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Eu entendo o Rodrigo Constantino

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rodrigo constantino

Somos um povo amedrontado. Estamos sempre temendo violações. Temos tanto medo de bandido quanto de polícia. Tentamos nos proteger tanto da delinquência juvenil quanto das irresponsabilidades do governo. Por isso colocamos grades nas janelas. Por isso sonegamos impostos. O desejo pela “casa própria” representa nosso medo de que o estado possa, a qualquer momento, roubar tudo o que temos. As altas margens de lucro que caracterizam nossa economia significam o inconsciente de cada cidadão lhe dizendo… “guarde o máximo de dinheiro possível, pois você não sabe o que o governo fará amanhã ou depois”.

Além de ter alimentado esses medos, o Partido dos Trabalhadores reviveu um que pensávamos que não sentiríamos mais: O medo de nos expressar. Desde que Lula foi eleito, passou a ser uma grande ousadia se manifestar contra o governo.

O brasileiro deixou para trás uma ditadura militar para legitimar uma ditadura ideológica na qual as prisões e as torturas foram substituídas por campanhas difamatórias e por diversas formas de intimidação. A cretinice foi institucionalizada como a linguagem da canalhice, o que tornou obsoleta toda contra-argumentação civilizada.

A publicação do Rodrigo Constantino, ontem, comunicando o fim de seu blog na Veja, tocou-me pessoalmente quando ele justificou seus “excessos” dizendo “…o PT me faz ser uma pessoa pior”. Com amargor n’alma, eu o entendi perfeitamente, o que motivou-me a escrever não apenas sobre ele, mas principalmente sobre o significado de suas palavras.

Meu primeiro contato com Rodrigo Constantino foi por meio de seu livro Economia do Indivíduo, publicado antes de sua projeção nacional. Foi um livro que achei por acaso na internet, quando procurava referências sobre liberalismo numa época em que eu sequer sabia que existiam grupos sobre isso no Brasil. Foi através do livro que descobri os autores da Escola Austríaca, que acabaram me ajudando a compreender as relações sociais, políticas e econômicas que eu já intuía.

Por tê-lo conhecido através de seu livro, não de sua coluna na Veja, sei que Rodrigo Constantino é maior do que suas furiosas reações aos absurdos desse país. Sei, também, que é impossível nos mantermos sóbrios diante da cretinice e da canalhice petista. Lula, Dilma e todo o exército que os protegem também despertam em mim os piores sentimentos, as piores reações. Sua justificativa a respeito de seus “excessos” me fez olhar para mim mesmo, lembrando-me das tantas vezes em que perdi a elegância diante de notícias que vergonhosamente compõem o dia a dia desse país. Gritei e xinguei muitas vezes como forma de matar a vontade de cometer violências maiores.

Eu entendo o Rodrigo Constantino.

Quanto nos rebaixamos moral e intelectualmente ao tentar falar sobre liberdade com quem defende a escravidão!

Quanto nos rebaixamos moral e intelectualmente ao tentar debater com quem defende um governo indefensável!

Eu entendo o Rodrigo Constantino. Entendo todos os seus excessos porque cada um deles representa a indignação das pessoas sóbrias e honestas; e com toda certeza, seus excessos são muito menores do que os absurdos impostos pelo socialismo.

Eu entendo os “excessos” de Rodrigo Constantino porque sei que não venceremos os cretinos convidando-os para tomar um chá – até porque, ao mesmo tempo em que pedem “diálogo”, eles nos colocam na mira de suas piores canalhices.

Os “excessos” do Rodrigo Constantino ao longo dos últimos anos não apenas expuseram verdades indigestas, mas também encorajaram muitas pessoas comuns a tomarem para si suas reações. Graças aos seus “excessos”, muitas pessoas deixaram as sombras da indignação e hoje gritam despudoradamente que o PT é uma organização criminosa.

Obrigado!

Registro aqui meu agradecimento ao trabalho do Rodrigo Constantino na divulgação das ideias liberais e espero que a história reconheça-o como quem levou ao grande público as ideias e os autores da Escola Austríaca de Economia, o que não apenas ajudou no surgimento e no crescimento dos tantos grupos liberais do Brasil, como também encorajou pessoas comuns a se manifestar contra os absurdos e hipocrisias do socialismo.

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João Cesar de Melo

João Cesar de Melo

É militante liberal/conservador com consciência libertária.

4 comentários em “Eu entendo o Rodrigo Constantino

  • Avatar
    08/10/2015 em 1:11 pm
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    Este texto me representa.

  • Avatar
    07/10/2015 em 11:44 pm
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    Constantino realmente se indigna muito com oq ocorre neste país, dá pra perceber sua irritação em alguns momentos. Mas isso ocorre em qualquer pessoa de bem. Qualquer pessoa decente se irrita com mentira, roubo, injustiça e a esquerda têm essas características como regra de conduta. Não dá pra ficar excessivamente passivo diante disso tudo.

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    07/10/2015 em 7:55 pm
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    Concordem ou discordem do Rodrigo em uma coisa ou outra, mas não dá para discordar de uma obra prima como o livro Esquerda Caviar. Ali está o retrato perfeito daqueles que desgovernam o Brasil.

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    07/10/2015 em 1:11 pm
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    Texto maravilhoso! Incrível. O Rodrigo Constantino foi a ponte entre minha ignorância em saber que algo estava errado nesse país, mas não entender o porquê e a pessoa política que sou hoje, com noção, sobriedade e discernimento do que acontece nesse país. Obrigado Rodrigo Constantino.

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