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A IMPORTÂNCIA DO ACÚMULO DA RIQUEZA

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Por: Julio dos Santos trabalho 1

Entre as mais diversas vertentes de estudos econômicos, todas possuem como objetivo estudar e desvendar qual a melhor forma para aumentar a prosperidade, seja de um indivíduo, um grupo, uma região, uma sociedade ou até de um continente inteiro. Os processos da evolução de uma situação de menos prosperidade para outra com mais prosperidade são os mais diversos possíveis, mas todas as vertentes propõem-se a este objetivo comum.


A Escola Austríaca de Economia está entre estas vertentes, possuindo uma grande gama de teorias sobre os mais diversos aspectos do estudo econômico. Porém, ao referir-se especificamente ao processo de aumento da prosperidade possui uma afirmativa clara: prosperidade provém do acúmulo de riqueza. Embora esta afirmativa pareça simples, ela traz consigo uma complexa gama de conceitos e acaba tornando-se base para o entendimento da maioria das teorias desta escola econômica.

Primeiramente, há a questão de relação direta entre ambas as definições. Todo incremento de prosperidade, ou seja, todo incremento de bem-estar, decorre de um acúmulo de riqueza. Não há possibilidade de esperar um aumento de bem-estar sem acúmulo de riqueza, seja ela de natureza material ou não.

Além disso, existe ainda a questão temporal. Toda prosperidade obtida agora advém de uma acumulação de riqueza passada. Não existe uma maneira de haver uma prosperidade atual proveniente de um acúmulo de riqueza futuro. Contempla-se, dentro da questão temporal a incerteza desta alternativa, pois nem todo acúmulo de riqueza necessariamente irá trazer um aumento de prosperidade.

Esta teoria não se propõe a expor que o acúmulo de riqueza seja fundamental para a vida humana, mas sim que ela seja a base para que possa haver aumento da prosperidade. Sendo assim, quando determinado indivíduo se exime de acumular riqueza, ele não está renunciando a sua vida, mas sim admitindo que a sua condição de bem-estar não irá evoluir.

Além disso, esta proposição não se aplica apenas para indivíduos, ela pode ser expandida para grupos de indivíduos, ponto central para encontrar as maiores falhas de sua interpretação. Determinados grupos propõem-se a aumentar o seu nível de prosperidade buscando a redução de desigualdades entre seus membros, fazendo com que os indivíduos mais prósperos subsidiem os menos prósperos. Não querendo aqui tecer comentário acerca da voluntariedade deste ato, uma vez que envolve o desenrolar de outra teoria, mas o ato distributivo acarreta apenas redistribuição das prosperidades. Esse ato, por si só, não gera nova situação de bem-estar. Ao analisar o grupo recebedor destes subsídios, a prosperidade aumentou, mas, em contrapartida, a prosperidade do grupo doador reduziu em igual montante, fazendo com que o grupo permaneça no mesmo nível de prosperidade.

Não obstante, medidas distributivas, além de serem nulas, ainda geram incentivos para redução do acúmulo de riqueza no longo prazo. Isto ocorre porque os indivíduos recebedores dos subsídios não terão incentivos para acumular riqueza, uma vez que ao acumular perderão a possibilidade de receber os já citados subsídios. Por outro lado, os doadores dos subsídios possuem incentivos para reduzir a riqueza acumulada, visto que a remuneração de parte de sua riqueza, de uma forma ou de outra, deverá ser doada. Sendo assim medidas distributivas no curto prazo são nulas, não geram prosperidade e no longo prazo incentivam a redução da riqueza acumulada, tendo como consequência a redução de prosperidade geral.

O arranjo, no qual o acúmulo de riqueza é livre para os indivíduos, gera, invariavelmente, a diferença do montante acumulado entre os indivíduos. Porém, aqueles que possuem um grande montante frente aos demais encontrarão um cenário com poucas alternativas para manter esta quantia, pois a única forma de alguém acumular e manter muita riqueza é mantendo-a aplicada, seja em arranjo produtivo de bens ou serviços, seja em crédito. Estas são as duas formas que a riqueza, também conhecida como capital, pode ser remunerada.

Ao chegar nesta condição de grande capital acumulado este indivíduo encontrará outros que também possuem o interesse de manter o seu capital investido para continuar obtendo sua remuneração. Caso sua opção seja de aplicar em um arranjo produtivo, estes competirão por uma fatia de mercado para vender os seus bens ou prestar o seu serviço. Além disso, poderão buscar o desenvolvimento de novos processos para reduzir os seus custos, sendo que ambos os casos visam aumentar a rentabilidade do seu processo produtivo. Já para aqueles que buscam remunerar o seu capital via crédito, a competição entre os detentores do capital será sempre para conseguir emprestar a maior quantidade possível de sua riqueza. 

Ao considerar que há uma constância de indivíduos acumulando riqueza com o intuito de aumentar a sua prosperidade, haverá cada vez mais pressão sobre os detentores de riqueza para que estes possam mantê-la investida, buscando novos arranjos produtivos, aumentando a quantidade de produtos e serviços oferecidos, ou ofertando mais crédito no mercado. Esta competição por consumidores de bens, serviços e crédito ocasionará a queda do nível de preço dos bens e serviços e, também a queda das taxas de juros.

Mas porque preocupar-se em acumular riqueza, alimentando um cenário de egoísmo, enquanto pessoas não têm o mínimo para sobreviver? Como já citado anteriormente, medidas distributivas parecem solucionar estes casos. Porém apenas parecem. Como já definido anteriormente, o preceito básico desta teoria é que apenas o acúmulo de riqueza pode aumentar a prosperidade, seja para pobres, ou para ricos. A grande consequência do acúmulo de riqueza para os demais indivíduos da sociedade é a queda do preço de todos os bens, serviços e créditos, fazendo aumentar o poder de compra de cada indivíduo.

Se o processo de acúmulo de riqueza for interrompido para atender medidas distributivas, no curto prazo as pessoas mais necessitadas, com toda certeza, terão o seu patamar de bem-estar elevado, pois elas poderão adquirir mais bens e serviços. Porém, no longo prazo estes mesmos indivíduos mais necessitados serão os mais prejudicados com o que há por vir. Primeiramente, haverá menos riqueza para ser investida, uma vez que ela foi consumida, havendo menos arranjos produtivos em atividade na economia. Estando todas as áreas com menos produtores, setores produtivos de bens e serviços básicos serão afetados, tais como comida, roupas, habitação e saúde. Com menos produtores haverá uma alta nos preços de todos os produtos, sendo que os de necessidade básica serão os mais afetados, pois indiferente da quantidade de produtores, sempre haverá demanda por eles, fazendo com que os mais pobres sofram fortemente no futuro.

O cenário que vai contra a liberdade de acúmulo de riqueza, ou seja, o cenário de ideias distributivas é um ambiente terrível para os mais ricos, porém, mesmo nestas condições, eles ainda continuarão tendo condições de sobreviver. Por outro lado, as pessoas mais necessitadas serão iludidas por um breve momento de incremento de prosperidade, tendo um perigoso futuro pela frente, sem possibilidade de ascensão social e a caminho de uma terrível perspectiva de condição de vida.

O discurso distributivo é à primeira vista uma solução perfeita para as pessoas pobres, levando a maioria da população a acreditar nele. No entanto, os resultados destas políticas já levaram sociedades inteiras ao caos e à pobreza, e ainda continuam a levar.

Sendo assim, tanto rico como pobre, independente da medida governamental ou cenário econômico projetado para os próximos meses, haverá apenas uma forma de se preparar para manter ou incrementar o nível de prosperidade: acumulando riqueza. A receita é a mesma de séculos: gastar menos do que receber.

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Um comentário em “A IMPORTÂNCIA DO ACÚMULO DA RIQUEZA

  • Avatar
    24/08/2014 em 9:31 am
    Permalink

    Parabéns ao autor por elucidar o assunto com tamanha competencia e inteligencia, continue assim. Um entendimento tão simples e tão complexo ao mesmo tempo que se torna mais dificil ainda por conta da desinformação de uma sociedade mal instruida, levando-a à um sistema de empobrecimento generalizado, não pode deixar de ser matéria basica para que todos atinjam a properidade.

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