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O aparelhamento do movimento estudantil. O que faremos?

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Comunista2O panorama não é novo, tampouco desconhecido: a política estudantil é dominada por diferentes tons de esquerda, útil para alunos se promoverem politicamente e para partidos políticos financiarem grupos para fomentarem suas ideologias nos eventos promovidos por Centros Acadêmicos e Diretórios Centrais de Estudantes.

Nesse sentido, o tripé acadêmico – basilado pelo ensino, pesquisa e extensão – acaba sendo mitigado porque os eventos organizados por essas entidades acadêmicas aparelhadas muitas vezes não expressam verdadeiro debate. Não há os dois lados, os denominados “debates” não raramente são palestras com dois ou três convidados com a mesma ideologia, prejudicando o contraditório. Isto é, usam a novilíngua que George Orwell nos alertou para pautarem algumas idéias em detrimento de outras, ao invés de promoverem a discussão entre ambas.

Afinal, se a academia não é um ambiente favorável ao debate de ideias, sendo hostil a algumas correntes de pensamento, então onde haverá esse espaço de diálogo?

Nos últimos anos, notadamente na Universidade de Brasília (UnB) e na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, surgiram oposições apartidárias a esses nichos partidários e ideológicos. Como consequência, o Movimento Universidade Livre (MUL) também surge como organização estudantil com estrutura bem diferente da União Nacional dos Estudantes (UNE), e tendo como escopo combater o aparelhamento, que infelizmente a UNE vem sofrendo.

O cenário atual ainda se trata de um verdadeiro monopólio no qual os alunos que se desinteressam pela política estudantil e estão na Universidade apenas focados em estudarem e se formarem, parafraseando Arnold Toynbee¹, são punidos ao serem “representados” pelos estudantes que se interessaram.

É preciso romper com a doutrinação nas faculdades e o seu conhecido aparelhamento partidário. Porém, apenas há rompimento de paradigmas e de dogmas lançando mão de valores maiores que os vigentes e que fundamentaram a formação do status quo. Destarte, os valores que devem nortear uma sociedade livre, que somente é possível através de uma academia livre, devem ser a liberdade, a tolerância e o respeito à diversidade de opiniões. Por fim, estudantes comprometidos com uma sociedade melhor deveriam se preocupar, além do êxito em obter o diploma, mais com a difusão desses valores.

Nota:

1. “O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam.”

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Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

2 comentários em “O aparelhamento do movimento estudantil. O que faremos?

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    01/06/2015 em 3:50 pm
    Permalink

    Quando eu tinha 14 anos, em 1964, achava Guevara o máximo:
    cabeludo, revoltado contra as injustiças do mundo, rebelde, parecido com os
    Beatles. Nos anos 60 o comunismo entusiasmava a juventude e os intelectuais terceiro-mundistas. Amadureci,
    e hoje aquele homem é, para mim, o que sempre foi: médico que não exerceu a
    medicina, pai que abandonou a família, homicida em série que matava
    pessoalmente, dono de um imenso e incontrolado ego, o qual só se satisfazia
    matando, mandando, comandando e determinando
    o que as pessoas tinham que fazer, pensar, ler, estudar, comer e vestir;
    nunca um comunista foi um bom pai, bom empregado, bom comerciante, comerciário,
    industrial, industriário, médico, lojista ou bom qualquer coisa mais. A URSS
    implodiu há mais de 20 anos, mas os comunistas do 3º mundo ainda não aceitaram
    isso. Povo nenhum, em época nenhuma,
    jamais quis o comunismo. Foi sempre uma minoria de desajustados, sindicalistas
    que nunca trabalharam, professores que não aprenderam com a experiência alheia,
    além de filósofos do absurdo, todos porque não amadureceram, que puseram em
    prática a “ditadura do proletariado” em seus países. Acabaram com todas as classes sociais e
    criaram duas: eles, os dirigentes, e “as massas”, os obedientes, mortos-vivos
    sem personalidade, sem iniciativa, sem senso crítico, sem capacidade de
    indignar-se com mais nada – o “novo homem” comunista. O que todos eles deveriam
    fazer, a uma simples análise da atual conjuntura do mundo, ou simplesmente
    comparando as duas Coreias, a do norte e a do sul, seria declarar que estavam errados e pedir
    desculpas ao povo – logo após isso, fazer os que as pessoas comuns fazem
    para “melhorar a vida das pessoas”:
    trabalhar; porque todas as pessoas normais querem os produtos do
    capitalismo –bens e serviços, liberdade de ir e vir, comprar, vender, criar e
    decidir o que vão fazer da vida. Mas… Isso nunca vai acontecer. Por quê?

    Porque um comunista jamais vai aceitar que errou eporque ele jamais vai resistir a 8 horas diárias de trabalho duro, rotineiro,
    árduo e contínuo, por 10, 20 ou 35 anos, em uma profissão normal.
    Simplesmente por isso. Ele já incorporou a convicção de que nasceu para mandar, matar e decidir o que o povo tem que fazer, pensar, vestir, comer, assistir ou ler para ser feliz aqui na terra.

    RESUMO:

    Quando as pessoas começarem a sair dos Estados Unidos a nado, em boias ou jangadas improvisadas, enfrentando o Mar do Caribe, com seus furacões e tubarões, com destino a Cuba, fugindo do “capitalismo selvagem e opressor”, avisem-me, porque então terá ocorrido somente UMA hipótese: Os Estados Unidos viraram comunistas e Cuba virou capitalista.

    EPÍLOGO

    Se seus avós comunistas tivessem implantado o comunismo em 1935, quando tentaram (matando inocentes e companheiros de farda pelo Brasil afora), ou em 1964 ou ainda em 1968, quando novamente tentaram, com bombas, assassinatos e “justiçamentos” entre si, eu teria sido fuzilado se tivesse escrito essas palavras. E você, se tivesse manifestado concordância com elas, teria
    sido assassinado também. Era o que meu antigo ídolo de adolescência fazia muito bem: matar quem discordava.

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    21/05/2015 em 10:25 pm
    Permalink

    Parabéns pelo texto, mas poderia ter aprofundado mais. Os espaços de poder sempre serão ocupados. Mesmo que sejam por aqueles que não desejamos. Os partidarismos ocupam as universidades há tempos. Em sua maioria de esquerda, mas também de direita (muito raro) e até por esquizofrênicos políticos. Acredito também no tripé da Universidade brasileira que tenta se firmar baseada no ensino, pesquisa e extensão para dar a melhor formação possível aos alunos. Mas o que realmente vejo é que não nos formamos, somos deformados. Estamos sujeitos a doutrinação dentro e fora das aulas. O contraditório somos nós que temos que buscar em estudos pessoais. Infelizmente a universidade ainda não amadureceu no brasil. Desde seus métodos até seus docentes e discentes, não fomentamos o debate franco e democrático. Nos resta lutar, independentemente das posturas políticas!

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