas sempre vão à falência, mas não por culpa delas! Jamais! É culpa da opressora cultura ocidental, que tinha definições claras sobre as empresas. Criam-se mais leis, que não dão certo. As contresas sentem-se mais vitimizadas até que… no fim… todas andam muito mal das pernas ou falidas, tendo que apelar para as hipocrisias ou ilegalidades para se sustentar.

Eis a essência de todo o movimento revolucionário, que é impulsionado por alguma indignação. Tal fato pode ser constatado da Revolução Francesa ao Movimento Gay. Todos agem assim. É um pensamento falho, uma vontade de mudar a realidade em seu mais íntimo sentido. No fim, não se faz teorias para homens, mas homens para teorias.

Muita coisa mudou. Outrora chamavam aqueles que mudavam de ideia de “traidores da revolução”, depois criaram teorias mirabolantes de que um homem só poderia se expressar segundo sua classe, portanto, aquele que era contra a Revolução só o era por causa da sua classe – ignora-se a história de Marx, claro –, mas hoje é diferente. Atualmente, caso você não seja a favor das greves, das minorias, de certos movimentos sociais, é porque você é um criminoso. Mas a realidade é dura com seus detratores, e as contresas sempre vão falir.

 

*Hiago Rebello é Graduando em História pela UFF. 

 

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4 comentários em “Revolução e Indignação, ou: Querer não é Poder

  • Avatar
    21/07/2014 em 11:23 am
    Permalink

    Amigo, dos meus três comentários anteriores, só um deve ser publicado. Os outros são FYIO (For Your Information Only, só para sua informação).

  • Avatar
    21/07/2014 em 11:21 am
    Permalink

    Hiago, muito bom o texto, muito didático. É isto mesmo, as esquerdas querem mudar o mundo antes de entendê-lo, querem que o mundo se adapte a elas. É como o cara que construiu a escada no lugar errado e diz que temos que movimentar o prédio.
    O bom de textos como estes é que são bem didáticos e podem ser lidos por (ou para) esquerdistas sem que o cérebro destes pife pelo excesso de informações. Afinal, sabemos que um cérebro que nunca foi usado não pode receber informações de supetão.
    Parabéns! E vamos mostrando a opção liberal para as pessoas, deixando que elas decidam por si. Chega desta hegemonia esquerdista, sem alternativa. Viva o liberalismo, viva a liberdade!

  • Avatar
    21/07/2014 em 11:13 am
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    “Elas sempre falem” por “Elas sempre vão à falência”.
    PS: Não precisa publicar este comentário nem o anterior.

  • Avatar
    21/07/2014 em 11:12 am
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    Uma crítica (o elogio vem no próxima comentário)
    Amigo, o verbo falir é defectivo. No presente do indicativo (o “presente”) só existe “nós falimos” e “vós falis”.
    Poderia corrigir a frase “em alguns meses a empresa fale” por “em alguns meses a empresa vai à falência”? Ficaria bem melhor.

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