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Por que o brasileiro tem tanto medo da palavra privatização?

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Victor Cardoso*

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Por que o brasileiro sente uma reviravolta toda vez que ouve a palavra privatização? Isso não é normal! Você divulga que alguém pretende privatizar algo e parece que o mundo para e a pessoa só ouve aquilo: privatização, privatização, privatização, como um eco. Por que essa ojeriza tão grande em deixar o Estado focar no que ele tem que fazer e deixar que os outros entes da sociedade prestem os demais serviços? Que empresa no mundo conseguiria operar em ramos tão distintos como saúde, educação, segurança, petróleo, mercado de capitais, bens, serviços e bancários, infraestrutura, transporte terrestre, aeroviário, metroviário, pluvial, e tantos outros? Será que alguém pensa que poderia construir uma empresa que fizesse tudo isso por um bom preço, com qualidade e eficiência? Por que, então, achar que um Governo pode?

Não se engane quem pensa que, posteriormente a toda a campanha da esquerda durante os anos 90 contra a privatização e contra o “neoliberalismo”, a esquerda se proporia a manter a mesma posição e pensamento ao longo dos 14 anos que esteve no Governo. Não o fez! E, não o fez por um motivo simples: privatizar é muito melhor, e até a esquerda sabe disso!

Se há quem pensa que privatizar é ruim, pior ainda é não privatizar. Como citado, não há empresa ou governo que consiga administrar e focar ao mesmo tempo em tantas frentes de atuação, tão díspares. Não há dinheiro suficiente que consiga administrar tudo isso. Além de toda a ineficiência, burocratização e todos os outros diversos outros motivos que todos os brasileiros estão cansados de saber.

Se formos analisar os dados anteriores e posteriores à privatização de apenas algumas estatais, tomaremos um susto. A nova geração sequer sabe que antes da privatização das telefonias necessitavam de 4 anos e um bom dinheiro para se instalar uma linha telefônica. Antes, empregava-se por volta de 20 mil trabalhadores e hoje a geração de empregos na área de telecomunicações chega a quase 400 mil trabalhadores diretos.

A Embraer, que tinha sucessivos prejuízos, na casa dos R$ 300 milhões por ano, passou a ter condição financeira eminente em 2010, ao ponto devolver à sociedade, na forma de impostos, mais de R$ 500 milhões, gerando emprego para mais de 17 mil trabalhadores.

A Vale, tão criticada quando privatizada, empregava 11 mil pessoas, hoje, contudo, possui mais de 170 mil trabalhadores diretos. Se antes de privatizar valia U$$ 8 bilhões, hoje já supera os U$$ 190 bilhões. Só de investimentos em áreas e projetos sociais entre 2007 e 2010 foram mais de U$ 700 milhões.

Será que isso é ruim? Se ruim, para quem? Talvez seja ruim para alguns partidos que chegando ao poder não podem colocar seus afiliados políticos para desviarem “um pouquinho” para suas campanhas. Talvez seja ruim para o político que não consiga fazer com que as empresas invistam e gastem tanto dinheiro apenas em seus projetos políticos – até pessoais. Talvez seja ruim para o político que não consegue determinar que suas campanhas sejam feitas através dos investimentos “redirecionados” da estatal para o seu bolso ou campanha. Talvez isso seja realmente ruim, mas ruim para ele, não para o povo!

A educação – e digo não somente aquela construída pela escola, mas também a proporcionada pelas mídias, escritores e até partidos políticos – falhou e continua a falhar, sem explicar para a grande população o benefício de se ter uma empresa especializada e focada em desenvolver cada vez mais um setor, gastando cada vez menos, contratando mais trabalhadores para sua equipe, gerando mais impostos a serem devolvidos à toda sociedade. Isto é bom para todo o país. É bom para todos que recebem um serviço por um preço menor e de maior qualidade – do que o oferecido anteriormente prestado pelo Estado; seja na telefonia, na luz, bancos e tantos outros ramos e serviços.

O governo precisa focar e investir nas necessidades básicas do povo e naquilo que a Constituição lhe determina como obrigatórios e únicos a prestarem. Enquanto o Governo perde tempo pensando em quem colocar na presidência da Caixa Econômica Federal, a educação fica em segundo plano. Enquanto se gasta tempo e gente pensando em como recuperar a Petrobrás, a população morre de descaso nas filas dos hospitais. Enquanto se pensa em como fazer os Correios terem lucro e prestarem um serviço minimamente adequado, obras de infraestrutura deixam de ser realizadas. Enquanto se pensa em como gerir uma empresa pública, milhões de empregos são perdidos porque o (des)governo não conseguiu executar um plano econômico eficiente.

Precisamos, sim, perder o medo de falar em privatizar. Não é um palavrão. Não é vender o país, tampouco se curvar a interesses privados. O interesse é de toda a população que ganha com serviços melhores, mais trabalho, menos corrupção, menos aparelhamento político, menos boquinhas aos amigos dos governantes.

Precisamos que os governantes implementem as reais prioridades que a população tanto necessita a e clama. Eles precisam voltar a olhar para próprio povo. Precisam entender que o povo é a prioridade, todo o restante pode e deve ser delegado àqueles que possuem maior expertise que políticos em administrar empresas, políticos esses que, por vezes, sequer educação básica têm. Já passou da hora de o Brasil ser o país do futuro, precisa começar a ser o país do presente!

* Victor Cardoso é formando em Direito pela Mackenzie-RJ, experiencia nos campos de direito tributário, licitatório e civil. Graduando em Ciências Econômicas pela PUC-Rio e membro do Núcleo Acadêmico de Estudos e Integração da Câmara de Comércio e Turismo Brasil-Chile. Membro do Diretório Central de Estudantes da PUC-Rio.

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