A péssima gestão estatal da água
Salvo o notório problema da Petrobras, a outra grande notícia da semana é suposto rodízio de água na cidade de São Paulo. Nos últimos meses tem se falado muito a respeito da falta de chuvas e das baixas reservas de água nos reservatórios da Sabesp, empresa pública que administra o recurso. Fala-se até que, sem um considerável aumento de chuvas, os poços secarão em setembro, o que será uma verdadeira calamidade na maior cidade da América do Sul.
A gestão estatal da água segue a regra da gestão estatal sobre vários outros bens e serviços. Como bem escasso que é, a melhor forma de se administrar esse recurso é através de direitos de propriedade privada e liberdade de mercado.
No Brasil, a produção e distribuição de água pelo Estado resulta nos velhos problemas dos desincentivos típicos da administração pública: baixos investimentos, nenhuma inovação tecnológica, preços criados a partir da conveniência política e não da escassez e utilidade do bem, e assim por diante. Nada muito diferente da gestão do petróleo pela Petrobras que está levando a empresa à falência.
Essa gestão pública da água cria um paradoxo único entre prestadores de serviço: o Estado faz campanhas para que as pessoas cada vez utilizem menos água, e não mais, que é o que uma empresa normal faria. Mas uma empresa normal também investiria muito em novas tecnologias para captação do recurso em questão, como dessalinização, captação da chuva, perfuração de poços, e assim sucessivamente. É simplesmente mais fácil fazer campanha para as pessoas usarem menos água do que investir para que as pessoas possam usar muita água e com qualidade e segurança.
Bernardo,
Muito bem colocado o seu comentário, essa situação por si só já é ruim, mas se entrarmos no mérito do péssimo índice de saneamento básico (coleta e tratamento de esgoto), que geralmente é gerido pelas mesmas empresas que distribuem água, veremos que ainda estamos lutando com um problema que já deveria ter sido resolvido faz pelo menos 20 anos.