fbpx

O entardecer da estrela vermelha

Print Friendly, PDF & Email

por ERIC ABREU*

entardecerO partido que nutria sonhos megalomaníacos de se impor como força hegemônica na sociedade brasileira vive agora a intensa agonia que acomete os moribundos. Ferido de morte, o Partido dos Trabalhadores ruge contra os que ousam enfrenta-lo. Como um dragão, se recusa a ceder à presidência da República, a partir de onde aterroriza o povo brasileiro. Decerto o petismo já deve saber que vive suas ultimas horas.

 

Surgido no meio sindical nos anos 80, o Partido dos Trabalhadores cresceu se apropriando das demandas trabalhistas e se aproveitando dos descalabros econômicos para se apresentar como salvador da pátria aos incautos e ingênuos. Amealhou durante sua trajetória a simpatia da intelligentsia esquerdista tupiniquim que vislumbrou no grupelho de Luis Inácio da Silva, o Lula, o tão sonhado elo com o povo. Havia ali um partido fundado por um trabalhador, que poderia se apresentar aos seus iguais falando sua língua, para então ganhar a confiança do povo e ao fim dar o beijo da morte.

 

A ascensão do petismo não foi casual, e talvez diga mais sobre a indolência dos setores da direita do que sobre uma eventual genialidade da esquerda. A direita brasileira não conseguiu constituir uma representação partidária expressiva, provavelmente temerosa de ser associada ao defunto Regime Militar. Diga-se de passagem, quem primeiro abriu terreno para a esquerda foram os militares, que em uma leitura completamente equivocada da historia, entenderam que o comunismo poderia ser combatido apenas pelas armas. A direita deixou os meios culturais e acadêmicos completamente livres para a influência marxista, que se cristalizou na canonização de ícones como Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Gilberto Gil, Chico Buarque e tantos outros. Acuada pela sombra do militarismo, a Direita passou a viver com medo de dizer seu nome. Preferiu viver de joelhos a lutar de pé.  Isso pavimentou não só a consolidação de um conjunto de valores da esquerda como valores nacionais, como também fez nascer a figura do direitista ideal – aquele que é comedido quando se refere a esquerda; que embora condene a ditadura cubana, reconhece “os avanços sociais da ilha”; que quando se trata do PT, faz uma “oposição construtiva” com “divergências propositivas”. O PSDB, que é social democrata, virou refúgio desse espécime. A direita foi para o limbo e o petismo ascendeu no vácuo.

 

Os anos de poder, no entanto, tornaram o petismo preguiçoso. O partido passou a acreditar que iria imperar na vida politica sem resistências, alegando sempre que seus opositores eram os que não queriam ver pobres em aviões ou universidades. A cartada dos milhões que foram levados para a classe média, ainda que por meio de maquiagem e mudança de mitologia, passou a ser o coringa do partido em qualquer discussão. Outra mentira muito contada é de que o partido foi o que mais prendeu criminosos do colarinho branco, em contraposição ao resto da história.

 

Ao que parece, a retórica do apelo aos pobres supostamente alçados à classe média, dos negros em aviões e nas faculdades, das mulheres no mercado de trabalho e outras fanfarronices, já não apresenta a mesma eficácia de outrora. De tanto incorrer em malfeitos, de tanto ser flagrado conspirando contra a democracia, de tanto se justificar citando crimes do passado e apresentando os falsos dados de promoção social como indulto para a corrupção, o partido se desgastou diante da opinião publica. Conforme constatou uma pesquisa feita pelo próprio Partido dos Trabalhadores, houve um “derretimento” da base social do partido, composta por beneficiários do Bolsa-Família que já não toleram mais a corrupção generalizada, e se sentem traídos com o estelionato eleitoral praticado por Dilma com o auxilio de Lula e João Santana. Se antes o partido acusava seus opositores de pertencerem à malvada elite branca de São Paulo, essa falácia ruiu a partir do 15 de Março, quando brasileiros de todas as classes sociais foram às ruas do país demonstrar sua indignação com seus rumos e exigir a saída de Dilma Rousseff da presidência. Quanto ás propaladas prisões de corruptos, eles fazem troça da ética duas vezes: uma, ao afirmar que quem prendeu foram eles, sendo que as prisões se deram à revelia do partido por instituições brasileiras que muitas vezes tiveram sua ação questionada ou obstruída pelo governo; e outra, quando omitem que só se prendeu mais porque a corrupção no petismo é generalizada.

 

Parafraseando o infame Luis Inácio, nunca antes na história desse país um presidente reeleito se viu obrigado a se esconder da vista do povo. Nunca antes um prócer politico do quilate de Lula ficou homiziado em sua residência enquanto seu afilhado politico era malhado pela opinião pública. E nunca antes na história vivemos cem dias do inicio de um mandato tão tumultuados como agora.

 

Qualquer sujeito entendedor de politica que desconhecesse a realidade brasileira e que chegasse ao Brasil hoje pensaria que Dilma estava em fim de mandato, tamanha é a falta de paciência coletiva com ela. Os empresários não tem mais paciência com um governo intervencionista, o contribuinte não tolera mais um governo perdulário, e o cidadão comum não quer mais um governo despótico e corrupto. Das mansões até a periferia, existem milhões de descontentes que ficariam felizes em ver a presidente lendo sua carta de renuncia em rede nacional, ou descendo a rampa após um processo de impeachment. E se antes o descontentamento não atingia o ventríloquo, o aprofundamento da crise e o acirramento dos ânimos já começa a respingar em Lula, que já se lançou como pré-candidato a presidência em 2014.

 

Lula e seus asseclas subestimaram os brasileiros, julgando que poderiam simplesmente transformar o país em seu feudo, tornando homens livres escravos de uma ideologia fracassada e assassina. Elaboraram um plano criminoso de poder, talvez ignorando o fato de que o Brasil possui uma tradição de defesa da liberdade. Desde os tempos antigos o Brasil foi pródigo em defensores da liberdade, homens como Joaquim Nabuco, André Rebouças, José do Patrocínio, Carlos Lacerda, Roberto Campos e tantos outros. Porque os petistas pensaram que agora seria diferente? Em sua arrogância e empáfia, imaginaram que a verdade não resistiria a seus crimes, a sua maquina de assassinato de reputações, a suas tramas palacianas e a seus esquemas no submundo. O petismo achou que poderia solapar a democracia com o desavergonhado aparelhamento do Estado, com o apoio de ONGs e sindicatos, com a sangria do dinheiro publico e com a engorda de blogueiros e jornalistas que não tinham medo de sujar suas biografias em troca de algumas moedas, no caso, verbas publicitárias de estatais. O grande erro do petismo foi medir seus opositores das ruas pela mesma régua com que avalia seu principal oponente, o PSDB. Julgando que todo o povo fosse acometido da mesma equivalência moral, o petismo pariu ilações infundadas como a de achar que todo opositor se trata necessariamente de um tucano recalcado. Nesses cem dias de mandato, Dilma e seu governo agonizam, pois foram picados pela própria arrogância. O petismo está ferido de morte, e já não consegue reagir contra os homens que lutam por liberdade. No fundo, esses criminosos eram porcos que pensaram que eram reis.  Se nas ultimas eleições os marqueteiros do partido se viram obrigados a omitir das propagandas a tradicional estrela vermelha, desta vez a escapatória pode não ser tão simples. O petismo vive seus últimos dias, e provavelmente não sobreviverá ao clamor generalizado por liberdade e justiça. Estamos presenciando o entardecer da estrela vermelha.

*Eric Balbinus de Abreu é estudante de Relações Internacionais e criador do blog O Reacionário.

 

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Instituto Liberal

Instituto Liberal

O Instituto Liberal é uma instituição sem fins lucrativos voltada para a pesquisa, produção e divulgação de idéias, teorias e conceitos que revelam as vantagens de uma sociedade organizada com base em uma ordem liberal.

2 comentários em “O entardecer da estrela vermelha

  • Avatar
    17/04/2015 em 7:55 am
    Permalink

    Perfeito, por sorte este cenário parece ser bem diferente hoje!

  • Avatar
    15/04/2015 em 12:31 am
    Permalink

    O brasileiro perdeu completamente a noção d q seja um governo d direita. Ninguém sobe em palanque sem q prometa algum tipo d assitencialismo. A idéia d um governo menor e menos custoso implica em levar mais responsabilidade individual uma vez q o estado se retira de várias responsabilidades. Muitos q se dizem de direita quando se deparam com isto começam a rejeitar o conceito.

    Vamos a um exemplo simples: creche infantil, programas para aquisição de casas populares, bolsa família, nada disto é atribuição d estado.

    O governo só deveria cuidar d infraestrutura nacional e d segurança d país. Ñ deveria ser dono de empresas.

Fechado para comentários.

Pular para o conteúdo