fbpx

Quem odeia o Pré-Sal?

Print Friendly, PDF & Email

presalDurante a campanha eleitoral desde ano muito se falou acerca de um suposto “ódio” de candidatos oposicionistas ao Pré-Sal. Segundo os políticos ligados ao Governo, a oposição teria horror ao Pré-Sal e seria “contra ele”, como se algum político fosse contra uma riqueza que lhe pudesse garantir investimentos e apoio popular. Portanto, é realmente difícil sustentar a ideia de que algum político é contra o Pré-Sal, e quem faz isso está claramente usando de uma retórica mal intencionada para fins de conseguir votos.

Desprezado então o argumento emotivo, me parece claro agora que devemos discutir o papel do Pré-Sal na economia brasileira e na sustentação de gastos públicos, para ver se alguém efetivamente odeia o Pré-Sal ou não.

Neste ano foi aprovada a lei que destinava recursos do Pré-Sal para a saúde e a educação pública. Alguns políticos chegaram a festejar uma suposta resolução definitiva dos problemas de financiamento dessas atividades estatais. Só que esse recurso não é verdadeiramente garantido, ficando dependente de uma série de fatores, tais como investimentos em tecnologia e, principalmente, custo de extração.

O preço do barril de petróleo tende a se reduzir nos próximos meses por várias razões: (i) a Líbia voltou ao mercado como fornecedora depois de anos em guerra civil; (ii) substitutivos do petróleo tradicional estão sendo explorados com eficiência, como o gás de xisto; (iii) a economia mundial está consumindo menos petróleo por falta de crescimento econômico; (iv) tem havido um esforço mundial em torno de novas fontes de energia mais limpas e renováveis; entre outras razões.

Com o preço do petróleo em baixa, a extração do petróleo na camada do pré-sal, que demanda muitos esforços e alto custo, pode ser inviabilizada. Alguns especialistas falam que o sistema atual de extração do pré-sal, o chamado “regime de partilha”, em que parte do processo deve ser financiado pela Petrobras, já é um processo deficitário, tanto assim que membros do próprio Governo já falam em mudança do sistema legal no setor, para tentar fazer com que essa exploração se torne rentável novamente e possa arcar com os gastos sociais pretendidos, mas nada é garantido.

Nesse sentido, a se lamentar que o governo já tenha vendido cotas dessa riqueza, utilizando-a, inclusive, para capitalizar a Petrobras, mesmo sem que haja a garantia de que é viável a extração em escala industrial. O que o governo fez na verdade foi endividar o estado brasileiro sem ter a garantia de que poderá honrar essa dívida.

Se o Governo cada vez mais usa recursos públicos para custear uma atividade econômica hoje deficitária, fica a sensação que o Governo odeia um monte de entidades. Odeia o povo, pois joga os tributos no lixo. Odeia a Petrobras, pois continua obrigando a empresa a custear um sistema falido, e falindo a empresa junto, cuja dívida hoje ultrapassa a marca de 300 bilhões de dólares. Odeia, por fim, o próprio Pré-Sal, pois extrair essa riqueza em um momento de baixa dos investimentos e do retorno é queimar estoque à toa.

Fica comprovado então que quem realmente odeia o Pré-Sal é quem acha que por uma canetada política, haverá toda uma geração de riqueza em torno do produto, como é o caso do Governo. É sempre bom destacar que o Governo faz escolhas baseadas em padrões políticos, e não em padrões econômicos. Padrões políticos levam em consideração a organização de grupos de pressão que podem se locupletar com o exercício de determinado ato. Padrões econômicos levam em consideração apenas a relação custo-benefício da atividade, impedindo assim o desperdício de recursos sociais e otimizando o direci0namento de riquezas para uma maximização da produtividade e do bem-estar social.

E até hoje, nunca se viu jeito melhor de se aplicar padrões genuinamente econômicos na exploração de bens e serviços do que através do livre-mercado de empresas privadas. Se você ama o Pré-Sal, e a riqueza que por ele possa vir a ser gerada, defenda a privatização e a desburocratização do setor de exploração e distribuição desse valoroso recursos.. Caso contrário, bem… os políticos, TODOS ELES, agradecem.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

Pular para o conteúdo