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Política Industrial passa por atração de investimentos

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Igor Morais*

industria-automobilistica

Lá se vão 14 anos de um caso que ficou emblemático para a economia do Rio Grande do Sul, a desistência da Ford em construir uma fábrica no Estado Gaúcho. Não deixamos de existir nem de tocar as nossas vidas depois do episódio. Mas é preciso esclarecer os custos econômicos dos atos impensados.

Até o ano de 2001, o Estado da Bahia praticamente não tinha um setor de veículos. Eram 27 empresas que empregavam apenas 570 funcionários que, em média, recebiam R$ 419 por mês. Claramente micro e pequenos fabricantes de peças e acessórios em um setor que representava somente 0,1% da indústria local. O que aconteceu desde então é de encher os olhos de qualquer um. Os últimos dados disponíveis mostram um setor com 89 empresas que empregam mais de 10 mil funcionários. Aquele salário pequeno ficou no passado. Atualmente, a média é de R$ 2,5 mil por mês e a indústria de veículos passou a representar 7,4% do PIB da indústria da Bahia. Isso é mais do que o PIB de toda a indústria de calçados do Rio Grande do Sul.

Somente esses dados seriam o suficiente para justificar a atração desse tipo de investimento. Mas, e sobre isenção de impostos? Uma discussão que é permeada de desconhecimento técnico. Vamos supor que apenas 17% do salário dos funcionários desse setor retornem aos cofres públicos na forma de ICMS. Note que não estou fazendo nenhuma conta sobre o imposto da empresa, e sim sobre o salário, uma vez que esse funcionário consome energia elétrica, que paga elevados impostos, compra gasolina no posto e por aí vai. Além disso, estou considerando um percentual pequeno diante da elevada carga tributária e dos efeitos multiplicadores de renda. Sendo conservador, somente no retorno de ICMS sobre os salários, nos últimos 12 anos teve-se R$ 426 milhões a mais para os cofres públicos do Governo da Bahia. Uma soma boa, que poderia ser revertida em 200 km de estrada, ou então em construção de Escolas e etc.

Em tempos de eleição devemos sim retomar o debate sobre atração de investimentos, pois é nessa hora que vamos escutar as propostas sobre o tema de quem vai governar nosso Estado pelos próximos quatro anos.

*Graduado em Ciências Econômicas pela UFU/MG (1996), Mestre e Doutor em Economia pela UFRGS (2003). Foi economista da FIERGS entre 1999 e 2012, atuando como economista-chefe por oito anos; Presidente do Comitê de Investimentos da Indusprevi, fundo de pensão da FIERGS, entre 2008 e 2012; professor no programa de pós-graduação em economia da Unisinos desde 2007

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